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Escola homenageia vítimas da Chacina da Grande Messejana

A marcha alusiva ao Dia da Independência do Brasil adotou a temática "Justiça e Paz se Abraçarão" e relembrou a matança ocorrida nas ruas do bairro há 10 meses
12:36 | Set. 17, 2016
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O tradicional desfile cívico de 7 de Setembro da Escola Municipal Professora Terezinha Parente, no Curió, ganhou um novo significado este ano. A marcha, que tradicionalmente ocorria no feriado da Independência, mudou de data e adotou temática “Justiça e Paz se Abraçarão”, numa homenagem às vítimas da Chacina da Grande Messejana, que deixou 11 pessoas mortas e outras sete feridas, no último dia 12 de novembro de 2015.

“Decidimos que este ano o desfile seria no fim de semana posterior ao do dia 12, para que também ficasse marcado como um ato pela paz. Enquanto instituição escolar, devemos educar nossos alunos pelos valores cívicos e também sociais. Esse é o nosso papel. E justamente por estarmos inseridos na comunidade, temos essa obrigação”, afirmou o diretor da escola, professor Adriano Nascimento.

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Cerca de 1.200 alunos marcharam pelas ruas do bairro. Divididos em vários pelotões, eles passaram pelos locais onde algumas vítimas foram executadas e homenagearam cada uma delas. Um dos pelotões desfilou com cruzes com os nomes dos mortos. Em outro, as mães de cinco vítimas participaram, vestindo camisetas estampadas com fotos e nomes dos filhos. Elas não concederam entrevistas, mas agradeceram o apoio prestado pela escola.

Única familiar das vítimas a se manifestar, a eletrotécnica Catarina Ferreira, 39, agradeceu a homenagem ao jovem Pedro Alcântara Filho, 18, executado durante a matança. Filho de Catarina, Pedro foi aluno da escola. Nos meses que antecederam a chacina, o jovem dava aulas de percussão na banda de fanfarra, que a partir do desfile passou a se chamar PAF, letras iniciais do nome de Pedro, numa homenagem ao jovem.

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“Não tenho palavras para descrever essa emoção. Só trocaria tudo isso pra ter a vida do meu filho de volta. Eu me sinto muito amada por todos os amigos dele, pela comunidade. E isso só prova aquilo que eu sempre disse: meu filho era inocente. Não há prova maior que essa aqui”, disse. Catarina desfilou levando o instrumento que Pedro tocava na banda.

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