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Pesquisadora radicada no Ceará é convidada por Gloria Perez para 'reflexão sobre gênero'

Helena Vieira lança seu primeiro livro 'Corpo Interrompido: Crônicas de transição' em junho próximo. Ela participa de debate sobre gênero e representatividade com a autora global
19:48 | Mar. 13, 2017
Autor Rubens Rodrigues
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Rubens Rodrigues Repórter do OPOVO
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Tipo Notícia
[FOTO1]Prestes a lançar o primeiro livro, a pesquisadora Helena Vieira, de 26 anos, embarca para o Rio de Janeiro, na próxima semana, para "uma reflexão sobre gênero". O convite foi realizado pela autora vencedora do Emmy Gloria Perez, que estreia sua próxima novela das nove, A Força do Querer, no próximo dia 3 de abril.

O contato veio nos comentários de uma publicação de Helena, no Facebook, na tarde deste domingo, 12, em um texto sobre feminismo nas universidades. Em novembro último, Helena palestrou sobre "protagonismo sem máscaras", na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi lá que a autora acriana conheceu o trabalho da militante feminista.
 
[VIDEO1]A mesa redonda intitulada 'Corpo: Artigo Indefinido' será fechada para pessoas envolvidas no processo da novela e vai tocar em dois pontos essenciais da trama, representatividade e transexualidade. A autora aposta no cearense Silvero Pereira como o motorista Nonato, que sai do interior para tentar a vida artística. Estabelecido nos palcos cearenses, Silvero se destacou no cenário nacional com o espetáculo BR Trans, do Coletivo As Travestidas.

Nascida em São Paulo, Helena Vieira está em Fortaleza há apenas três anos. Ela faz questão de dizer que, "enquanto Helena", é cearense. "Comecei minha transição de gênero quando cheguei no Ceará. Foi só quando comecei essa mudança que passei a entender a necessidade de combater preconceitos", explica.

Helena estudou Gestão Pública na Universidade de São Paulo e, desde então, está envolvida em lutas comuns à sociedade civil, como educação de qualidade e moradia digna. "Sou militante. Eu trouxe isso pra questão LGBT", aponta.

A pesquisadora conta que seu olhar "sobre os desafios de ser mulher de uma forma diferente", bem como as lutas e demandas políticas que envolvem essa população a fizeram rodar o País com palestras. "Minha militância vem de um papel que é muito mais de educar a sociedade para entender outra forma de ser do que de brigar", contempla.

Para ela, o caso da travesti Dandara dos Santos, cruelmente agredida até a morte, no bairro Bom Jardim, em Fortaleza, mostra a fragilidade da política social da população transexual no Ceará.

Intitulado 'Corpo Interrompido: Crônicas de transição', o livro da pesquisadora do Outro Grupo de Teatro, aponta para a importância de discutir questões ligadas aos preconceitos. A publicação sai em junho próximo, pela editora Devires.

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