Três meses depois de acidente no edifício Versailles, responsabilidade do desabamento não é definida
A data para a visita do perito, no entanto, não foi definida, e novas audiências devem ser agendadas. Local segue interditado e moradores não podem voltar para casa
A reunião contou com representantes do condomínio, do contratante dos operários e da construtora que fez o empreendimento, a Mendonça Aguiar. A data para a visita do perito, no entanto, não foi definida, e novas audiências devem ser agendadas.
Os advogados da família de Valdízio Moreira Nunes, um dos operários que morreu no desabamento, pediu, em situação emergencial, a indenização dos familiares e acompanhamento psicológico das três filhas da vítima. O pedido foi negado até o resultado do novo laudo técnico.
Valdízio Moreira morreu logo após a queda dos blocos, no dia 3 março, e deixou mulher e três filhas, de 8, 10 e 11 anos de idade. Outros dois operários que foram atingidos por blocos durante o desabamento foram socorridos e ficaram internados no Instituto Doutor Frota (IJF), em Fortaleza.
Juvandir José do Nascimento, 44, teve morte encefálica no dia seguinte e seu irmão, Raimundo José do Nascimento, 52, que também trabalhava na obra quando a varanda desabou, teve alta e sobreviveu. A audiência com o advogado da família deles está marcada para agosto.
Acidente
A varanda do condomínio residencial localizado no cruzamento das ruas Ana Bilhar e Joaquim Nabuco, no bairro Meireles, passava por reforma, quando desabou e atingiu três pessoas que trabalhavam na obra. O prédio foi evacuado e interditado e deixou as sete famílias que morava no local sem a chance de voltar para casa.
[SAIBAMAIS 4] Segundo o laudo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE) o desabamento foi provocado pela falta de manutenção preventiva e alto grau de oxidação das ferragens das vigas de sustentação.
O problema foi ''uma consequência de ações humanas, tais como a falta de capacidade técnica do pessoal envolvido na manutenção e conservação da estrutura de concreto armado”. Além disso, causas naturais estão relacionadas ao envelhecimento dos materiais que compõem a estrutura, principalmente o aço.
O advogado do condomínio, Victor Holanda, sustenta que o estudo do Crea não foi sucidiente e que o problema foi originado na construção do prédio, que seria irregular.
Conforme O POVO publicou na edição de 11 de março, a construtora diz que o Habite-se do Versailles é de 1986 e que a administração e a responsabilidade cabem ao condomínio desde então. “Neste período, a construtora não recebeu qualquer comunicado apontando vícios ou irregularidades”, comunicou a empresa.
Redação O POVO Online (com
informações do repórter Rômulo Costa)
informações do repórter Rômulo Costa)