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Educação é o principal pilar para o desenvolvimento de startups no Ceará

Alta qualificação profissional gera interesse de outros estados e países em talentos cearenses, dificultando a retenção de profissionais na região

O avanço tecnológico em diversos setores durante a pandemia já é um fato. No Ceará, por exemplo, o apoio às startups cresceu 30% em relação ao período pré-pandemia. É o que mostra um mapeamento feito em 2021 pelo Ambiente Local de Empreendedorismo (ALE). Já no primeiro trimestre de 2022, Fortaleza foi apontada pelo estudo Startup Maps NE como a cidade mais inovadora entre os estados mapeados. A Capital representa 56% das startups (87 empresas), seguida por Natal/RN (18,83%) e São Luís/MA (8,84%).

“Na minha visão, a educação é nosso diferencial maior”, explica Geneflides Laureno, CEO da G4Flex, uma startup do ramo de telecomunicações. De acordo com o profissional, a capilaridade de escolas públicas, faculdades e universidades públicas e privadas têm contribuído enormemente para a formação dos jovens cearenses, de modo a ter reconhecimento nacional.

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“Se não existissem as escolas profissionalizantes estaduais e as faculdades e universidades nas diversas regiões do nosso estado, onde esses jovens estariam? Educação não é o único vetor, mas, sem ela, não há como transformar a sociedade”, defende.

Essa visão sobre a importância da educação cearense também é compartilhada por Leonel Júnior, diretor de tecnologia da Heavy Connect, plataforma mobile para coleta e gerenciamento de dados. Ele aponta que o Ceará é um grande formador de mão de obra qualificada, fato facilmente comprovado pela quantidade de excelentes profissionais que exportam o trabalho não só para o Sudeste do País, mas também para os Estados Unidos e para a Europa.

No entanto, esse medidor de qualidade dos profissionais cearenses também representa um enorme desafio para o desenvolvimento tecnológico do Estado: direcionar esses talentos para a criação e suporte de novas startups no lugar de origem, ao invés de saírem do Ceará.

Geneflides explica que essa é uma disputa árdua, principalmente quando os competidores são multinacionais que pagam em dólar, moeda muito mais valorizada que o real. “É o estudante de uma escola de uma cidade do interior do Ceará que desenvolve sistemas computacionais para uma empresa de Fortaleza, São Paulo ou Nova York. Esses são casos reais, na minha empresa e em várias outras. Temos um desafio para melhorar nosso diferencial de formação e também conseguir retê-los”, reflete.

Cenário cearense

Para entender melhor o atual cenário cearense no que diz respeito ao desenvolvimento de startups, Geneflides propõe uma analogia: “é como se o Ceará, nesse quesito, estivesse saindo da infância e entrando na pré-adolescência”.

O profissional usa como exemplo o Vale do Silício, nos Estados Unidos, uma referência para o setor. Enquanto no Ceará é levado em conta uma década de transformações tecnológicas na área, o Vale do Silício é um ecossistema com maturidade de mais de 50 anos. Dessa forma, ainda há muito o que evoluir no Estado.

O desenvolvimento de uma cultura empreendedora, incentivado por faculdades e universidades, é um dos pontos que merecem atenção. Outra questão é o fator de investimentos. É o que acredita Bruno Muniz, CEO da KnowCode, empresa especializada em construir tecnologia para desenvolvedores. Segundo o profissional, vem ocorrendo um aumento no fomento para o desenvolvimento de novas startups, mas a jornada ainda é longa.

“É preciso mais incentivo para que as pessoas possam realmente empreender e fazer o negócio acontecer. Essa trajetória é muito difícil, e, quando se tem apoio, promove uma abertura para que você consiga avançar e trazer mais agentes que possam fomentar o empreendedorismo da nossa região”, indica.

O futuro com startups

“A missão de uma startup é mudar a forma que determinada coisa é feita, tomando desafios como oportunidades de melhoria de cenário para certo grupo de pessoas”, acredita Bruno. Em uma visão compartilhada pelos três profissionais, é essencial quebrar o mito de que startup pode ser apenas uma ideia ainda imatura e informal, sem base sólida.

Na verdade, esse modelo apresenta enorme potencial de crescimento da economia e de geração de empregos, além da capacidade de resolver problemas sofridos pela população em setores como saúde, varejo e indústria. O desenvolvimento de startups vem permitindo que o Ceará crie uma cultura de inovação, motivando cada vez mais que jovens apliquem sua criatividade e potencial em soluções diversas.

3 startups cearenses para conhecer

G4Flex

A empresa otimiza a relação de tempo entre as pessoas e as empresas, centralizando diversos canais de comunicação em um sistema e com atuação em todo o Brasil.

Site

KnowCode

Ferramenta de desenvolvimento de software com foco em UI Design. Nasceu no Ceará e expandiu para Portugal, onde fica a atual sede. O time está espalhado por Portugal, Brasil e Grécia.

Site

Heavy Connect

Plataforma mobile para coleta de dados, e um dashboard para o gerenciamento em tempo real e análise dos dados coletados no campo. Criada por dois cearenses e um americano, hoje atua em países como EUA, México, Chile e Peru.

Site

SERVIÇO

Fábrica de Programadores

Como parte do projeto Fábrica de Programadores, O POVO Tecnologia realiza nos dias 1, 8, 9 e 15 de junho uma série de lives, sempre às 18h30min, com apresentação do jornalista Hamilton Nogueira. Acompanhe no canal do YouTube do O POVO.

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