Perfil da nova geração: jovens conectados, multitarefas, criativos e empreendedores
Conectados desde cedo, jovens dominam múltiplas linguagens e desafiam escolas e serviços a acompanhar seu ritmo
As novas gerações cresceram em meio a telas, redes sociais e conteúdos instantâneos. Essa familiaridade com o digital moldou jovens rápidos, criativos e abertos à inovação, mas também trouxe novos desafios para o aprendizado e para as relações humanas.
Head de Inovação do Instituto de Gestão e Cidadania (IGC), Ticiane Santana defende que as ferramentas digitais devem ser vistas como apoio, e não como substituto do pensamento. “O ChatGPT trabalha para mim, não é o contrário. Eu digo que ele precisa fazer e não o contrário. Porque eu sei fazer as perguntas, eu sei o que eu quero”, frisa a também enfermeira e doutoranda em Tecnologia e Inovação.
Ela ressalta que a inteligência artificial já integra a rotina profissional e pessoal, mas é essencial usar a tecnologia com consciência. “[A IA] está sendo utilizada o tempo inteiro e até mesmo já dentro de um prontuário eletrônico. O prontuário está lá, lendo o que a gente está conversando, e já analisando e me dando inúmeras possibilidades. O que não pode deixar de faltar é o desenho do pensamento, é o pensamento crítico”, alerta.
Aprender com rapidez e profundidade
Pedagoga e estudante de Psicologia, Silvia Dummar observa que os jovens aprendem de forma ágil, mas também é preciso estimular a profundidade no conhecimento. “Hoje, os jovens, as crianças, é tudo rápido. O raciocínio é rápido, mas o conteúdo está raso”, aponta. “A escola precisa se aprimorar, a educação precisa se aprimorar, porque os meninos já vêm para a escola juntos, preparados, e a educação é lenta”, reflete.
Silvia compartilha também experiências práticas sobre o uso de celulares e telas no cotidiano escolar, destacando medidas que ajudam a melhorar a atenção e o engajamento. “Tiraram celular das crianças, e deu uma recuperação muito grande na questão da atenção, desenvolvimento da aprendizagem, muito grande mesmo”, lembra.
Ela enfatiza ainda o papel dos professores como facilitadores da aprendizagem personalizada. “Você botar uma pergunta na IA, ela vai responder aquilo que você perguntou. E o menino, às vezes ele faz uma pergunta ao professor, ele não quer saber aquilo, ele quer saber algo mais. Então você vai questionar com ele, você vai criar com ele a resposta que ele quer ouvir”.
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