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Taxistas e motoristas da Uber entram em conflito em frente ao Aeroporto de Fortaleza

Tarde foi de confrontos entre os dois grupos em lados opostos da avenida Senador Carlos Jereissati. Um motorista da Uber saiu com lesão na perna
19:50 | Jan. 18, 2017
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A ida de dezenas de motoristas da Uber à frente do Aeroporto Internacional Pinto Martins em protesto, desde o início da tarde desta quarta-feira, 18, rendeu confusões com taxistas credenciados do local. Houve troca de insultos e de acusações entre os dois grupos, cada um com uma versão diferente dos acontecimentos. Por volta das 15h30min, o acesso para o terminal de embarque e desembarque foi bloqueado por taxistas. O único episódio de agressão física deixou ferido um motorista da Uber. Os ânimos se acalmaram com a chegada do Batalhão da Polícia Choque da Polícia Militar (BPChoque), por volta das 17 horas.

O clima de tensão é constante desde a noite desta terça no Aeroporto. Um dos motoristas da Uber, que pediu para não ser identificado, relatou ter ido ao local por ter sido acionado para uma corrida no aplicativo da empresa. Chegando ao terminal de embarque, ele afirma ter sido encurralado por cinco taxistas que saíram de dentro de um carro. Segundo o motorista, um deles trazia uma barra de ferro na mão e ameaçava agredi-lo. Ele acrescenta que os taxistas teriam ido até a rua do lado do Atacadão Supermercado, onde os motoristas estavam concentrados em protesto, e danificado seis carros a pedradas.

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Por outro lado, o presidente da Coopertáxi no aeroporto, Lindberg Falcão relata que os motoristas da Uber foram até lá, na noite de ontem, para incitar confusões munidos de pedras, spray de pimenta e uma barra de ferro. O taxista Adriano de Oliveira afirmou que houve ameaças com arma de fogo aos taxistas, além de áudios no WhatsApp informando que eles iriam "invadir" o aeroporto. Segundo o relato, um dos taxistas saiu ferido na perna ontem à noite após pedradas e outros teriam deixado de ir trabalhar hoje por medo de novas agressões.

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No início da tarde desta quarta, um grupo de motoristas da Uber se concentrou mais uma vez na rua lateral do Atacadão. Segundo eles, o objetivo é chamar atenção das autoridades responsáveis pelo aeroporto, pedindo um acordo para que os motoristas não sejam hostilizados ao levar ou buscar passageiros até o local. Os protestos seguiam o ato iniciado nesta terça-feira, em manifestação contra a “violência praticada por taxistas” após um relato de agressão no Cumbuco.

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Bloqueio e agressão

Era aproximadamente 15h30min quando uma fila de táxis bloqueou a rampa de acesso da avenida Senador Carlos Jereissati para subir ao terminal de embarque e desembarque. A movimentação fez com que os motoristas da Uber fossem até a calçada, do lado do Atacadão. As trocas de insultos entre os dois lados se iniciaram à distância. Taxistas mais exaltados atravessaram a avenida e, os dois grupos se encontraram no meio da via, bloqueando a passagem de veículos no sentido da Parangaba para a BR-116. Não houve agressão física neste momento.

Veja vídeo:

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Os conflitos pareciam estar resolvidos quando um novo foco de discussões se reacendeu no acesso de pedestres ao aeroporto. Após bate-boca e troca de socos, um motorista da Uber, identificado como Érico, saiu com uma lesão na perna. Sentindo dor e sem conseguir andar normalmente, ele foi colocado no carro de um colega. Os dois saíram em busca de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Também foram duas versões para o caso. Os colegas da Uber afirmaram que ele quebrou o pé. Segundo o motorista Jarbas Studart, 28, Érico aceitou uma corrida no aeroporto e ligou para o passageiro para combinar o encontro na avenida. Isto porque não seria possível ir até o terminal naquele momento. Na entrada de pedestres, ele teria sido hostilizado pelos taxistas.

O relato dos taxistas é diferente. Conforme Adriano de Oliveira, Érico fazia parte de um grupo de motoristas que teria ido brigar com os taxistas que estavam no local. “Ele começou a brigar com outro colega, tropeçou, caiu e levou a pior. O cara saiu do canto e foi agredir o colega verbalmente. Entraram nas vias de fato, mas não foi o colega (taxista) quem agrediu”, explicou.  

A agressão renovou o bate-boca dos dois grupos no canteiro central. Com gritos de “Uber”, os motoristas aplaudiam e comemoravam quando passageiros atravessavam a avenida portando suas bagagens e seguindo em direção aos carros estacionados em frente ao Atacadão.

Presente no local desde o início da tarde, Vicente de Paula, presidente do Sindicato dos Taxistas do Ceará (Sinditáxi-CE), afirmou que as duas cooperativas regulamentadas para atender o Aeroporto estão sendo prejudicadas pela empresa Uber. Ele reiterou a orientação para que a categoria evite atritos e episódios de violência. Vicente pediu providências da Polícia Militar para evitar novos confrontos no lugar.

A dispersão dos motoristas da Uber ocorreu com a chegada de sete agentes do BPChoque. Enquanto o grupo cobrava providências sobre a agressão da tarde, o major Alexandre Rodrigues orientou que testemunhas levassem depoimentos e vídeos à delegacia mais próxima. Ele pediu o fim da aglomeração, argumentando que a briga generalizada poderia ter desfechos mais graves. E anunciou a solicitação de uma viatura para garantir a segurança do entorno, além do reforço do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur) lotado no aeroporto. Ainda segundo o major, os acontecimentos da tarde serão apurados para a responsibilização de agressores.

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