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Jovens denunciam preconceito em linha de ônibus

O caso foi repercutido nas redes sociais pelo presidente da Cufa, Preto Zezé. Segundo o grupo, o motorista alterou a rota e os levou à Polícia
21:33 | Fev. 22, 2016
Autor O POVO
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Tipo Notícia
Seis jovens denunciaram terem sido vítimas de preconceito na noite deste domingo, 19, durante retorno para casa no transporte público. A história foi repercutida na página do presidente nacional da Central Única de Favelas (Cufa), Preto Zezé. Os garotos voltavam para casa após participarem da gravação de um programa de rádio, junto com Preto Zezé. Durante o percurso, o motorista da linha 650 (Messejana/Centro/Br Nova) desviou a rota e os levou à sede do Quartel do Comando Geral Governador Cesar Cals de Oliveira Filho, no bairro Alto da Balança, por volta das 22h10.

“Viemos de carona com Preto Zezé até a parada de ônibus, na Avenida Aguanambi. Entramos no coletivo e ficamos na parte de trás conversando. Com poucos minutos, o motorista falou para passarmos a catraca, questionamos o motorista, mas resolvemos acatar o “pedido”. De repente, notamos que a rota do ônibus estava sendo alterada”, contou Jefferson Melo, 20.

Segundo o estudante universitário, o motorista do ônibus parou em frente ao Quartel do Comando Geral e conversou com os policias, que entraram armados e ordenaram que o grupo descesse do coletivo com as mãos para o alto. “Fomos tratados como bandidos, fomos expostos. Já fui revistado outras vezes no bairro onde moro, mas nunca de forma tão desnecessária”, criticou. 

“Tudo ocorreu básica e simplesmente por um motorista de ônibus enxergar neles o esteriótipos de violentos, a partir desse entendimento preconceituoso, levou o pessoal para o batalhão”, publicou o presidente da Cufa.

Jefferson Melo afirmou que o grupo entrará com ação judicial contra a empresa por danos morais, discriminação e racismo. 

Sindiônibus

Nos comentários da postagem, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), Dimas Barreira, afirmou que “não crucifica o motorista pela atitude” e que  “vários assaltos fora evitados por ações quase idênticas”. “Nossos motoristas, cobradores e passageiros têm sido submetidos à situações de pavor, o que pode conduzir a conclusões precipitadas”, afirmou. Ele disse também que lamenta pelo caso e pretende implementar ações objetivas para evitar situações semelhantes.

O Povo Online ligou para a assessoria do Sindiônibus, mas não conseguiu fazer contato até o fechamento desta matéria. O motorista da linha não foi identificado.

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