Inscrições para o II Prêmio Literário Demócrito Rocha estão abertas; iniciativa foca na cultura cearense
II Prêmio Literário Demócrito Rocha

Inscrições para o II Prêmio Literário Demócrito Rocha estão abertas; iniciativa foca na cultura cearense

Ao todo, 30 obras serão selecionadas para competir no concurso. Após alcançado o limite, o processo de registro será encerrado

Em busca de obras inéditas cearenses nas categorias de ficção, poesia e ensaio social, o Grupo de Comunicação O POVO está realizando a segunda edição do Prêmio Literário Demócrito Rocha. A ideia, segundo o divulgado pela instituição, é “ampliar o acesso à cultura, estimular o pensamento crítico e dar voz a diferentes narrativas”.

As inscrições estão abertas e podem ser realizadas até o dia 15 de setembro. Ao todo, 30 obras serão selecionadas para competir no concurso. Após alcançado o limite, o processo de registro será encerrado, independente do período.

Para participar, o escritor deverá acessar o site oficial do II Prêmio Literário Demócrito Rocha e preencher o formulário de inscrição. No ato, o artista poderá submeter até três obras, sendo uma por categoria. Confira abaixo as informações solicitadas:

  • Registro Geral (RG)
  • Cadastro de Pessoa Física (CPF)
  • Comprovante de residência
  • Texto concorrente ao prêmio gravado em arquivo com formato word(.doc)
  • Cópia do texto concorrente ao prêmio gravado em arquivo com formato PDF, assinado digitalmente pelo inscrito através do assinador gratuito GOV.BR

Dentre os requisitos de participação estão: ser pessoa física; ter nascido ou residir no Ceará; ser autor exclusivo da obra literária; não ser funcionário, estagiário ou prestador de serviço da Fundação Demócrito Rocha (FDR), não fazer parte das comissões de seleção do prêmio; e não ter vínculos familiares com pessoas que trabalhem para a fundação.

II Prêmio Literário Demócrito Rocha: Confirma mais detalhes do concurso

Conforme o apresentado pela FDR, o II Prêmio Literário Demócrito Rocha “é parte de uma jornada de fortalecimento da cena cultural cearense”. Ele trará ações que impulsionam a divulgação dessas obras com lives, programas de TV, matérias no ambiente virtual, caderno especial e um canal digital com o conteúdo do projeto.

Os trabalhos deverão trazer a relação da população do Estado com sua terra, a partir de histórias que enfatizem a riqueza cultural de seus povos, desde os que habitam a serra, o sertão e o litoral, às comunidades indígenas, quilombolas, afro-brasileiras e ciganas.

As avaliações das obras submetidas serão realizadas por jurados, sendo dois por categoria. Os textos serão julgados pela qualidade literária e domínio técnico; originalidade, ineditismo e atratividade do tema; e a contribuição para o enriquecimento sociocultural.

Será selecionado um vencedor por categoria, prosa de ficção (romance, livro de contos ou crônicas), poesia (livro de poemas) e ensaio social (texto reflexivo ou de pesquisa com base em temas sociais). Cada um receberá um prêmio de R$ 3 mil e terá sua obra publicada de forma digital e em audiolivro.

Prêmio Literário Demócrito Rocha: Veja como foi a primeira edição do concurso

A primeira edição do Prêmio Literário Demócrito Rocha ocorreu em 2024. Nela, também foram três vencedores: Thamyres de Souza, Lúcio Flávio Gondim e Cícero Emerson do Nascimento Cardoso, nas categorias de Ensaio Social, Prosa de Ficção e Poesia, respectivamente.

A obra de Thamyres, escritora nascida e criada em Juazeiro do Norte, é um ensaio social intitulado de “Comida de Encanto”. O texto consistia no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), da graduação dela em Jornalismo.

No livro-reportagem, a escritora descreveu como as vidas de três mulheres do Cariri, onde mora, foram atravessadas pela comida e pela cozinha de uma forma que as trouxe liberdade e potencialidade.

