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24 municípios do Ceará já registraram ações contra bancos em 2017; cinco agências podem fechar

Neste ano, 16 agências bancárias foram alvo de explosões, em 26 ações contra instituições financeiras. A possibilidade de fechamento de agências é criticado pelo Sindicato dos Bancários, que lista prejuízos à população
15:55 | Jun. 20, 2017
Autor Amanda Araújo
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Tipo Notícia

Atualizada às 21h14min desta quinta-feira, 22

O número de municípios cearenses que registrou ações contra banco já chega a 24, em 2017, mais da metade da quantidade total do ano passado – quando 42 cidades foram alvo. Este ano, 16 agências bancárias foram explodidas, em 26 ações contra instituições financeiras. Após a série de atentados, as agências do Banco do Brasil de Madalena, Pedra Branca, Jaguaribara, Pindoretama e Itapiúna podem ser fechadas. O levantamento foi feito pelo O POVO Online com dados do Sindicato dos Bancários do Estado do Ceará (Seeb/CE).

As estatísticas do Seeb/CE apontam mais duas ações conhecidas como "saidinha bancária" e dois ataques a carros-forte. Do total de 30 ações criminosas relacionadas aos bancos, 26 foram em cidades do interior e quatro na capital cearense. Em algumas ações, como no caso da explosão de uma agência do BB em Antonina no Norte, no último dia 9 de junho, os criminosos cercaram destacamentos policiais e fizeram reféns.

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O município de Pedra Branca foi alvo de ataque bancário no dia 2 de março deste ano, mas a agência atacada era do Bradesco. As demais agências citadas pelo Sindicato dos Bancários que estão sob risco de fechamento não registraram ações contra instituições financeiras este ano.

O presidente do Seeb/CE, Carlos Eduardo Bezerra, explica que esteve reunido com a direção do BB em Brasília e critica o fechamento das agências no Estado. "Os bancos estão jogando a toalha, abandonando a população pelo interesse em reduzir atendimento onde há menor rentabilidade", acusa.

Nos cinco primeiros meses do ano, o BB foi atacado 12 vezes, enquanto contra o Bradesco foram registradas dez ações criminosas, de acordo com o presidente. Cinco agências do BB foram fechadas em Fortaleza, em fevereiro último. "Estamos articulando e cobrando, porque não é aceitável que a população deixe de ser atendida. Toda agência atacada agora vai ser fechada?", diz Carlos.

Os prejuízos à população, que precisa se deslocar para cidades vizinhas quando não há cobertura bancária, estendem-se à economia dos municípios, conforme o presidente do Seeb/CE. "Por exemplo, uma agricultora morando em Madalena tem que pegar o dinheiro da aposentadoria em Canindé. Além de pagar transporte, pode acabar fazendo compras em outra cidade. Então, os moradores deixam de gerar receitas na cidade deles", avalia.

Em nota enviada ao O POVO Online, o Banco do Brasil afirmou está presente em 99,8% dos municípios brasileiros, com pontos de atendimento próprios (agências e postos bancários), correspondentes bancários (Banco Postal e outros) e pontos compartilhados, principalmente casas lotéricas e Banco 24h. Segundo ainda o comunicado, o atendimento é eventualmente suspenso em caso de sinistros nesses pontos de atendimento, até a sua reforma. (Confira abaixo nota na íntegra).

Levantamento
O POVO considera furtos a caixas eletrônicos como ações contra banco, mas entende que o ataque a carro-forte é um roubo que não afeta unidades de atendimento. Já os roubos à pessoa não são contabilizados como ação contra banco.

Das 26 ações contra bancos, cinco foram tentativas de arrombamentos, em que os criminosos não conseguiram violar os caixas ou ter acesso ao dinheiro. Dessas, em apenas uma os criminosos foram presos por uma equipe do Ronda do Quarteirão no momento da tentativa, sem violação do equipamento.

Saiba mais
Em 2016, 62 ações contra banco ou caixas eletrônicos foram praticadas no Ceará, quatro a mais do que o registro de 2015. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou, em nota, que “as instituições bancárias são patrimônios privados que devem adotar planos de segurança particulares”.

A secretaria disse ainda desenvolver política de combate a esses tipos de crimes, desde 2014. Em 2017, 61 pessoas foram presas por envolvimento em ataques a bancos e 47 armas de fogo foram apreendidas. “ASSPDS informa que o Comando Tático Rural (Cotar), vinculado ao Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), e o Batalhão de Divisas atuam, de forma ostensiva, no interior cearense com o objetivo de inibir a prática criminosa contra instituições financeiras, entre outros casos. A implantação de bases da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da SSPDS, em Juazeiro do Norte e em Sobral, possibilitaram também que o tempo resposta da Polícia fosse reduzido significativamente para o atendimento de ocorrências no Interior do Estado”, completa a nota.

Nota Banco do Brasil

"O Banco do Brasil está presente em 99,8% dos municípios brasileiros, com pontos de atendimento próprios (agências e postos bancários), correspondentes bancários (Banco Postal e outros) e pontos compartilhados, principalmente casas lotéricas e Banco 24h. O atendimento é eventualmente suspenso em caso de sinistros nesses pontos de atendimento, até a sua reforma.

O Banco do Brasil oferece aos seus clientes uma das maiores redes de atendimento bancário no País. Como alternativa, os clientes podem utilizar correspondentes bancários e Banco Postal, onde é possível realizar saques, depósitos, recebimento de benefícios, consultas de saldo e extrato, pagamento de contas, além de abertura de contas e contratação de crédito.

Os clientes também podem utilizar casas lotéricas para saques e consulta a saldos e extratos; e a rede Banco 24 Horas para transações de saques, consulta a saldos e extratos, recebimento de benefício e pagamento de contas.

Além dos canais de atendimento físico, os clientes podem realizar transações diversas pela internet, pelo aplicativo mobile e pela central de atendimento, através do telefone 4004-0001 em capitais ou 0800 729 0001 em demais cidades do país.

O Banco do Brasil atende às exigências legais relativas à segurança privada constantes da Lei 7.102/83 e suas regulamentações provenientes do Departamento de Polícia Federal (DPF). Conforme as normas vigentes, os estabelecimentos financeiros onde haja guarda e movimentação de numerário, para que possam funcionar regularmente, deverão ter um Plano de Segurança aprovado pelo DPF, onde estarão descritos os elementos de segurança disponíveis em uma dependência. O Plano de Segurança é o sugerido "protocolo" a ser cumprido, tendo em vista que os elementos que o compõem estão previstos na regulamentação vigente. Os elementos mínimos exigidos para funcionamento de um estabelecimento financeiro, conforme Portaria DPF 3233/2012, são:
- serviço de vigilância armada;
- sistema de alarme que permita a comunicação entre o estabelecimento financeiro e outro da mesma instituição, empresa de monitoramento ou órgão policial mais próximo; e
- ao menos mais um dispositivo dentre as seguintes alternativas: CFTV com capacidade de armazenamento de imagens, por no mínimo 30 dias; dispositivos que retardem a ação de criminosos (monitoramento de ambientes, fechadura de cofre com temporizador, porta giratória com detecção de metais); ou escudo blindado para vigilantes.

O BB adota outros dispositivos como padrão para suas dependências, além do exigido pela legislação e normas reguladoras, no intuito de implantar um aparato de segurança capaz de mitigar os riscos envolvidos na atividade bancária. Esses dispositivos compõem um sistema destinado a proteger os clientes, funcionários e o patrimônio."

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