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No Ceará, Solar Coca-cola retira mais plástico do que insere no mercado

A empresa hoje coleta 35% do plástico que coloca no mercado brasileiro.

Na fabricante do Sistema Coca-Cola, um programa de reciclagem de garrafas PET vem transformando a realidade da coleta seletiva da gigante da indústria de bebidas. E acontece assim: em toneladas! Desde 2020, ano da criação, até hoje, a Solar Coca-Cola já retirou mais de 20 mil toneladas de plástico do descarte pós-consumo irregular. São os efeitos do Recicla Solar, programa cujos resultados despontam como case para a The Coca-Cola Company, tamanho o impacto socioambiental gerado.

A empresa hoje coleta 35% do plástico que coloca no mercado brasileiro. O índice de compensação (reciclagem) da Solar Coca-Cola no Ceará e na Bahia já supera a quantidade de novas PET inseridas na cadeia produtiva, segundo Bruno Guerra, gerente de compras da Solar Coca-Cola e idealizador do Recicla Solar.

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Mas qual a real importância em dar destinação adequada para as garrafas PET? Quem explica é Rebeca Vermont, especialista na área de resíduos sólidos e eventos sustentáveis e co-fundadora da Verdear Eventos + Sustentáveis, negócio fortalezense de impacto socioambiental. “Esse material descartado indevidamente deve passar séculos, mais de 600 anos, pelo menos, para se fragmentar, e o risco dele se fragmentar na natureza após muitos anos é contaminar o solo e a água, através do que a gente chama de microplástico”, diz.

A solução encontrada pelo Recicla Solar envolve a participação de vários atores. A população está sendo instruída para o descarte correto, o poder público desenvolvendo programas de coleta seletiva e fabricantes pensando em soluções de logística reversa.

O programa foi inicialmente implementado no Ceará, Pernambuco e na Bahia e expandiu para Alagoas, Maranhão, Rio Grande do Norte, Pará e Mato Grosso. Até 2027, a meta é contemplar 100% dos estados da área de atuação da engarrafadora, que engloba a totalidade das regiões Norte e Nordeste, além do estado do Mato Grosso e parte de Goiás e de Tocantins. O impacto gerado, por sua vez, ultrapassa as fronteiras do Brasil.

“As ações do projeto repercu tem nacionalmente e de maneira global, visto que o Recicla Solar foi criado para contribuir também para a visão de um Mundo Sem Resíduos da The Coca-Cola Company, no qual a empresa tem a meta de, até 2025, ter 50% de material reciclado compondo as embalagens produzidas pela companhia e, até 2030, dar destinação adequada a 100% das embalagens que são colocadas no mercado mundialmente”, afirma Bruno Guerra.

Inclusão Social

Responsabilidade socioambiental é apenas um dos pilares em que o Recicla Solar se apoia. Os outros dois são o fomento a uma nova cultura nas regiões de inserção da Solar e a promoção de inclusão social. Este último pilar está diretamente relacionado ao modus operandi do programa, que se dá, principalmente, por meio de parcerias com cooperativas/associações e agregadores. Nesse processo, um agente é
essencial: o catador.

Leidivania Maria, 27, é catadora de materiais recicláveis. Foi criada no mundo da catação, profissão herdada dos pais, que no início dos anos 2000 fundaram a Associação de Catadores de Material Reciclável Raio de Sol, localizada no bairro Genibaú, em Fortaleza.

Agora como presidente, cargo que ocupa desde 2020, a jovem representa 15 associados, quase todas mulheres. A parceria com a Solar Coca-Cola, por meio do programa Recicla Solar, trouxe mais força de atuação. Porque melhorou as condições de trabalho, ao passo que ajudou a driblar a invisibilidade da profissão de catador. "Setenta e nove por cento da sociedade não nos enxerga", estima Leidivania. Mas sabe bem o impacto que seu trabalho tem.

"A gente deixa a cidade mais limpa, com menos riscos à saúde, e a gente conserva também o meio ambiente. As plantações, os animais", elenca. “A Solar gera empregos dentro da cadeia de reciclagem, dando protagonismo aos catadores e ainda assume papel de liderança no crescente fomento à circularidade desses produtos em toda a região em que atua, o que corresponde a 70% do território do País”, explica Bruno Guerra.

De acordo com Rebeca Vermont, da Verdear Eventos + Sustentáveis, 90% da reciclagem no Brasil é feita por catadores. A Coca-Cola incentiva a compra do resíduo PET e, como suporte, paga um preço mais justo pelo material. “O programa deu aos catadores a oportunidade de ter um serviço prestado com uma parceria continuada, fazendo com que aumentem o potencial de captação, possam gerar mais renda e melhorar a estrutura dos espaços físicos, se relacionar com outras grandes indústrias e serem capazes de promover soluções para diversas marcas”, diz Rebeca.

Da associação Raio de Sol, onde o material é coletado, triado e armazenado, as garrafas PET são comercializadas para as agregadoras, estações de coleta e compra de resíduos que funcionam como ponto de interação entre as cooperativas e associações, os catadores e a indústria. A Ecomax é uma empresa agregadora do Ceará.

"Eles (os catadores) fazem o trabalho de separação e prensagem, e nós garantimos que esse resíduo siga seu caminho para as fábricas de resina", conta Sabrina Castro, diretora da Ecomax. "Atualmente trabalhamos com 700 toneladas por mês", completa a diretora.

O Recicla Solar foi responsável pela utilização de 1,9 toneladas de resina reciclada na produção de PET da Solar em 2021. No ano seguinte, esse número subiu para 5,9 mil toneladas, fechando o ano de 2023 com 23% das suas em balagens PET sendo produzidas com resina reciclada.

ESG no DNA

Os resultados das práticas de ESG mostram o fortalecimento da economia circular no Brasil. Mas o Recicla Solar não é o único compromisso da Solar Coca-Cola com práticas de ESG. O conceito está fortemente vinculado à essência da marca.

A empresa integra, desde 2021, o Pacto Global da ONU, iniciativa que engaja o setor privado em ações alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). As fábricas da Solar no Nordeste utilizam, em média, 20,3% de material reciclado na produção das garrafas.

Pelas ações da unidade fabril em Maracanaú, a empresa foi uma das cinco primeiras no Estado a ser contemplada com o Selo ESG-Fiec, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, certificação responsável por validar as práticas ambientais, sociais e de governança das empresas.

A fabricante do Sistema Coca-Cola também atua pela mitigação dos gases de efeito estufa, pautada pelo compromisso global assumido em 2015 pelo Sistema Coca-Cola Brasil de reduzir, até 2030, 25% das emissões totais. Além disso, a Solar participa, desde 2020, do Programa GHG Protocol, metodologia de referência mundial para contabilização e cálculo de emissões.

Estas são apenas algumas ações de ESG da companhia. De acordo com Arthur Ferraz, head de relações externas da Solar, a empresa tem como propósito ser referência em sustentabilidade, mas isso vai além de uma simples missão corporativa. “A empresa objetiva construir sua atuação como uma forma de influenciar positivamente o setor e o entorno no qual está inserida. Desta maneira, ESG para a Solar é a busca pela integração de temas socioambientais no modelo de negócio e nos processos cotidianos da empresa, com foco nas questões mais relevantes para a organização, como inclusão e diversidade, saúde e segurança, gestão de resíduos e relacionamento com comunidades do entorno”.

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