“Uma delas sustenta os filhos com essa cozinha, outra cuida de si, da saúde, através da cozinha, dos alimentos, e outra teve essa liberdade de escolher relaxar, viver uma vida tranquila, de boa na sua cozinha, na sua casinha”, explicou.

A jornalista citou que são relatos que trazem um outro olhar a esse espaço, normalmente ligado a uma obrigação para as mulheres, mostrando ele como um local de empoderamento.

Assim, Thamyres ressaltou a importância da sua participação no prêmio que deu a ela a oportunidade de trazer essas histórias para o mundo.

“Foi muito importante para mim, acho que para o Ceará em si também, de ter essa valorização da nossa escrita, dos nossos escritores, de saber que tem gente muito boa por aqui produzindo literatura contemporânea, que não fica só para aqueles cânones de sempre a missão de ser o porta-voz da nossa literatura e, por consequência, da nossa identidade”.

Já Lúcio Flávio Gondim, professor mestre e doutor em literatura, escreveu um livro de contos chamado “Açudes”. Reúne textos que foram escritos desde quando ele era jovem, ainda estudante, até sua fase adulta.

Os escritos acompanham sua trajetória, a sua formação como escritor, mesclando a cultura interiorana e a da Capital. “Ninguém sabe se é um livro de histórias do interior permeada por histórias da capital ou de histórias da capital permeadas pelo interior. Se é que há essa divisão”, destacou Lúcio.

Em relação ao nome do livro, ele explicou que foi escolhido pois o açude é “aquele reservatório artificial criado para trazer vida ao que está morto”.

E completou: “esse é exatamente o papel da arte. Criar mundo, criar vida onde só há morte. Levar cura onde há doença. É assim que é a arte, uma manifestação mais alta do espírito. Então, o livro traz isso”.

No que concerne ao prêmio, o professor considerou ser forma de proliferar as palavras escritas, de incentivar a leitura. Ele cita, inclusive que, durante a Bienal do livro deste ano, a obra foi vendida a R$ 17 reais no estande da FDR, tornando-a, o que, segundo Lúcio, ela precisa ser: “um objeto popular”.

“Os professores receberam um card com R$ 200, ai eu fiz um vídeo. ‘Olha, você que conseguiu o seu card, vá lá, passa no stand e compra’. Foi uma coisa muito bonita, todo mundo foi lá e batia a foto e mandava dizendo: ‘Eu comprei o livro, eu estou lendo’”, contou.

Por fim, Cícero Emerson do Nascimento Cardoso, graduado, mestre e doutor em Letras, foi vencedor da categoria de poesia, com o livro "Romanceiro Juazeirense em duplas jornadas".

A obra está o acompanhando desde 2012 e foi dividida em dois textos: Romanceiro do Horto e Romanceiro do Reisado. Ela foi escrita no gênero poemático de origem ibérica, romance, que usa como base componentes como, redondilha maior, musicalidade e rimas.

A ideia da produção veio de uma conversa com o escritor e dramaturgo brasileiro, Ariano Suassuna, em dezembro de 2009. Os textos homenageiam Juazeiro do Norte. Cidade que, para Cícero, “está nele”.

O livro, dessa forma, faz parte da sua vida, e ganhar o prêmio com ele foi a “legitimação de um trabalho que vem sendo realizado há alguns anos”, sendo escrito e reescrito.

“Com esse Prêmio, o texto alcança um novo horizonte de possibilidades. [...] Ele abre caminhos para autores contemporâneos divulgarem seus trabalhos e oferece oportunidade de publicação e de divulgação de livros de artistas cearenses. Só tenho a agradecer e a enaltecer o trabalho realizado em torno dele”, relatou.

Serviço

O que: Inscrições II Prêmio Literário Demócrito Rocha
Quando: Até o dia 15 de setembro
Onde: https://fdr.org.br/premioliterario/

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