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Mais de 500 mil crianças de até 14 anos no Ceará vivem com menos de R$ 200

A porcentagem do Ceará é mais do que o dobro da média do Brasil, cuja população de zero a 14 anos em situação de pobreza representa 13,5%
12:06 | Jul. 25, 2017
Autor Amanda Araújo
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Tipo Notícia

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Mais de 500 mil crianças de até 14 anos se encontram em situação de pobreza extrema no Ceará, em famílias vivendo com até ¼ de salário mínimo per capita, ou seja, no máximo R$ 194* por pessoa. Os dados de 2015 constam em relatório divulgado pela Fundação Abrinq, nesta terça-feira, 25, que compara a situação da infância no Brasil com as metas assumidas pelo Brasil nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas).

 

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Em relação à pobreza extrema, o Ceará é o segundo pior estado para as crianças de 0 a 14 anos. São 561.736 mil, equivalente a 28,6%, vivendo em famílias com renda per capita de até R$ 194. O estado só perde para o Maranhão, que tem 35,2% dessas crianças vivendo em situação de pobreza extrema.

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As menores concentrações de crianças em situação domiciliar de pobreza extrema estão em Mato Grosso (5%), Mato Grosso do Sul (3,9%), Distrito Federal (3,8%), São Paulo (3,7%) e Santa Catarina (2,8%).

 

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A porcentagem do Ceará é mais do que o dobro da média do Brasil, cuja população de zero a 14 anos em situação de pobreza representa 13,5%.

O Ceará ainda é o terceiro estado de pior percentual de pobreza, com 61% da população de zero a 14 anos, ou seja, 1,2 milhão dessas crianças vivendo com até R$ 394. Esse índice só não é pior dos de Alagoas (66%) e Maranhão (62,4%). Os outros dois estados com piores índices, em relação à pobreza, são Bahia (60,8%) e Pernambuco (60,5%). O Rio Grande do Sul (24,9%), Paraná (24,5%), São Paulo (21,2%), Distrito Federal (20,2%) e Santa Catarina (17,7%) têm os melhores desempenhos.

 

As regiões Norte e Nordeste têm os piores índices de pobreza na população de zero a 14 anos, com, 54% e 60,6% de crianças até 14 anos nessa situação, respectivamente. As outras regiões brasileiras concentram índices menores - Sudeste (27,8%), Centro-Oeste (28,4%) e Sul (23,1%).

 

Enfrentamento

O estudo da Fundação Abrinq destaca que a pobreza pode afetar indivíduos e suas famílias tanto em relação à renda disponível para o consumo de bens e serviços (medido como renda familiar per capita, no caso brasileiro) como no acesso ao serviços sociais básicos, como educação, saúde, moradia e saneamento básico.

 

“Pensar a pobreza a partir das condições de vida de crianças e adolescentes é fundamental para investir em políticas públicas que construam condições de romper o ciclo de reprodução da pobreza”, informa o relatório.

 

A Fundação Abrinq aponta a necessidade de implementação de políticas públicas intersetoriais e integradas, bem como fortalecimento de parcerias entre entes governamentais, sociedade civil e setor privado.

 

* Referência do salário mínimo de 2015, de R$ 788

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