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Pratim cheio: empreendendo nos festejos juninos

A cultura dos pratinhos e a oportunidade de fazer renda extra

Era junho de 2020, mas por conta da pandemia, já não se tinha a esperança de ter os festejos juninos daquele ano. Para comemorar o aniversário da filha, Tatiana Viana Pontes, 46, decidiu apostar no vatapá e creme de galinha para o cardápio da pequena celebração em família. Pratos tipicamente juninos e de baixo custo, seria o casamento perfeito para a situação financeira, que não estava em sua melhor forma. O cheirinho chamou a atenção dos vizinhos, que sugeriu a Tatiana vender as iguarias para ajudar no orçamento da casa, onde, naquele momento, todos estavam desempregados.

 

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Tati vende mais de 30 pratinhos diariamente e foi com o apoio da família, que a empreendedora venceu a insegurança e tirou sua ideia de negócio do papel
Tati vende mais de 30 pratinhos diariamente e foi com o apoio da família, que a empreendedora venceu a insegurança e tirou sua ideia de negócio do papel (Foto: Acervo pessoal)

Sem capital de giro, se valeu do cartão de crédito para comprar alguns insumos e iniciar seu negócio com a venda dos pratinhos. “Fui na cara e na coragem. Na quinta-feira fui naquelas lojas de descartáveis e comprei algumas coisas que precisava. Quando foi na sexta-feira, fiz uma panela de creme, outra de vatapá, arroz, paçoca, uma saladinha e coloquei a mesinha lá fora. Coloquei por volta das 18h. Pra minha surpresa, às 20h já não tinha mais nada’, conta. Nascia o Pratinho da Tati.

Já dona Suely Bezerra, 63, vem de uma longa tradição dos festejos. Nos anos 90, o marido já nutria uma paixão por tudo o que envolvia o período junino. A alegria era tanta, que contagiou toda a família, que bailava feliz a cada ano transitando por quermesses ou ajudando o pai, que chegou a montar uma quadrilha, tamanha sua devoção pelo gingando, colorido e alegria da tradição nordestina. Numa dessas quermesses, dona Suely chegou a montar uma barraquinha de comidas típicas, foi o suficiente para os vizinhos e amigos nunca mais esquecerem o tempero dela.

Daí, a cada ano, uma lista de amigos tradicionalmente encomendavam o já famoso vatapá da dona Suely, mas até então, nada disso era visto como um negócio… até chegar a pandemia. Foi quando em junho do ano passado, a filha, Kamilla Bezerra, 35, perdeu o emprego, que surgiu a ideia de dona Suely voltar para a cozinha para seus quitutes, agora com vistas a engatar um negócio familiar. Sem os tradicionais festejos, Kamilla sugeriu levar o São João ao encontro das pessoas, só que para além dos amigos ela decidiu que ampliariam o leque da clientela. “De início a ideia era vender as porções do vatapá, mas aí a gente criou o pratinho por que a gente sabia do gosto pelo baião, pela paçoca… foi assim que criamos a Meu Pratin”, conta Suetônio Bezerra, 40, filho de dona Suely e social media da empresa.

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Além das quadrilhas juninas, as comidas também fazem parte do imaginário nordestino nessa época do ano: pé de moleque, vatapá, creme de galinha, canjica, pamonha, bolo de milho… tem gente que aparece no arraiá só para abocanhar essas delícias, que ganham corpo e um cheirinho ainda mais acentuado, uma vez que fica muito mais fácil achar a iguaria por aí. É também neste período, que muita gente aposta no pratinho como fonte de renda extra. Espalhados por diversos pontos da capital, esses pequenos negócios tem feito a alegria de muita gente na pandemia, que puderem encontrar meios de não deixar a tradição passar, sentindo o gostinho do São João por meio do paladar.

Por isso, preparamos uma lista desses pequenos negócios pra não deixar ninguém passar vontade e, de quebra, ainda fortalecer o comércio local. Anota, segue no Instagram e favorita, que é pra não esquecer e até, quem sabe, experimentar um de cada, uma vez que esses locais dispõe de diversas opções o ano inteiro, seja nas calçadas, nas praças ou pelo delivery:

Praças, calçadas e delivery:
@pratinhodatati – Jangurussu: pratinho a partir de R$8
@meupratin / pratinho a partir de R$10
@barracadatiagraca – Praça do Polar: pratinho a partir de R$10
@maria.bonita.delivery – Álvaro Weyne: pratinho a partir de R$8
@pratimdolevi – Montese/Parreão: pratinho a partir de R$10
@delicias_da_robertinha – Cambeba/ Parque del Sol: pratinho a partir de R$12
@tempero_da_neidinha – Parque Iracema/ Cambeba: pratinho a partir de R$6

 


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