Muro de escola está derrubado há mais de dois anos
O mato toma conta da quadra do Escola Edilson Brasil Soares, o UV3. Moradores contam que, à noite, espaço serve de esconderijo para criminosos[FOTO1]
Atualizada dia 15/3/2017 às 9h35min
Há pelo menos dois anos, boa parte do muro da Escola Municipal Edilson Brasil Soares, mais conhecido como UV 3, na segunda Etapa do Conjunto Ceará, foi ao chão. Os entulhos ainda estão presentes e se misturam ao lixo deixado pela população: sacos plásticos, restos de material de construção e até um sofá pode ser encontrado no terreno do colégio. A situação é pior em dia de chuva forte. O terreno da instituição fica completamente alagado e fica impossível chegar às aulas sem se sujar de lama.
“Sempre foi assim. Entra e sai prefeito, aqui só piora”, diz o monitor de informática Lucas Pontes, 19, que mora próximo à escola. Na casa dele, entram ratos e baratas vindos do lixo que se acumula no colégio. No terreno da instituição, que atende a crianças e adolescentes, do 1º ao 9º ano, o mato tomou conta do espaço que já foi uma quadra poliesportiva. O estudante Lucas da Silva, 17, que foi pegar o irmão no colégio, não sabe precisar desde quando a escola está naquele estado de abandono. “Eu não lembro a última vez que fizeram qualquer reforma aqui”, conta.
Letícia Coelho, 11, aluna do 5º ano, tem uma estratégia para não sujar os sapatos. Ela traz de casa duas sacolas plásticas e amarra uma em cada pé. O pai dela, o cabeleireiro Joaquim Coelho, 54, conta que o pátio do colégio fica como uma lagoa quando chove forte. Os estudantes criam um caminho de tijolos para atravessar a lama. Daniel Miranda, 17, há quatro anos estuda no UV3 e diz não se recordar de reforma nenhuma feita ali. “Já tive dengue e tenho certeza que peguei aqui na escola”, afirma.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos nas Secretarias da Educação e da Cultura dos Municípios do Ceará (APEOC), Anízio Melo, afirma que não soube da situação da escola, mas que prepara uma visita ao local.
A Secretaria Municipal da Educação (SME) informou, por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, que está elaborando um projeto de reconstrução do muro da unidade escolar. Além disso, ressalta que, mediante denúncia, a Regional 5 enviará fiscais ao local para resolver os problemas do entorno, como possíveis acúmulos de lixo, mato crescido e poças de água.
