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Tudo é uma questão de dados: startups apostam na tecnologia para aprimorar experiências

Mas para viabilizar seus negócios participam de hubs de inovação e buscam financiamento para fomentar crescimento

Você já deve ter notado: hoje em dia, praticamente, tudo é dado. Temos dados aplicados à saúde, à educação, à engenharia, enfim o termo está simbióticamente presente no nosso dia a dia. E nas empresas, essa realidade não é diferente. Grandes e pequenos negócios estão tendo seus processos aprimorados por meio da tecnologia de dados, que ajustam dinâmicas e ajudam a oferecer experiências mais assertivas aos clientes.

Victor Cavalcante, 28, engenheiro de formação, tem larga experiência no setor automobilístico. Com essa expertise no currículo e participando de um processo de aceleração com outros três amigos, eles identificaram uma dor comum às empresas que possuem frotas de veículos, a gestão dessas frotas acontecem de forma descentralizada: “Existia um sistema de abastecimento, existia um sistema de manutenção, um sistema de telemetria, mas eles não conversavam. E aí a gente tomou a decisão de ser o primeiro hub integrador de gestão de frotas do Brasil, reunindo todos esses sistemas em um sistema só”.

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Assim nasceu a Infleet, plataforma integrada de gestão de fórmulas, que envolve as verticais de manutenção, preventiva e corretiva, monitoramento, telemetria, abastecimento, controle de documentos e multas para frotas. O foco, empresas de distribuição, de coleta de resíduos, transportadoras, enfim toda e qualquer empresa que possua frota veicular.

“Antes o gestor fazia tudo isso em excel, retirando as planilhas de vários sistemas - e agora ele consegue ver tudo integrado no mesmo sistema”, explica o CEO da Infleet, que tem como sócios Henrique Lima, 28, Lucas Bastos, 27 e Vitor Reis, 28. O objetivo da plataforma é reduzir custos com manutenção e abastecimento. Sistematizando essa área, é possível ainda diminuir a poluição e os acidentes no trânsito.

Do setor automobilístico para o marketing
Sempre que estamos em busca de um produto ou serviço, a primeira coisa que procuramos para balizar nossa compra é a indicação de alguém. Essa é a premissa básica do chamado “Marketing de Indicação”. Conforme dados da CMO by Adobe, blog de insights e inspiração sobre negócios digitais, o boca a boca é responsável por U$ 6 trilhões em consumo ao redor do mundo anualmente.

Pensando nessa perspectiva, uma das coisas mais importantes para os negócios é o relacionamento com seus clientes. Mas nem sempre é fácil manter esse setor em dia, com isso muitas empresas, sejam elas grandes ou pequenas, acabam pecando nessa área. Buscando entregar a melhor experiência possível para os clientes, surge a PliQ, startup cearense que tem revolucionado o marketing de indicação ao focar na experiência do cliente no ambiente digital.

Assim como na Infleet no setor automobilístico, a PliQ também utiliza dados para fazer com que os empresas consigam perceber o que os clientes deles estão sentindo com o uso de seus produtos e serviços: “A PliQ vem transformando experiências em vendas a partir de pesquisa e indicação, apresentando um diferencial em relação ao monitoramento da experiência do cliente, tudo de forma digital e integrada em uma jornada única”, explica a co-fundadora e diretora de operações da startup, Denise Barroso.

Na busca de viabilizar um outro negócio, também com foco na experiência do cliente, Denise identificou que muitas empresas tinham dificuldade nessa área. Foi quando ela decidiu pivotar (mudar a direção de um negócio, mantendo a mesma base que já existia): “ Percebemos que as empresas tinham uma dor em comum, elas não conseguiam se conectar e entender o que os clientes estavam achando delas”. Criaram então a eXplique. Mas daí perceberam que essa dor era uma comum nas empresas e criaram a PliQ, que em dois anos já atendeu mais de 400 empresas com seu serviço diferenciado em relação ao monitoramento da experiência do cliente, de forma digital e integrada.

Hub de inovação: investindo para crescer
Em comum ainda, as duas startups fazem parte da cartela de clientes que integram o Hub de Inovação do Banco do Nordeste, que tem como responsabilidade formular políticas e diretrizes para a gestão da inovação dentro do BNB e desenvolver ações para contribuir com o empreendedorismo regional inovador na área de atuação do Banco do Nordeste.

