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Com DNA musical, cearense Laya lança primeiro disco solo em Fortaleza

Artista mescla batidas de rock, MPB e som nordestino em novo álbum. Cantora radicada em São Paulo é filha da dupla André López e Cristina Francescutti, que dividiu o palco nos anos 80. Laya é a terceira entrevistada para a série Safra 2017 - Música CE, do O POVO Online
10:00 | Jan. 14, 2017
Autor Lucas Mota
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Lucas Mota Repórter na editoria de Esportes
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Tipo Notícia

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A música está no DNA da francesa-cearense Laya Borges Lopes, 33 anos. Filha da dupla André López e Cristina Francescutti, que dividiu o palco nos anos 80, ela cresceu num ambiente de musicalidade e de agenda de shows pelo Brasil afora. Virou mulher de voz pulsante para embalar ritmos brasileiríssimos. Deixou o Ceará para voos maiores na carreira, em São Paulo, onde mora desde 2007. Dez anos depois, retorna a Fortaleza com o primeiro disco solo. Lança o álbum na noite deste domingo, 15, em show no Anfiteatro do Dragão do Mar.

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[SAIBAMAIS]Laya exibe todo seu talento passeando com segurança pelas 14 faixas do disco, numa viagem por batidas de rock, MPB e raízes nordestinas. O álbum também dá força ao lado compositora da cantora, com três canções de sua autoria e cinco em parceria com outros músicos, destaque para as duas faixas que abrem o álbum: "Mais brilhantes" e "A luz que corta". Como intérprete, ela impõe vibração em "Hotel das Estrelas" (ards Macalé/Duda Machado), na dançante "Alheia" (Igor Caracas/Maria Ó) e "Diosa Pájaro", da parceria entre Mauricio Tagliari e Ava Rocha, que escreveu a música especialmente para a cearense.

[QUOTE1]A veia nordestina está presente no disco em canções como "Bela do Cariri" e "Visão". Nesta última, a cearense é acompanhada apenas pelo som do acordeon. "Queria falar no meu disco do sertão, é algo muito forte em mim. Cresci no Ceará, sou uma menina cabocla do sertão. A música fala de chegar no sertão, de estar voltando, dessa coisa emocionante. E o sertão tem isso, dessa coisa bonita que emociona", diz.  

 

A carreira solo de Laya começou a ganhar força com o encontro dela com o seu produtor atual, Mauricio Tagliari. Curador do show em homenagem a Caetano Veloso, em São Paulo, o músico convidou a cearense para participar do projeto, em 2015.

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"O disco solo já estava na cabeça. Fazia muito tempo que estava com vontade de fazer. E se concretizou com o aparecimento da oportunidade que foi o encontro com o meu produtor Mauricio Tagliari. Ele gostou do meu trabalho e me chamou para gravar o disco. Começamos a trabalhar juntos e super fluiu", conta Laya.

Para a criação do álbum, um time de músicos foi formado. O disco ganha diversas formações ao longo das 14 faixas do CD. As parcerias foram fundamentais dentro do processo criativo do disco.

 

"Eu e meu produtor buscamos fazer coisas simples. Fomos muito pelo caminho da simplicidade e de chamar bons músicos criadores. E foi tudo muito espontâneo. A gente trazia uma canção e íamos construindo. Tem uma música do Rômulo Fróes e do Clima. Mandaram com voz e violão, meio triste. E eu propus fazer um funk carioca. Depois ela já virou outra coisa, uma música bem macumbaço. Cada música teve uma história no disco".

Trajetória
[FOTO2]Laya é a filha mais velha dos quatro filhos do casal de músicos, o cearense André López e a gaúcha Cristina Frascecutti. Foi a única dos irmãos a seguir profissionalmente pela arte da música. Nasceu em Estrasburgo, na França, onde ficou até o primeiro ano de vida. Os pais retornaram ao Brasil, para o Rio de Janeiro e, em seguida, foram morar em Fortaleza. Na Capital cearense, a cantora morou até os 23 anos, quando seguiu para São Paulo.

Com uma dupla de artistas em plena atividade dentro de casa, Laya foi criada nos palcos e viu de perto o que é ser músico. "Dormia debaixo dos palcos. Minha mãe levava a gente para todo canto. Eles tocavam juntos (pais), e a gente viajava muito. Minha mãe armava uma rede debaixo do palco. Eu subia no palco quando criança. Todo mundo é artista em casa, não tinha para onde fugir", conta.

Apesar da proximidade com a música, virar cantora foi parte de um processo com passagens por seguimentos da arte. Ainda criança, começou a fazer teatro. Depois pulou para a dança. Iniciou no balé com a bailarina e coreógrafa cearense Silvia Moura. Ingressou na Companhia Avatar e passou a viajar pelo Brasil para se apresentar. Lá conheceu Davi Brasileiro e Leco Jucá, que faziam a trilha ao vivo nas apresentações da Cia.

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Naquela altura, Laya, além da bagagem musical de casa, já havia realizado alguns projetos na música. Do encontro com Leco e Davi nasceu a banda O Quarto das Cinzas que, posteriormente, se tornaria O Jardim das Horas.

"Na companhia, conheci o Davi e o Leco, que já tocavam e tinham um projeto de música eletrônica. A gente marcou de se encontrar para fazer um som e foi o Carlos (Eduardo Gadelha) também, que já tocava com eles. Daí começou O Quarto das Cinzas, em 2003", narra. O grupo passou a se chamar O Jardim das Horas quando lançou o primeiro disco, em 2009. A banda deu um tempo para projetos paralelos dos músicos, como o caso de Laya, que foca atualmente na carreira solo. A formação atual é Laya, Carlos Eduardo Gadelha, Raphael Haluli, Vitor Colares e Victor Bluhm.

Laya é a terceira entrevistada para a série Safra 2017 - Música CE, do O POVO Online, que traz que traz histórias de bandas e artistas cearenses que estão lançando discos no mês de janeiro. Jonnata Doll e o grupo Groovytown também foram entrevistados.

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Serviço:
Lançamento do álbum solo de Laya
Local: Anfiteatro Dragão do Mar
Quando: domingo, 15
Hora: 20h
Ingresso: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)

[SELOMUSICADRAGAO]

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