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Orientação profissional para a escolha da graduação

Escolher o curso de graduação é uma das etapas mais importantes para a futura trajetória profissional. Os jovens precisam conciliar a influência dos pais, os próprios interesses e as tendências do mercado. Conversar com pessoas da área pode auxiliar no processo
10:21 | Set. 27, 2017
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Escolher o curso de graduação é uma das etapas mais importantes para a futura trajetória profissional. Os jovens precisam conciliar a influência dos pais, os próprios interesses e as tendências do mercado. Conversar com pessoas da área pode auxiliar no processo

O termo vocação vem sendo substituído por “orientação profissional”, explica Marcela Levy, psicóloga com experiência em Psicologia Clínica e Educacional. Segundo ela, apesar de apresentar tendências para certas áreas, as pessoas podem desenvolver competências que queiram utilizar. “O ser humano tem múltiplas capacidades, não precisa ficar preso a uma habilidade específica”, destaca.

 

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A orientação profissional é um processo que abrange diversas metodologias como testes, técnicas motivacionais e coaching. “São realizadas aproximadamente dez sessões com cerca de uma hora de duração cada”, esclarece Marcela. O final do processo consiste em uma devolutiva de todas as atividades realizadas, incluindo uma reflexão sobre os temas discutidos e as áreas de maior afinidade para o orientando.

 

Sem perder de vista o contexto do mercado, o estudante precisa considerar seus interesses pessoais, confirma a professora do curso de Psicologia da Faculdade de Tecnologia Intensiva (Fateci), Meline Carvalho. “Não adianta o aluno escolher uma profissão apenas pela condição financeira ou por remuneração e não ser feliz no que vai fazer. É importante ter motivação para estudar.”

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Passos para o curso ideal

 

Meline orienta cinco passos para o estudante escolher o curso de graduação mais adequado ao perfil:

 

     1. Conhecer a profissão de interesse, se possível ter acesso à aula em faculdade;

     2. Entrevistar profissionais da área;

     3. Buscar o autoconhecimento, procurando se projetar no que gostaria de fazer no futuro;

     4. Não permitir que interferências de fora (família, amigos, julgamentos externos) influenciem na escolha do curso;

     5.  Ler muito, ter acesso a materiais que deem um norte sobre o que o estudante vai ser no futuro.

Buscando a faculdade certa

 

Na dúvida sobre o curso a escolher, a estudante Viviane Barbosa, de 20 anos, conta que realizou um teste vocacional e pesquisou bastante sobre as áreas de interesse. “Perguntei a várias pessoas como eram os cursos, pesquisei grade curricular, mercado de trabalho, até qual faculdade teria uma nota boa pelo Enade [Exame Nacional de Desempenho de Estudantes].”

 

Viviane cursa o 3º semestre de Psicologia na Fateci e conta que está satisfeita com a Psicologia, além de ter muitos planos. Pensa em seguir a área de pesquisa em Neuropsicologia, continuar a formação com mestrado, doutorado e talvez cursar uma segunda graduação.

 

André Filho, de 17 anos, também já escolheu o curso para o qual vai prestar vestibular no final do ano. Sempre interessado por assuntos relacionados à tecnologia, André optou por Ciências da Computação. Ele espera que o curso ofereça uma formação mais ampla para atuar como game designer. Antes de decidir, o jovem pesquisou bastante e visitou uma universidade para conhecer o dia a dia dos estudantes.

 

O que dizem os pais

 

Liberdade de escolha foi o caminho que o engenheiro civil, de 51 anos, André Theophilo, pai do jovem André, encontrou para apoiar o filho. No entanto, Theophilo acredita que é importante equilibrar os interesses pessoais com as potencialidades da profissão. “É preciso fazer o que gosta. Não adianta olhar só para o mercado. É um meio termo. Também não pode esquecer que lá na frente você vai precisar dessa profissão para viver. Você tem que tentar unir o útil ao agradável.”

 

Marcela Levy alerta que, muitas vezes, os pais têm a expectativa de os filhos escolherem cursos mais concorridos ou acabam projetando alguma frustração nos jovens. Segundo a psicóloga, é fundamental que os pais percebam o poder de escolha dos filhos, processo que também envolve assumir responsabilidades. “A escolha implica assumir risco, você deixa outra opção de lado. Trabalho com os pais um processo de conscientização e para tirar a culpa do jovem de ter que escolher o que os pais exigiram.”

 

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