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Edutech: formação tecnológica na Favela

Projeto da Cufa vai levar formação tecnológica para jovens na periferia

Mais de 7 milhões de jovens brasileiros não trabalham, nem estudam. Conhecidos como nem-nem, 60% deste imenso grupo é formado de mulheres, a maioria com filhos pequenos, e pelo menos 68% são pretos e pardos. Pensando justamente nesta parcela da população, a Central Única das Favelas (CUFA) criou o projeto Escola de Formação Tecnológica Favela EduTech.

A escola, que nasceu graças a uma parceria da Cufa com a Digital College, tem como objetivos oferecer formação e, consequentemente, mão de obra qualificada para este mercado em ascensão, além de desenvolver esses territórios: “quando a gente identifica quem são esses jovens, a gente vê também que eles não têm uma formação de cursos, uma qualificação pra se engajar no mercado de trabalho. E a partir de uma conversa com os mesmos, a gente viu essa necessidade de um curso de tecnologia pra dentro desses territórios”, explica Piqqueno, presidente da Cufa Ceará.

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A Favela Edutech vai funcionar dentro da sede da Cufa, no Barroso. Além da formação tecnológica, a escola irá incentivar também ações que promovam a economia e a renda, fortalecendo o protagonismo social, com iniciativas vinculadas à formação de lideranças, educação financeira e democratização do acesso a tecnologias que têm como foco estratégico desenvolver a economia na base da pirâmide social, com a premissa de que o cidadão é um agente da transformação de seu território.

“Isso tem um impacto social muito grande, ao se capacitar esses jovens com habilidade em tecnologia, promover a inclusão digital, impulsionar o desenvolvimento econômico e local, principalmente. Além disso, traz diversidade para a força do trabalho em tecnologia. Aí você contribui para a redução da disparidade de gênero e étnico nesse setor. Melhora e diversificaressa força em tecnologia”, ressalta Piqqueno.

Mas para muito além do querer, o presidente da Cufa destaca que há muitos desafios a serem superados para se conseguir levar ações como estas para dentro das comunidades: “é muito importante observar que a implementação da tecnologia na favela apresenta também desafios como infraestrutura adequada, acesso à internet de alta qualidade, a própria inclusão digital, e entender que as soluções tecnológicas precisam ser desenvolvidas de forma a atender as necessidades específicas desses territórios”, pondera.

Piqqueno ressalta ainda que uma escola nesses moldes promove economia e renda para a comunidade de diversas maneiras. “Impulsiona inovação, desenvolve as empresas locais, capacita alunos com maior probabilidade de obter empregos bem remunerados, contribuindo assim para o aumento de renda do indivíduo e da sua família. Além disso o crescimento do setor de tecnologia estimula a economia local através de investimento e da criação de novos empregos”.

E reforça ainda o papel do jovem dentro desses territórios quando tem seus potenciais trabalhados: “esse jovem é uma peça-chave, quando ele se envolve efetivamente na sua favela ele será um agente de transformação”, finaliza.

 

Sobre a Cufa

Presente há mais de 20 anos nas favelas brasileiras, a Central Única das Favelas (Cufa) promove atividades nas áreas de educação, lazer, esportes, cultura e cidadania, utilizando ferramentas como grafite, DJ, break, rap, audiovisual, basquete de rua, literatura, entre outros. Além disso, promove, produz, distribui e veicula a cultura hip hop por meio de publicações, discos, vídeos, programas de rádio, shows, concursos, festivais de música, cinema, oficinas de arte, exposições, debates e seminários, promovendo a integração e inclusão social.

Entre os principais projetos da instituição destacam-se o Hutúz Rap Festival, maior evento de hip-hop da América Latina; a LIBRA, a Liga Internacional de Basquete de Rua; a Taça das Favelas, maior campeonato de futebol entre favelas do mundo; e o projeto Mães da Favela, que fornece atualmente cestas básicas e vale-gás para as chefes de família.

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