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Programação da Bienal do Livro valoriza riqueza da cultura popular

21:45 | Abr. 15, 2017
Autor Teresa Monteiro
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Teresa Monteiro Repórter
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De Luiz Gonzaga a João Grilo, de Lampião a Câmara Cascudo. O espaço reservado à cultura popular na XII Bienal Internacional do Livro do Ceará encontra-se farto. De letras, versos e cores. Xilos, cordéis e estampas. Num sábado especialmente destinado às africanidades, a Sala Literatura e Circo transformou-se num autêntico picadeiro para acomodar uma programação que reuniu vivências, oficinas e muitas brincadeiras.


%2b Veja fotos do 2º dia da Bienal do Livro

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Na parte de lançamentos, a professora Patrícia Matos divulgou seu livro “Adjokê e As Palavras que Atravessam o Mar” em meio a uma contação de histórias. A publicação, lançada oficialmente ainda em 2015, foi resultado de uma viagem feita pela autora ao continente africano. A tarde encerrou com a apresentação do Maracatu Nação Fortaleza, que conta com uma participação significativa de crianças.

 

 

Sob o comando do cantor e compositor Calé Alencar, a agremiação conjugou com maestria o verbo “maracatucar”, trazendo ao palco uma corte coberta de negrume e formada por índios, batuqueiros e rainha ao som dolente dos bumbos que remetem aos antepassados e reisados de Congo. Homenagens a Zé Rainha (famosa rainha do Áz de Ouro) e à cacique Pequena (líder da tribo Jenipapo-Kanindé), além da coroação da rainha, pontuaram a apresentação, que deu início e findou com um cortejo.

 

 

O auditório Mestres e Mestras da Cultura é um prato cheio para aqueles que querem ter conhecimento mais de perto com os verdadeiros líderes do saber popular. Para discorrer sobre o tema “O corpo é uma festa, o coração um templo sagrado”, Oswald Barroso mediou uma roda de conversa pra lá de animada com as presenças dos mestres Moisés Cardoso (Dança do Coco de Trairi), Dona Mazé (Tradições Juninas de Caucaia) e Piauí (Boi e Reisado de Quixeramobim).

 

 

“Parece que tá no sangue!”, resumiu Mestre Moisés em relação ao seu ofício. Pai de 10 filhos, foi quando tinha oito e ainda exercia o trabalho de pescador que foi apresentado à arte do repente. “Essa foi a maior aventura da minha vida!”. Já Dona Mazé, não se fez de rogada e acabou formando uma autêntica quadrilha improvisada com os presentes; o secretário da Cultura Fabiano dos Santos Piúba foi um dos participantes.

 

 

No foyer térreo, logo na entrada do Centro de Eventos, a Praça do Cordel faz jus ao nome. Com um palco aberto – que remete às clássicas pracinhas do interior - para cordelistas, poetas e demais autores do gênero, a plateia aplaude, diverte-se, interage e, ao final, tem acesso a um universo de publicações. “A História Completa de Lampião e Maria Bonita”, “As Proezas de Seu Lunga – O Rei da Ignorância” e “O Professor Sabe-Tudo e as Respostas de João Grilo” são alguns dos exemplos.

 

 

Da editora Tupynanquim, destaque para os lançamentos de “O Caçador João Mendonça e o Tribunal da Floresta” e “O Cangaceiro do Futuro e o Jumento Espacial”, ambos de Klévisson Viana. Clássicos da literatura universal, como “Os Lusíadas”, “Os Três Mosqueteiros” e “O Pequeno Príncipe” possuem suas respectivas adaptações para o cordel. Xilogravuristas encontram-se também colocando à venda quadros e camisetas a preços populares.

 

 

Para este domingo, 16, a programação da XII Bienal Internacional do Livro do Ceará – que contou neste sábado com o show de Chambinho do Acordeon - irá trazer shows de Pingo de Fortaleza e Maracatu Solar (21h), mas antes haverá novamente o Mestre Bule-Bule (20 horas), show “Fortaleza Boêmia”, de Serrão e Edmar Gonçalves (19h) e performance, diálogo e lançamento de livros com o ator cearense Gero Camilo (17h).

 

Redação O POVO Online

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