O verde que falta: os impactos da redução de árvores em Fortaleza
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O verde que falta: os impactos da redução de árvores em Fortaleza

Curso gratuito convida moradores a repensar a cidade com mais árvores e áreas verdes

As árvores não são apenas parte da paisagem urbana: elas influenciam diretamente a qualidade de vida nas cidades. Em Fortaleza, a expansão urbana desordenada e a retirada de árvores deixam os espaços mais quentes, hostis e pouco convidativos.

De acordo com o advogado e ambientalista Leonardo Jales Leitão, um dos fundadores do Movimento Pró-árvore, a arborização urbana cumpre importantes papéis ecossistêmicos nas cidades.

Elas oferecem conforto térmico, estimulam caminhadas e o uso da bicicleta, capturam carbono e servem de abrigo para a fauna local quando são nativas. Além disso, as árvores impactam também na poluição sonora, reduzindo até 5 decibéis do som ambiente.

Apesar disso, Fortaleza ainda enfrenta desafios não apenas na preservação de suas árvores, mas de sua cobertura vegetal nativa. “No dia 22 de setembro de 2025, ficamos sabendo de um grande desmatamento na floresta do aeroporto de Fortaleza, quando perdemos mais de 32 hectares de floresta nativa. Inúmeras áreas verdes foram suprimidas pela especulação imobiliária e outras foram simplesmente ocupadas de forma ilegal”, ressalta Jales.

Para ele, a criação de secretarias municipais especializadas seria um passo essencial. “O Governo Federal lançará na COP 30 o PlaNAU (Plano Nacional de Arborização Urbana), onde irá propor diretrizes nacionais para ampliar a arborização urbana dos municípios brasileiros. Mas já podemos afirmar que o melhor caminho é a criação de secretarias municipais especializadas na gestão do verde, com servidores biólogos, engenheiros florestais e engenheiros agrônomos capacitados para a gestão ambiental urbana”.

O distanciamento histórico das pessoas em relação à natureza é outro obstáculo. “Fomos ensinados a odiar e temer o mundo natural. Árvores são vistas como sujeira ou como esconderijo de criminosos. Não há um só caminho para mudarmos essa realidade, é preciso se investir em educação ambiental, em turismo ecológico local, matérias jornalísticas mais aprofundadas sobre o tema”, defende Jales.

Desestímulo ao convívio

O ciclista Paulo Campos sente na pele a ausência de árvores nas ruas. “Debaixo da sombra de uma árvore, a diferença de microclima e sensação térmica vai ser gritante”. Doutor em Agroecologia, Paulo cita a falta de corredores cicloviários arborizados e a poda irregular em diversos pontos da cidade. “Eles sempre podam as árvores muito mal feitas, eles não podam pelo aspecto do serviço ambiental. Eles podam na conveniência”, relata.

Para Paulo, cidades sem árvores se tornam hostis, dificultando até mesmo o convívio. “Quanto mais arborizada, mais a população se apropria do espaço urbano”.

Verdejar Fortaleza: educação que floresce

O projeto Verdejar Fortaleza, iniciativa gratuita da Fundação Demócrito Rocha (FDR) em parceria com a Universidade Aberta do Nordeste (Uane) e patrocínio da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), busca formar cidadãos mais conscientes sobre a importância das árvores e engajados frente aos desafios ambientais.

No curso Educação Ambiental para um Presente Sustentável, Leonardo Jales ministra o módulo “Cidade-Orgânica: A cidade como espaço natural e morada de múltiplas espécies”, abordando o distanciamento humano do mundo natural e caminhos para transformar essa realidade.

“O Verdejar Fortaleza é de fundamental importância para levarmos as questões ambientais, de forma simples e direta, ao centro das discussões políticas e populares. Capacitando a população a compreender e a participar dessa transformação ambiental tão importante, atual e relevante para o ser humano”, conclui Jales.

Para mais informações, acesse: verdejarfortaleza.com.br

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