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41% da população adulta do Ceará possui alguma doença crônica

Pesquisa inédita de saúde revela que doenças como hipertensão, problemas na coluna e colesterol alto estão entre as que atingem mais pessoas no País
16:59 | Dez. 10, 2014
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Levantamento feito de forma inédita, Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) revela que mais de 41% da população adulta do Ceará (CE), o equivalente a 2,5 milhões de pessoas, possui pelo menos uma doença crônica não transmissível (DCNT). A pesquisa foi realizado pelo Ministério da Saúde (MS) em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e aponta que as mulheres são as principais vítimas dessas enfermidades (44,3%) – são 1,4 milhão de mulheres e 1,1 milhão de homens (37,8%) portadores de enfermidades crônicas.

O índice cearense acompanha o nacional, em que cerca de 40% da população, o equivalente a 57,4 milhões de pessoas, também são atingidas com uma DCNT.

O dado é preocupante porque, de acordo com o relatório, as doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por mais de 72% das causas de mortes no Brasil.

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A hipertensão arterial, o diabetes, a doença crônica de coluna, o colesterol (principal fator de risco para as cardiovasculares) e a depressão são as que apresentam maior prevalência no país. Entre os fatores de risco das existências dessas doenças estão hábitos como tabagismo, consumo abusivo de álcool, excesso de peso, níveis elevados de colesterol, baixo consumo de frutas e verduras e sedentarismo.

Em texto de apresentação, o ministro da Saúde Arthur Chioro classifica a pesquisa como "retrato atual da saúde da população" e aponta a "prática de exercícios físicos e outras medidas voltadas a um estilo de vida mais saudável" como forma de reverter o quadro que a PNS apresenta. "As equipes de Saúde da Família têm tido uma atuação importante nessa área, com a realização de grupos de caminhada e de dança, e muitas cidades tem valorizado as ciclovias, por exemplo. Temos de romper esse hábito de sentar na frente da televisão e chamar a atenção da população sobre o sedentarismo. O Ministério da Saúde, agora, tem um desafio ainda maior com o Mais Especialidade, direcionando o nosso olhar aos dados da PNS", destaca o ministro.

Regiões

O estudo classificou ainda a presença das doenças crônicas por região, ficando o Nordeste em quarto lugar com 36,3% dos habitantes, o equivalente a cerca de 14 milhões de pessoas. O Sul e o Sudeste obtiveram os maiores índices – com 47,7% e 39,8%, respectivamente. Em números absolutos, isso significa 10,3 milhões de habitantes do Sul e 25,4 milhões do Sudeste. O Centro-oeste é a terceira região com maior prevalência – 4 milhões de pessoas (37,5%) e em último está o Norte com 32% dos habitantes – 3,4 milhões dos que vivem na região Norte.

As mulheres tiveram maior prevalência quando comparadas aos homens em todas as regiões. De acordo com o MS, isso ocorre pelo fato delas procurarem atendimento em saúde de forma espontânea com mais frequência do que os homens, facilitando assim o diagnóstico de alguma possível doença crônica.

Números

Os dados para a PNS foram levantados entre agosto de 2013 a fevereiro deste anos. A pesquisa, conforme explica o MS, tem o objetivo de servir de base para que a pasta possa traçar as políticas públicas de saúde para os próximos anos. Durante o levantamento, foram entrevistados 63 mil adultos em domicílio, escolhidos por meio de sorteio entre os moradores da residência para responder ao questionário.

Essa é a primeira parte da pesquisa; uma segunda fase trará informações resultadas dos exames de sangue, urina e aferição da pressão arterial dos brasileiros.

Doenças

Doenças crônicas de grande magnitude, sendo também as mais graves, a hipertensão e o diabetes foram alvo de profunda investigação da PNS. A pesquisa revelou que a hipertensão atinge 1,1 milhão de pessoas acima de 18 anos no Ceará, o que corresponde a 18,7% da população. Importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, a doença aparece mais no sexo feminino, com prevalência em 21,1% das mulheres e 16,1% dos homens no Ceará.

Já o diabetes, transtorno metabólico causado pela elevação da glicose no sangue, atinge 306 mil pessoas do Ceará – o que corresponde a 4,9% da população adulta local. As mulheres (6,1%), mais uma vez, apresentaram maior proporção da doença do que os homens (3,6%) – 200 mil contra 106 mil habitantes. Em todo o Brasil, 9 milhões de brasileiros – o que corresponde a 6,2% da população adulta – possuem a doença.

No caso do colesterol, a PNS identificou que 638 mil moradores do Ceará com mais de 18 anos apresentam colesterol alto, o que representa 10,3% da população adulta. Sendo 12,9% das mulheres e 7,3% dos homens. Quando analisados os dados nacionais, a PNS aponta que 18,4 milhões de brasileiros apresentam colesterol alto, 12,5% da população adulta.

A depressão, distúrbio afetivo que ocasiona queda do humor, atualmente atinge 272 mil adultos no Ceará. O diagnóstico da doença corresponde a 4,4% da população da capital – sendo que a prevalência é de 6,7% entre as mulheres e 1,8% nos homens.

Atualmente, 1,4 milhão de adultos são acometidos por problema crônico de coluna no Ceará, o que corresponde a 24% da população. Os problemas lombares são os mais comuns e a prevalência também é maior entre as mulheres (24,5%), contra 23,5% dos homens.

 

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