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'Troca de favores' entre diretores e preso é investigada

Acusado de assalto a banco e sequestro, Márcio Perdigão teria se oferecido aos diretores da unidade para substituir uma bomba d'água defeituosa. Após isso, administradores passaram a tolerar provocações do presidiário contra agentes penitenciários
14:50 | Jun. 21, 2016
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Tipo Notícia

Um processo administrativo disciplinar apura uma suposta troca de favores entre diretores e um detento da Unidade Prisional Desembargador Francisco Adalberto de Oliveira Barros Leal (CPPL de Caucaia), na Grande Fortaleza. O caso teria ocorrido no primeiro semestre de 2015, quando um defeito em uma bomba deixou a CPPL sem água.

 

Conforme apurou O POVO Online, diante da impossibilidade da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) restabelecer de imediato o fornecimento e com o tumulto causado pelos presos, o então diretor-adjunto da unidade, Fernando Frederico Machado Pinheiro, teria aceitado a proposta de substituição da bomba, feita por Márcio Perdigão. Este, supostamente, é integrante de uma facção que controla a unidade e é acusado de assalto a bancos e sequestro.

"Em virtude do prestígio adquirido, o citado interno teria passado a destratar agentes penitenciários, não tendo o agente penitenciário Fernando Frederico Machado Pinheiro aplicado qualquer punição ao referido interno", consta no Diário Oficial do Estado da sexta-feira, 17. O então diretor adjunto também teria passado a ter reuniões extraoficiais com Márcio Perdigão, conforme a denúncia. Na portaria Nº 583/2016 GAB/CGD é informado ainda que, em uma das reuniões, Márcio Perdigão recebeu o número do telefone da esposa, dado pelo diretor adjunto após consulta na agenda do próprio celular, o que demonstra "uma relação próxima com o interno".

Em nota, a Sejus informa que o diretor adjunto foi afastado preventivamente do cargo. "Vale ressaltar que o afastamento do servidor não significa nenhuma penalidade, tratando-se apenas de uma medida cautelar", explica a Sejus. O POVO Online procurou Fernando Frederico Machado Pinheiro, mas ele não quis comentar o caso. No DOE, consta que ele relatou que o diretor da unidade à época, Francisco Orlando Alves Rodrigues, aceitou a proposta de Márcio Perdigão.

A Sejus afirma que, "assim que recebeu as informações", ainda em 2015, encaminhou todo o material necessário para investigação da CGD e que "permanece à disposição da CGD para contribuir com as investigações". Os diretores têm cinco dias úteis a partir da publicação da portaria para apresentar defesa prévia.

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Redação O POVO Online

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