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Temperatura em Fortaleza está acima da média histórica

Características urbanísticas da Capital, associadas aos fatores naturais, colaboram para a sensação de calor
16:00 | Mar. 25, 2016
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Tipo Notícia
As altas temperaturas e a baixa velocidade dos ventos (2,4 m/s), comuns neste período do ano, têm tornado desconfortante para os moradores a sensação térmica na grande Fortaleza. Segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a temperatura máxima da cidade dos últimos dias está acima da média histórica, marcando 33,9ºC, que é ocasionado pelo fenômeno natural El Niño - aquecimento da superfície das água do Oceano Pacífico - que atinge toda a região Nordeste. 

Aliado aos fatores naturais, a urbanização da capital cearense contribui fortemente para o aumento da sensação térmica na cidade. Segundo o presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil - Departamento do Ceará (IAB-CE), Custódio Santos, o projeto urbanístico de Fortaleza foi muito voltado para uma cultura automobilística, que adota uma pavimentação asfáltica. “Eu não consigo entender o porquê que há ruas de bairros da capital com asfaltos. Estas poderiam ter outro tipo de pavimentação”. Custódio explica que o asfalto aumenta a temperatura da cidade por ser da cor preta e, dessa forma, acaba emitindo calor.
 
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Além disso, o presidente da IAB-CE ressalta que a ventilação da cidade vem da direção sudeste e que os edifícios altos impedem a circulação de ar pela capital. “O ideal é que sejam (edifícios) cada vez menores”, afirmou. Outra questão de grande relevância é a baixa arborização da cidade, pois as árvores são responsáveis por remover o dióxido de carbono (CO2), principal causador do efeito estufa. “Quando você entra em uma rua com muitas árvores, a sensação térmica melhora. A paisagem contribui violentamente para a sensação de calor”, acrescentou.
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Entre as pessoas que circulam pelas ruas da cidade, os pedestres são os que mais sofrem com urbanização inadequada da capital. “A maioria dos motorista de carros andam no ar-condicionado e não tem a mesma exposição de sol que o pedestre", afirmou Mikaele Patrício, fisioterapeuta, que estava em uma parada de ônibus em Messejana.
 
Outra fortalazense frisou a falta de atenção aos pedestres. "Os motoristas não precisam ficar em paradas, que muitas vezes não possuem um abrigo, conforto. O pedestre acaba sofrendo mais", queixou a técnica de enfermagem, Tânia Silva.  
 
Soluções
Para o presidente da IAB-CE, a solução a curto prazo seria aumentar a vegetação da capital. Repensar na pavimentação da malha viária e projetos de sistema de transportes públicos para diminuir a quantidade carros carros seriam ações com peso significativo no clima da cidade. Nos últimos anos, a prefeitura de Fortaleza tem implantado o sistema bicicletar nos bairros e aumentou a extensão das clicofaixas. Entretanto, essas ações ainda não possuem um peso significativo para a melhora do bem-estar térmico dos fortalezenses.

Redação O POVO Online

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