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Auxiliares de perícia se recusam a realizar necropsias sem médicos

Ao exigirem a presença de médico legista, conforme determina a legislação, a tendência é de atraso no serviço na Comel - antigo IML. Os profissionais denunciam falta de material adequado para a realização do serviço
10:55 | Set. 13, 2016
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Atualizado ao meio-dia

Os auxiliares de perícia também aderiram ao movimento conjunto de policiais civis e peritos que cobra melhores condições de trabalho. A partir da manhã desta terça-feira, 13, os auxiliares, dentre outras medidas, só atuarão em necropsias com a presença de um médico legista, conforme determina o estatuto que regula a atividade.


Devido à demanda, é comum os auxiliares não contarem com a supervisão competente, explica Francisco Lucas, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpol/CE). "Algumas vezes, devido à demanda, o médico faz duas ou três perícias ao mesmo tempo", cita. O processo deve atrasar a liberação de corpos na Coordenadoria de Medicina Legal (Comel) — antigo Instituto Médico Legal (IML) —, reconhece o presidente do Sinpol, mas ele pede a compreensão da sociedade para a carência enfrentada na atividade.

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Os auxiliares denunciam falta de material adequado para a realização do serviço. Conforme exemplifica Francisco Lucas, as batas fornecidas pelo Estado não evitam contaminação sanguínea. Os auxiliares de perícia exigem o fornecimento do chamado capote azul, que protegeria possíveis exposições.
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Ainda nesta manhã, o Sinpol deve reunir-se com auxiliares de perícia lotados na Coordenadoria de Identificação Humana e Perícias Biométricas (CIHPB). No antigo Instituto de identificação, também há denúncias de desvio de função, como terceirizados realizando o trabalho de auxiliares — o que também ocorre na Polícia Civil, conforme Francisco Lucas, em que os servidores muitas vezes operam o Sistema de Informações Policiais (SIP).


Os peritos criminais já haviam deflagrado a operação Perícia Legal na quinta-feira, 8, também reivindicando melhores condições de trabalho e cumprimento do exige a legislação. A operação se soma à "Polícia Legal", dos policiais civis, que, dentre outras medidas, vem proibindo a entrada de alimentação não fornecida pelo Estado aos presos nas delegacias.

 

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) afirma que "o diálogo com as categorias permanece aberto e que as demandas dos profissionais estão sendo analisadas em conjunto com outras pastas do Governo".

 

Redação O POVO Online

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