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Alunos da UFC desenvolvem projeto para combater larvas do Aedes Aegypti

A equipe, formada por dez alunos da instituição e por um universitário de Brasília, criou uma campanha de financiamento coletivo para custear participação em competição nos Estados Unidos
18:39 | Fev. 29, 2016
Autor O POVO
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Alunos do curso de Biotecnologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveram um projeto competitivo, cujo intuito é combater a larvas e a consequente proliferação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Os onze alunos agora unem esforços para participar do iGEM 2016 (International Genetically Engineered Machine), concurso internacional de biologia sintética, realizado anualmente em Boston, nos Estados Unidos.

Conforme a estudante Ana Caroline Xavier, 22, o grupo já conta com uma estrutura pronta para desenvolver o projeto, que consiste na alteração do DNA de microalgas, produtoras das proteínas Cry, tóxicas ao mosquito.  

Conforme a aluna, este tipo de proteína é amplamente utilizado na indústria e citada em diversos estudos como sendo uma substância tóxica, porém não prejudicial ao ser humano.
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"A gente escolheu uma espécie de microalga por ser mais inovador e por existir em nosso litoral. A microalga fica dentro de uma cápsula num tanque de água e vai produzir a proteína em quantidade", explica Ana Caroline.   

Os estudantes têm expectativa de se inscreverem na competição até o fim do mês de março. A inscrição da equipe, no entanto, exige o pagamento de US$ 4.500. Além disso, é necessário pagar o valor da inscrição individual (US$ 600) daqueles que forem apresentar o projeto em Boston.

"Estamos tentando levar a equipe inteira, mas podem ir só dois", afirma a estudante. Além dela, integram o grupo Marcus Rafael, Beatriz Chaves, Fabrícia Diniz, Jorge Neto, Larissa Queiroz, Danilo Vasconcelos, Wallady Barroso, Renato Marques, todos do curso de Biotecnologia da UFC; Daniel Carlos, aluno de Sistemas e Mídias Digitais da UFC; e Daniel Dantas, aluno de Engenharia da Computação da Universidade de Brasília (UNB).

Financiamento

No intuito de facilitar as doações financeiras, os alunos procuram fomento por meio de editais, e apostaram em criar uma campanha de financiamento coletivo no site Kickante. A meta é arrecadar, nos próximos 53 dias, R$ 35 mil.

Ana Caroline ressalta que, independente da participação no concurso, os alunos querem dar continuidade ao projeto, considerando o impacto social da pesquisa.  

"Temos interesse, se a gente tiver apoio financeiro e estrutural da UFC. Mas seria importante participar da competição, pois tem peso tanto para a universidade quanto para o Brasil. Apenas duas equipes do Nordeste participaram", complementa.

Contribuições para os estudantes podem ser feitas por meio do portal Kickante.

Projeto de extensão


André Luis Coelho, vice-coordenador do programa de pós-graduação em Biotecnologia de Recursos Naturais e coordenador do Laboratório de Biotecnologia Molecular (LabBMol); e Bruno Anderson Matias da Rocha, coordenador do programa de pós-graduação em Bioquímica e coordenador do Laboratório de Biocristalografia (Labic) são os professores orientadores do projeto.

De acordo com André Luis, esta é a primeira vez que a UFC terá representação no evento. Embora não haja um fundo destinado a participações dos alunos em eventos acadêmicos no exterior, a universidade aprovou nesta segunda-feira, 29, um projeto de extensão com preparação exclusiva para o concurso, nomeado Pré-iGEM.

Segundo o professor, já estão sendo procuradas alternativas para viabilizar a viagem dos estudantes, como a apresentação do projeto a possíveis investidores. 

"As equipes começam a se preparar com inovação e realização da pesquisa. Esta é uma ótima oportunidade para esses alunos trabalharem e representarem a UFC no exterior em um evento de tão grande porte", frisa.

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