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Familiares de presos denunciam falta de atendimento nas delegacias da Capital

Em visita às unidades, a Defensoria Pública identificou ainda outras irregularidades, como superlotação das celas e lixo acumulado
20:55 | Set. 09, 2016
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Familiares de internos do Complexo da Polícia Especializada (Cope) protestaram por atendimento nos distritos policiais de Fortaleza, na manhã desta sexta-feira, 9. Conforme as pessoas presentes no ato, eles foram impedidos de realizar a entrega de comida, água e de material de higiene nas delegacias. A manifestação foi realizada em frente ao Núcleo de Assistência ao Preso Provisório e às Vítimas de Violência (NUAPP) da Defensoria Pública do Ceará. 
 
Os manifestantes usaram sacos plásticos pendurados com comida e água simbolizando a falta de mantimentos nos distritos policiais. De acordo com a Defensoria Pública Geral do Estado do Ceará, defensores públicos visitaram as unidades prisionais para verificar a procedência das denúncias. O defensor público Emerson Castelo Branco, supervisor do NUAPP, classifica como "absurda" a situação dos presos. "Encontramos várias irregularidades nas carceragens, como superlotação das celas, grades trancadas por cadeados convencionais, possibilitando a ocorrências de fugas, além do lixo acumulado", diz.   
 
A defensora pública Gina Kerly Pontes Moura, que também acompanhou as denúncias, lembra que a situação está dessa forma há, pelo menos, quatro anos. Para ela, a situação prejudica tanto o preso como a polícia e até a própria sociedade. "O preso fica exposto a uma situação degradante. A polícia fica impossibilitada de desenvolver seu papel", afirma. Em 2012, o NUAPP realizou uma série de inspeções em 26 delegacias de Fortaleza. A Defensoria chegou a elaborar uma Ação Civil Pública (ACP) solicitando a desativação imediata das carceragens das distritais. Até hoje, o Poder Judiciário não apreciou a ACP.
 
"Conversamos com familiares, com os presos, delegados e policiais e dentre as propostas da Defensoria Pública está um projeto que inclui atividade de práticas de justiça restaurativa, a efetivação de uma central de flagrantes e o estabelecimento de um calendário de desativação das carceragens", conclui Gina Kerly. 
 
Redação O POVO Online

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