Para além do sushi
Restaurante aposta no lámen para atrair amantes da culinária japonesa em Fortaleza
Empreender é, muitas das vezes, enxergar lacunas. É um serviço que poderia ser melhorado, é uma demanda que não está sendo atendida. É uma ideia que ainda não foi tirada do papel. A administradora Carolina Martins, 38, é uma apaixonada pela cultura e culinária japonesas e já tinha percebido a quantidade de restaurantes voltados para os segmento aqui na capital. Mas como uma amante da gastronomia nipônica, ela também já tinha enxergado que o cardápio por aqui é bem recheado… de sushis – e seus derivados.
Mas como empreender também é trazer solução para a dor de alguém, ela descobriu que a sua queixa era compartilhada por outros amigos, que também sentiam falta de algo na diversidade dos cardápios da cidade: e era Lámen, o que faltava. A iguaria, típica da culinária chinesa, mas há muito incorporada aos cardápios japoneses, possui três ingredientes base: o macarrão, o caldo e as guarnições. Juntos, eles permitem uma série de variações a depender do paladar. Mas, dizem, o segredo está no preparo do caldo, que dura cerca de 10 horas de cozimento para chegar no ponto perfeito.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Mas segredos culinários à parte, Carol juntou, literalmente, a fome com a vontade de comer. Não só dela e dos amigos Adriano Bastos, Ana Clara Félix e Artur Carleial, que viriam a se tornar sócios no novo negócio, mas de outros amigos, dos amigos dos amigos... Foi assim que, em 2021, surgiu o Kofuku, para suprir a lacuna dos amantes de lámen.
“A gente começou a fazer os primeiros testes de caldo e alguns lámen. Naquela época, ainda pandemia, a gente começou já a fazer testes de venda. Então, o primeiro formato dele foi só como delivery. Foram alguns meses em que a gente pegava os pedidos durante a semana, e entregava os kits aos finais de semana. Então ia tudo separadinho: o ovo, a carne, o pedaço de porco, o macarrão. Ia tudo bonitinho para a pessoa finalizar em casa.”, conta a empreendedora.
Testes iniciais realizados com sucesso, o ano de 2022 trouxe uma novidade para os sócios: a possibilidade de testar o mercado com o pé na realidade, num espaço colaborativo. “Em outubro de 2022, a gente abriu num container. A gente pensou que era uma boa oportunidade e um investimento baixo, até pra fazer um teste de mercado mais real, porque no delivery estava dando certo, mas você fazer delivery de lámen é complicado, você acaba perdendo a qualidade na viagem. É uma comida que você tem que comer na hora, não fica legal pra delivery”, explica.
E foi aí que, de fato, começou-se a delinear o Kofuku como negócio: “A gente abriu em outubro de 2022 e de dezembro pra janeiro a gente descobriu que já estava concorrendo na categoria de Melhor Restaurante Asiático, no Prêmio Sabores da Cidade. A gente ficou surpreso”, lembra.
Mas o espaço ficou pequeno e uma nova oportunidade se abriu para o Kofuku crescer, “em maio nós abrimos aqui na rua Joaquim Siqueira – atual endereço, um restaurante mesmo”, e agora o lugar tem nome duplo: Kofuku Izakaya. “Izakaya é um bar japonês. Então aqui além da gente ter um cardápio maior do que o que a gente tinha no container, agora a gente também tem um bar com drinks e cervejas inspirados na culinária japonesa”, reforça Carolina, que também é especialista em chás e vinhos.
Entre os maiores desafios do início do negócio, Carolina cita a logística, tanto na preparação em si do lámen – vale lembrar que só caldo precisa cozinhar por cerca de 10 horas, como também de fornecedores, já que boa parte dos insumos vem direto de São Paulo. “Até a gente organizar tudo isso foi um desafio, até hoje ainda é”, pontua.
Outro grande desafio foi saber se a lacuna que eles enxergavam realmente existia: “por ser uma coisa nova, que não tinha nenhuma igual na cidade, a gente não sabia se ia ter demanda. Por isso, a gente começou o processo aos poucos. Primeiro no delivery, pra gente testar o bom e velho mínimo produto viável, depois uma operação reduzida no container. E agora, no restaurante, já maior e com a parte de drinks e bar”, explica Carol com a experiência de quem é administradora de formação.
Adriano, arquiteto e urbanista, cuida da cozinha do restaurante. Já os sócios Ana Clara, arquiteta e tatuadora, e Artur, designer, fazem de tudo um pouco e, juntos, também dividem um outro negócio, um estúdio de tatuagem – o Galo Cego. Hoje, todos exercem outras profissões para além do restaurante, exceto Adriano, que se dedica integralmente ao negócio. “Planos para o futuro, a gente tem um bocado”, finaliza uma sorridente Carolina, que já adianta que em breve mais novidades chegarão ao cardápio da casa. Kofuku é uma expressão em japonês, que significa que você está de barriga cheia, satisfeito. Nada mais apropriado, não é mesmo?
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