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Ato repudia machismo em torneio de futebol universitário

Alunas apontam machismo e depreciação do corpo feminino no nome e brasão de dois dos times inscritos no evento, organizado pelo CA de Direito de uma instituição de Fortaleza
12:34 | Abr. 10, 2017
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[FOTO2] Um torneio de futebol organizado pelo Centro Acadêmico do curso de Direito do Centro Universitário 7 de Setembro, na manhã do último sábado foi alvo de protesto na manhã desta segunda-feira, 10. Alunos de diversos cursos repudiaram o machismo e a depreciação do corpo feminino expresso por dois dos times inscritos na chamada Copa Tabosão.


Uma das equipes intitulada "habeas pernas" além do nome conter um trocadilho sugestivo, utilizou como brazão a imagem de uma mulher com as pernas abertas. Outro time chamado "Atecubanos", lido de trás para frente mostra expressões ofensivas e machistas às mulheres.
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O ato foi organizado depois de denúncias realizadas nas redes sociais e dezenas de alunos se reuniram no pátio de entrada da instituição para cobrar um posionamento e uma punição aos envolvidos na Copa Tabosão. Para uma das organizadoras do ato e aluna da faculdade, Carolina Azin, "o que aconteceu no campeonato apenas reflete o machismo dos alunos do curso".

 

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Em depoimento feito por uma das alunas no Facebook, ela afirma que ao perceber os trocadilhos e ofensas, as alunas resolveram se manifestar e contestar os responsáveis, "nós respondemos. Dissemos que não gostamos. Fizemos barulho. Não nos calamos. Se não poderíamos nos calar como estudantes, como mulheres é que isso não poderia ocorrer mesmo. A resposta foi só uma ratificação do desrespeito pelo qual já tínhamos passado: disseram que nós estávamos exagerando, tempestade em copo d'água, era uma brincadeira. Até mulheres, porque sim, a maior vitória do opressor é ter o oprimido do seu lado, nos mandaram procurar o que fazer, nos preocuparmos com a violência real. Nós fomos desrespeitadas", o post ganhou repercussão e muitos alunos também mostraram revolta com o acontecimento.

A vice-presidente do CA de Comunicação Social, Karol Saldanha, afirma que a "manifestação é necessária e o ato de hoje é uma resposta ao ato de machismo desses alunos e da objetivação da mulher. Mostramos que nós alunos não podemos deixar que esses atos de desrespeito se perpetuem dentro do ambiente acadêmico", afirma.

 

O presidente do CA de Direito, Alysson Castro, afirmou que os organizadores receberam os nomes dos times e que não perceberam o trocadilho. Acrescentou que a única atitude que poderia ser tomada na hora era cobrir o brasão e os nomes das equipes.  Em nota, os organizadores afirmaram que "não corrobora com qualquer prática machista e que repreenderá, dentro dos limites do razoável, atitudes que causem constrangimento indevido a qualquer grupo social",  a nota foi divulgada no perfil oficial do Centro Acadêmico Agerson Tabosa no Facebook.

Em nota divulgada pelo Centro Universitário 7 de Setembro, a instituição afirma que irá tomar as providências acadêmicas previstas em seu regimento interno e que valoriza a manifestação dos alunos. Apesar da nota divulgada nas redes sociais e em seu site oficial, a diretoria da instituição se recusou a falar com o O POVO Online sobre o assunto.

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Redação O POVO Online

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