Lina Salles, Gerente do Hub de Inovação do BNB, aponta que o Ceará é um dos Estados mais avançados na estruturação do ecossistema de inovação, com iniciativas no ambiente governamental em todas as esferas (municipal, estadual e federal): “Há iniciativas no âmbito da academia e muitas iniciativas do mundo empresarial. Ou seja, a tríplice hélice da inovação está contemplada. Dispõe-se de Marco Legal da Inovação, incentivos fiscais, programas de incubação, pré-aceleração e aceleração, vários hubs de inovação, eventos regulares de capacitação, divulgação e discussão dos temas associados, e investimentos públicos e privados para fomento às soluções inovadoras das startups”.

No Hub de Inovação do Banco do Nordeste a Infleet participou de dois programas, o Fundeci, Programa de Subvenção Econômica para Inovação em Empresas, e o FNE Startup, que é um crédito para Startups de base tecnológica. “A importância desses dois aportes foi extremamente relevante porque a gente cresceu, mais ou menos, três vezes com esse aporte, e isso possibilitou a gente estar preparado para pegar um investimento com fundos de Venture Capital. E desde que a gente pegou esses investimentos a gente já dobrou de tamanho em menos de 6 meses”, relata Victor. Desde que iniciaram a Infleet, já passaram por mais de 10 prêmios de inovação.

Já a PliQ, integrou por 12 meses o time de startups que se utilizam do espaço de Coworking do Hub. “Foi bem enriquecedor, conseguimos participar de eventos internos, nos conectar com o BNB para uso da PliQ, fizemos conexões com outras startups e tivemos bastante visibilidade no mercado por nos fazermos presente e sermos acreditado pelo banco”, compartilha Denise sobre a experiência que impulsionou seu negócio.

Denise conta ainda sobre a exitosa experiência de ter um espaço físico para dar seus primeiros passos: “ A primeira coisa que eles fazem é organizar as startups dentro do ambiente. Você tem uma mesa lá com três locais, você tem toda estrutura de uma empresa - telefone, sala de reunião, impressora, você tem toda uma gestão administrativa. A segunda parte é fazer reuniões de conexão entre as startups. Então tem as apresentações, cada uma vai ajudando a outra como pode, algumas empresas já contratam negócios dos outros, a gente tem muita troca. E o BNB promove ainda alguns eventos de Open Innovation, neles a gente faz apresentações da nossa empresa para se conectar com os clientes do banco. E o Hubine serve ainda como chancela para o negócio”.

O primeiro espaço de Coworking do Hub de Inovação foi criado em Fortaleza com 10 startups. Em 2018, criou-se o espaço de Salvador e, em 2020, foi a vez de Recife receber seu Coworking. Desde sua criação, mais de 40 startups já passaram pelo Hub de Inovação e mais de 20 acessaram crédito especializado para inovação por meio do FNE Startup e FNE Inovação.

Estrutura
Cada espaço de Coworking abriga 30 startups selecionadas por meio de edital. Uma chamada pública para participação. Como explica a gerente do Hub, os modelos de negócios das startups abrangem temas diversos, de interesse do Banco do Nordeste e da Região Nordeste. Há startups com soluções para agronegócios (agritechs), educação (edtechs), finanças (fintechs), energias renováveis, negócios de impacto social, dentre outros. “Adotamos a estratégia de Inovação Aberta, por acreditar que a parceria com atores do ecossistema de inovação da Região Nordeste possibilita maior efetividade nas ações de apoio ao empreendedorismo. Um dos critérios relevantes para residir nos espaços é apresentar uma solução inovadora que possa contribuir com a inovação da Região Nordeste e do próprio Banco do Nordeste.”, explica Lina.

Lina finaliza ainda com dicas para quem está começando no ramo: “Em primeiro lugar, teste sua ideia, valide com alguns poucos clientes. Faça o que o mercado chama de MVP: mínimo produto viável. Se você descobriu que dá certo, tem mercado, vá em frente. Em seguida, vá buscar os investimentos para crescer. E nunca faça nada sozinho. Colaboração é fundamental. Existe ainda a opção de negócios bem futuristas, que exigem mais pesquisa e mais investimentos. Neste caso, ampliar a colaboração é ainda mais importante. Envolver pesquisadores da academia, fomento de recursos públicos, investidores privados que tem essa visão. De qualquer modo, protótipos são essenciais. Validação contínua da ideia”.

Além do Coworking, o BNB dispõe ainda de diversas linhas de crédito para startups como o Fundeci, que ampliou o fomento à inovação com recursos não reembolsáveis acessados por meio de edital, que só em 2021 ofertou R$10 milhões; o FNE Startup, linha de crédito única no país voltada para financiamento de startups; além da ampliação de fundos de Venture Capital, com a criação do FIP Anjo, em parceria com o BNDES.

 

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