esporteevida

A transformação pelo esporte: iniciativas são vetores de desenvolvimento pessoal e comunitário

Do surf ao basquete, projetos gratuitos em esporte impactam pessoas e estreitam laços comunitários

Pedro Rian chegou à maioridade em março e já possui uma bagagem de destaque no esporte. Surfista profissional, o jovem começou a “tirar onda”, literalmente, por influência do pai e hoje já coleciona títulos. Campeão brasileiro (2017), bicampeão cearense (2018 e 2021), vice-campeão Surf Attack (2019) e 3º lugar CBSurf Junior tour (2020), da Confederação Brasileira de Surf, são apenas algumas conquistas que o jovem alcançou.

“O esporte mudou a minha vida porque faz a pessoa se sentir viva diariamente. A todo momento você desliga do mundo, dos problemas, das preocupações e você está em contato com a natureza… É algo que me transforma diariamente, a cada momento que estou em atividade, praticando o surf, que é o esporte que mais amo, mas o esporte no geral… Qualquer esporte retira todos os problemas e a única preocupação é fazer uma manobra que não fiz antes ou acertar a bola no gol. São coisas que deixam a gente cada vez mais feliz”.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Há quatro anos, a rotina de Pedro Rian é como a de uma gaivota que migra em busca de aproveitar as oportunidades. Em seu caso, as temporadas de melhores ondas no Brasil são passadas em estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis, para onde o atleta se desloca para cumprir sua rotina de treinos. A dedicação de Rian já o fez voar para mais longe, participando de muitos eventos de surf fora do País.

Pedro Rian, 18, já contou com apoio do Governo do Ceará, através da Secretaria do Esporte (Sesporte), para competir no surf.
Pedro Rian, 18, já contou com apoio do Governo do Ceará, através da Secretaria do Esporte (Sesporte), para competir no surf. Crédito: Arquivo pessoal.

Em momentos mais difíceis, os voos tiveram apoio do Governo do Ceará, através da Secretaria do Esporte (Sesporte). “O que eles mais ajudaram foi na questão das passagens aéreas. Eu já consegui ir para muitos eventos mundiais. Eu sou, no momento, o único representante cearense mundial júnior da South América (circuito da Liga Mundial de Surfe no continente sul-americano). Já fui pra muitos eventos em que no momento estava, muitas das vezes, impossibilitado, e o programa possibilitou isso”, relembra.

O programa a que Pedro Rian se refere é Programa Ceará Atleta, que através do Projeto Bolsa-Esporte concede bolsas em três níveis (iniciação esportiva, municipal e estadual) a atletas e paratletas de múltiplas modalidades esportivas. A iniciativa da Sesporte tem como finalidade proporcionar o desenvolvimento humano e esportivo. “Comparando com outros estados, eu vejo que eles não têm esse acompanhamento, esse carinho que o Ceará tem com o esporte”, diz.

A mãe de Pedro, a assistente social Aldenia Paulino, explica a importância do projeto para a família, que já chegou a deixar Fortaleza para morar em Paracuru para seguir os sonhos do filho. “O Bolsa-Esporte é muito bom porque ajuda a referenciar essas crianças, principalmente as que vivem em vulnerabilidade total. O Pedro tem essa bagagem, mas não é nada fácil. É sempre muito difícil chegar aos lugares. Hoje ele compete profissionalmente no WSL Pro Júnior, mundial e QS (Qualifying Series, classificação para decidir as baterias), porque ele está em busca de ser mesmo um campeão mundial, e tudo é muito caro, então o Bolsa-Esporte vem acrescentar demais, para nos dar essa sustentabilidade de ajuda”, conta Aldenia.


Basquete e integração comunitária

Se o Programa Ceará Atleta, da Sesporte, já é uma realidade, de outro lado a Secretaria da Proteção Social do Estado do Ceará (SPS) trabalha para em breve lançar o projeto Basquete Mais Infância, que conta com a parceria de profissionais de referência na modalidade, incluindo Alberto Bial, técnico de basquete que já acumula mais de meio século de experiência nas quadras.

