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PM que atuou em operação de Jaguaruana diz que moradores queriam passar de moto e fotografar no meio do tiroteio

Policial do Comando Tático Rural (Cotar), do Batalhão de Choque, que atuou em operação de Jaguaruana, comentou detalhes da operação
21:58 | Abr. 02, 2017
Autor Jéssika Sisnando
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Jéssika Sisnando Repórter
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Tipo Notícia
[FOTO1]Um policial militar do Comando Tático Rural (Cotar) que participou da operação que interviu no ataque a agências bancárias em Jaguaruana (a 173 Km de Fortaleza), na madrugada do sábado, 1º, forneceu detalhes sobre o confronto com o grupo do 'Novo Cangaço', que terminou com cinco presos e sete mortos.

  O PM que pediu para não ser idenificado informou que houve confronto em quatro pontos diferentes. Em frente ao destacamento da PM, em frente ao Bradesco, Banco do Brasil e nos caixas da Prefeitura.

 "Teve progressão e uma dinâmica. Eles atiravam e a gente se abrigava. A gente atirava e eles se abrigavam. Muitos fugiram quando viram o tiroteio e alguns ficaram por ter mais coragem, por ter fuzis. Outros por não ter como fugir. A intenção deles é atirar e fugir", explica.  

Mortos

 O policial explicou que na linha de confronto todos os que tombaram e foram baleados na operação eram integrantes da quadrilha, mas não descarta que os integrantes da organização criminosa tenham atirado contra pessoas inocentes pensando se tratar de policiais.

  O PM ressalta que em uma operação o policial tem que se preocupar com a própria vida, neutralizar os indivíduos que estejam atirando e ainda proteger os cidadãos. "As pessoas vinham para a janela, ficavam no meio da rua, queriam passar de moto no meio do tiroteio. Pessoas estavam com celulares nas equinas, nas calçadas e queriam olhar. Isso atrapalha e gera dificuldade", ressalta.

Assaltantes de banco 
 
"O Cotar já esteve em várias ocorrências de confronto, como os casos de ataques em Catarina, Itarema, Senador Pompeu. O medo é normal e é necessário em algumas situações, tem o treinamento nos cursos e o policial aprende a controlar e a superar essas emoções", relata.

  Conforme a fonte, a equipe tem certa experiência, não só em ataques a bancos, mas em situações de abordar casas com traficantes escondidos, mas ressalta que não "envolvem a mesma adrenalina".

 O militar afirma que o criminoso que atua em ataque a banco é diferente do "pirangueiro" comum, que rouba carro e moto. Os criminosos comuns são mais desorganizados e agem por impulso. O armamento é mais fraco, mas o policial ressalta que as armas, independente do poder de fogo, matam do mesmo jeito que um fuzil.

"Os assaltantes de banco são mais organizados. Planejam ações por meses e possuem armamento que pode causar um estrago bem maior. Mesmo assim não tem o treinamento e o mesmo preparo dos policiais das tropas especiais. O que eles (assaltantes de banco) possuem são logística e plano de ação", comenta. 

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