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Maternidade Escola homenageia doadoras de leite

Heroínas anônimas, mães doadoras alimentam cerca de 60 bebês diariamente. A comemoração ocorreu em alusão ao Dia Internacional da Doação de Leite Humano
22:28 | Mai. 20, 2016
Autor Ana Rute Ramires
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Ana Rute Ramires Repórter da editoria de Cidades
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Tipo Notícia

“A gente doa e só consegue imaginar, mas ver o resultado da nossa doação é algo que transcende, a gente fica mais motivada ainda”. Esse é o sentimento de Ana Paula, mãe de Maria Luisa, de cinco meses, e doadora do Banco de Leite Humano da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC) há três meses. Ela foi uma das homenageadas na manhã de ontem, 20, na qual a MEAC preparou uma programação em alusão ao Dia Internacional da Doação de Leite Humano, 19 de maio.

Cerca de 70 mães doadoras foram convidadas para um momento de agradecimento, sorteio de brindes e apresentação do “caminho do leite” (preparação do leite até ser dado aos bebês), para que elas conheçam o destino de sua doação. As heroínas anônimas são um pouco mães dos bebês que recebem o leite, afeto oferecido sem mesmo terem conhecimento de quem vai receber. Elas compartilham vida aos bebês cujas mães enfrentam a luda diária de não pode amamentar.

Os bebês que necessitam da doação são os internados nas Unidades de Terapia Intensiva e de Cuidados Intermediário, além do Projeto Canguru. São prematuros, de baixo peso ou com infecção grave, filhos de mães que estão no momento impossibilitadas de produzir leite suficiente para sua dieta e, por isso, precisam da doação para sobreviver.

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Como Cellyne Vitória, pré-matura internada há quatro meses. Antônia Moura, mãe da bebê, é moradora de Madalena, a 184 km de Fortaleza, e só pode vir à maternidade três vezes por semana. “Meu leite era pouco, foi muito difícil não poder alimentar minha filha. Mas foi maravilhoso saber que ela recebe o leite de outras mães, que ela está bem”. Mães como Antônia consideram a doação mais do que um ato de caridade, e sim, doação de vida.

Para Lorena Loureiro, mãe de Raul, de quatro meses, a doação “é importante também para o meu bebê”. Ela relata que começou a doar com menos de um mês após o parto, pois tinha muito leite e, e em excesso, isso piora a amamentação do bebê. “Ajudar o outro, nesse caso, é salvar vidas. E eu me pergunto: será que tem mães suficiente doando?”.

A demanda diária de consumo dos recém-nascidos é de sete litros e o estoque mínimo de segurança é de 30 litros. Apesar de ter muitas mães cadastradas, a campanha por novas doadoras é permanente, pois a rotatividade é grande. A mulher precisa estar amamentando e ter excesso de leite para doar, quando termina um desses fatores, ela deixa de ser doadora.

Como é feito o cadastro?

• A mãe que deseja ser doadora pode se dirigir à MEAC ou realizar o cadastro por telefone, no qual informará dados pessoais e os resultados de exames para comprovar que está apta para doar.
• O motorista do Banco de Leite vai na casa da mãe doadora deixar o material que deve ser utilizado durante a ordenha (máscara e touca) e panfletos informativos explicando como é realizado o processo.
• A partir daí a mãe recebe o vasilhame e o Banco de Leite realiza a coleta na casa da doadora uma vez por semana.

Quem pode doar?

• A mulher doadora precisa estar amamentando seu filho e ter excesso de leite
• Não deve estar tomando certos medicamentos
• Precisa comprovar boa saúde nos exames

“Caminho do leite”

• Triagem do leite na qual é verificado se a conservação está adequada.
• Controle da qualidade com realização de análises laboratoriais
• Pasteurização
• Armazenamento

Serviço:

Banco de Leite Humano da MEAC
Rua Coronel Nunes de Melo, s/n – Bairro Rodolfo Teófilo
Telefone: (85) 9 3366.8509

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