Em sua trajetória, já esteve à frente dos times de basquete do Fluminense e Flamengo, e hoje integra a diretoria do Fortaleza. O técnico foi pessoalmente convidado pela secretária da Proteção Social, Onélia Santana, para levar seu método às quadras de núcleos e equipamentos que a SPS tem espalhados pelo Ceará.

“Eu acho que levar qualquer tipo de esporte e oportunidade para as crianças que não têm essa possibilidade é muito importante, é essencial. É uma forma de você se proteger, de no futuro ter problemas com a segurança, com a saúde. Você dá oportunidade a milhares de crianças a entenderem e se desenvolverem fisicamente, tecnicamente, mentalmente e inter-relacionalmente”, comenta Alberto Bial.

O projeto surge da necessidade de oferecer oportunidades para crianças de todas as origens, por meio da educação através do esporte, sendo o basquetebol a ferramenta para impactar positivamente a vida de crianças em todo o Estado. Mais que o ensino de basquete, visa cultivar relações interpessoais, envolvendo não só as crianças, mas também suas famílias, ao fortalecer aspectos mentais e inter-relacionais dos participantes.

“No meu método, a criança é essencial, é o ponto nevrálgico do projeto. O desafio é fazer ela ter muita felicidade, muita alegria, muitos aprendizados, muita educação dentro daquelas quadras que estão sendo preparadas com muito zelo”, explica o basquetebolista Alberto Bial.

Dispondo de aulas regulares a festivais de fim de semana e eventos de inclusão, o projeto busca unir a comunidade em torno do esporte, promovendo valores de cooperação e trabalho em equipe.

“O esporte é uma das maiores, senão a maior ferramenta de inclusão que existe. Os autistas, as crianças com síndrome de Down, as diferenças… Como elas acabam quando todos estão numa mesma aula, num mesmo treinamento, num mesmo momento de atividade! E aí todos são uma coisa só, não tem diferenças, as diferenças passam a ser a igualdade, então é por isso que eu acho importante o basquete no sentido da inclusão social”, explica Alberto Bial.

Com a inauguração dos cinco primeiros núcleos prevista para maio, o Basquete Mais Infância já está capacitando professores e preparando-se para receber crianças de variadas faixas etárias. Do dia 21 ao 23 deste mês, o projeto será lançado no Complexo Mais Infância do Cristo Redentor, do Curió e do João XXIII, respectivamente. No dia 24, a iniciativa será lançada no Zona Viva (Jangurussu), projeto do Estado que leva, entre outras ações, práticas esportivas aos residenciais de unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida. Por fim, o Basquete Mais Infância será lançado no Complexo Mais Infância de Barbalha, com data prevista para o dia 25, podendo haver alteração.

Até o lançamento, não só o público prioritário beneficiado pelo projeto vai ser transformado a partir dele. Quem planeja também já mudou. “Eu queria deixar isso muito claro, que esse foi um daqueles momentos que deram um ressignificado à minha vida. O Basquete Mais Infância me deixou muito feliz. Eu quero que essa felicidade esteja presente em todas as quadras, em todas as aulas, em todos os momentos que o Basquete Mais Infância estiver em execução. Porque ali é um lugar para criança ser feliz. Ali é para todos estarem em desenvolvimento e para isso a felicidade é fundamental. Eu falo do coração”, dispara Bial.


Saiba mais sobre o assunto

Live do projeto Esporte é Vida
Tema: A prática esportiva como vetor de desenvolvimento integral: físico, lúdico, emocional e social
Onde: Canal do O POVO no YouTube
Quando: Quando: sexta-feira, 10 de maio, às 11h

Conteúdo de responsabilidade do anunciante
esporteevida
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

esporte surf basquete comunidade competição sesporte sps

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar