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Veja dicas para encarar com sucesso os concursos

Ter foco e disciplina é essencial para quem quer passar em um concurso público. Mas o fator decisivo e principal gerador do diferencial presente entre os aprovados está na forma correta de estudar. Confira as dicas para dar o pontapé inicial com rumo certo nos estudos
08:00 | Jun. 04, 2019
Autor O POVO
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Basta um passeio pelos cursinhos preparatórios para concursos para constatar: milhares de brasileiros ainda sonham em alcançar a estabilidade do serviço público. Afinal, este é um dos únicos meios que pode proporcionar a sensação de segurança financeira vitalícia. A junção desses fatores torna a disputa por uma vaga cada vez mais acirrada, quem sonha em garantir seu lugar, além de possuir um objetivo claro, precisa estar muito bem preparado.

De acordo com a diretora e professora de Administração do Curso Prime, Giovanna Carranza, o primeiro passo para quem está começando a estudar para concursos é escolher para qual carreira vai estudar. São inúmeras possibilidades: policial, fiscal, administrativa, saúde, educação, entre outras. Cada uma delas possui um conjunto de matérias especificas, portanto, é preciso garantir uma boa direção nos estudos. “Tem que analisar os concursos que vão sair, quais são os cargos e as disciplinas para ver com qual a pessoa se identifica mais”, explica.

Com uma carreira já em mente, o próximo passo será traçar um plano de estudos e focar nas matérias que mais caem nos concursos daquela área. No planejamento, ele deve determinar quantas matérias vai estudar por dia, além de escolher um material que auxilie na evolução dessas etapas. Vale ressaltar, que na maioria das vezes absorver conteúdo de forma desorganizada pode atrapalhar o rendimento e dificultar o processo de memorização. “Isso vai depender se ele só estuda ou se ele trabalha e estuda. Dependendo disso, ele vai estudar a matéria duas ou três vezes por semana porque a repetição é muito necessária”, ressalta a professora.

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Fazer um cursinho vai me ajudar?

Buscar ou não um cursinho preparatório para concursos vai depender do nível de experiência do concurseiro. “Se o aluno nunca estudou para concurso, cursinho é bom para ele saber como funciona a banca, como são as provas, as matérias e quais são os pontos de vista de cada banca. Alunos mais experientes geralmente fazem um mix entre o presencial e o online, buscam apostilas, questões. O método de estudo nunca é um só, mas é importante sempre ter uma orientação quando a pessoa não sabe”, recomenda Carranza. Ou seja, para aqueles que desejam ingressar no mundo dos concursos, conhecer a etapa de planejamento é fundamental, os cursinhos podem ser um norte para traçar metas e otimizar o tempo de estudo.

Para quem não tem tempo para frequentar três ou quatro horas de aulas diárias, os cursos via internet são uma boa saída, podendo ser a principal base de apoio no aprendizado. Além de oferecer uma rotina de estudos mais flexível, as plataformas online podem suprir melhor a carência imediata de conteúdo, facilitando o esclarecimento de pontos específicos das disciplinas. Os resultados, porém, irão depender do perfil do concurseiro. Segundo a diretora do Prime, os cursos online funcionam bem para quem tem disciplina e sabe se cobrar. “A pessoa vai conseguir estudar na velocidade dela, no momento que ela quiser, onde quiser. Já outras pessoas precisam de uma disciplina maior.”

Por quanto tempo preciso estudar?

Além da quantidade, a qualidade dos estudos é essencial. Para os concurseiros profissionais (aqueles que apenas estudam para concursos), Giovanna Carranza aconselha que estudem “seis horas líquidas cronometradas”, com pausa para descanso de meia hora a cada duas horas. Já para os que também trabalham, o tempo reservado deve ser de quatro horas por dia, mas cuidado, devem ser cronometradas no relógio.

O tempo que vai durar essa dedicação vai variar de acordo com o perfil do estudante, levando em consideração a organização da sua rotina e a disponibilidade de material atualizado para estudo. É possível obter uma média, somando esses pontos a base que ele tinha antes de iniciar os estudos para concursos e a carreira que escolheu, lembrando que existem algumas exceções. Cargos da carreira de magistratura e fiscal, por exemplo, possuem excelentes remunerações e costumam ser muito concorridas, com provas que abordam muitas matérias, logo exigem uma boa preparação do aluno.

Dedicação e perseverança

Até ingressar na sonhada carreira de magistratura e se tornar juíza do estado do Pará, Ana Carolina Barbosa dedicou quase dois anos da sua vida aos estudos para concurso. No primeiro, tentava conciliar o trabalho como advogada com as quatro horas de leituras diárias. Já no segundo, quando parou de advogar e voltou a ser estudante profissional, eram oito horas por dia de dedicação. “Às vezes, conseguia ultrapassar dez horas, mas isso não quer dizer que quem estuda menos não tem condições de ser aprovado. O que vale é a qualidade do estudo e não propriamente a quantidade”, aconselha a juíza.

Ela conta que desde o início manteve o foco na carreira de magistratura e direcionou todos os estudos para isso. “As provas se diferenciam tanto quanto a carreira. Não dá para sair ‘atirando para todos os lados’. Se você quer uma carreira para a vida toda, é primordial que mantenha o foco nela”, destaca.

Concurseiro tem (pouquíssima) vida social

Para Ana Carolina Barbosa alcançar o objetivo, foram muitos os happy hours, almoços em família e cinemas com o namorado deixados de lado. “Abdicação é a palavra chave para a aprovação.” A ex-concurseira lembra, no entanto, que os momentos de lazer precisam ter um lugar na vida de um estudante. “Descansar, dormir, praticar exercícios físicos e socializar com os seus familiares também é importante para a preparação.”

Conforme Giovanna Carranza, também é preciso equilíbrio, pois muitos meses sem descanso jamais é indicado. “Um aluno estudando sem edital aberto, ele pode, sim, descansar aos domingos. Agora, se está com edital aberto, aconselhamos fazer uma imersão meso, em que vai ficar 30 ou 60 dias focado para aquele resultado”, diz. Assim, quando o aluno possui um objetivo claro, adquire a consciência de que seu esforço será validado, trazendo a motivação necessária para enfrentar o período de abdicação.

Os concurseiros estão cada vez mais se profissionalizando, pois só conteúdo já não é suficiente para aprovação. Ele precisa também ter inteligência emocional e saber enfrentar todas as adversidades que ele terá durante o processo de estudo, diz a professora Giovanna Carranza.

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