Poluição química gerou espuma branca no riacho Martinho, em Fortaleza
As substâncias lançadas no riacho ocasionam espuma, que pode dificultar a oxigenação da água, informou a Seuma. Orientação é para a população não consuma a água do riachoAtualizada às 15h50min
A espuma branca que cobriu trecho do riacho Martinho, durante o fim de semana, foi formada devido à poluição química no local. A informação consta no laudo da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), divulgado após análise da água.
O riacho começa no sangradouro do açude Osmani Machado e passa pelos bairros Mondubim, Parque Dois Irmãos, Passaré, Serrinha, Dendê, Castelão e Dias Macedo, onde ainda recebe efluentes de outros riachos menores.
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AssineDe acordo com a Seuma, as substâncias lançadas no riacho ocasionam a espuma, que pode ainda dificultar a oxigenação da água. A poluição vem de efluentes industriais e dos imóveis, com lançamento de restos de detergente, sabão, xampus e sabonetes.
Os surfactantes e aditivos que compõem a fórmula de produtos de limpeza formam a espuma após turbulências, ocasionada pela queda d’água no riacho Martinho, próximo ao Açude Uirapuru, ainda conforme a Seuma.
Apesar de não possuir características tóxicas, a orientação é para que a população não consuma a água do curso de água nem entre no riacho, nem peixes provenientes desse riacho, devido às possíveis doenças de veiculação hídrica. A Prefeitura informa que iniciou a fiscalização dos estabelecimentos à margem do rio.
A Célula de Controle de Efluentes (CCE) fez levantamento na área compreendida entre a av. Alberto Craveiro, Dedé Brasil, Expedicionários e a av. Senador Carlos Jereissati. O objetivo é identificar estabelecimentos com as atividades de lava jato, lavanderias industriais e imóveis com contribuição significativa (grandes vazões) de efluentes sendo lançados na rede de drenagem de águas pluviais.
Em 2014, O POVO divulgou a formação da espuma branca no riacho Martinho. Na época, a ocorrência também gerou curiosidade entre os moradores.
Fiscalização
A Seuma informou que a fiscalização nos estabelecimentos, no entorno da área, é realizada anualmente. Já o monitoramento da balneabilidade é feito semanalmente, seguindo resolução 274/2000 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A análise para verificar parasitas de controle de poluição é feita quadrimestralmente.
Em nota, a Seuma esclareceu que, no caso de crime ambiental comprovado, há aplicação de multa que varia de R$ 5 mil a 500 milhões. O valor depende da capacidade financeira e do potencial degradador, bem como demais sanções administrativas (embargos e interdições), de acordo com o art. 54 inciso 5º da Lei 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais), combinado com o artigo 61 do Decreto 6514/2008.
Redação O POVO Online
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