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Empreendedorismo doce e dinheiro extra no caixa

Uma das datas mais aguardadas do ano, a páscoa chega como reforço financeiro para micro e pequenos empreendedores

Há meses que as redes sociais estão sendo inundadas por chocolate. Ainda nem bem tinha começado o 2021 e o coelhinho da páscoa já saltitava algoritmos, que entregavam o “cheirinho” de um bom ovo de chocolate desde janeiro. Este ano, assim como em 2020, os artesanais parecem ter caído no gosto do freguês e um número crescente de pequenos empreendedores resolveu surfar na onda doce mais uma vez.

Seja o tradicional ou de colher, os ovos de páscoa ganharam casca e recheios diferenciados. Pra muito além da embalagem, o insumo modificou a tradição daqueles ovos comerciais e trouxe uma festa de sabores para o paladar. Do FIT ao super recheado, ao longo dos últimos anos eles foram ganhando texturas e sabores, criando tendências e fazendo a alegria não só das crianças, mas segundo o próprio orelhudo, ele tem feito entregas a perder de vista em residências onde não se viu o mínimo rastro do público infantil. Chocolates nobres, insumos diferenciados e de qualidade, tem sido a aposta de muitas dessas pequenas marcas, que enxergam na data uma boa oportunidade para fazer entrar dinheiro extra no caixa.

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Alexandra opta por trabalhar com chocolate nobre e insumos artesanais para elevar a experiência gustativas de seus clientes. Na "EUquipe" da Empreendedora, ela mesma cuida de tudo, da produção dos ovos à entrega
Alexandra opta por trabalhar com chocolate nobre e insumos artesanais para elevar a experiência gustativas de seus clientes. Na "EUquipe" da Empreendedora, ela mesma cuida de tudo, da produção dos ovos à entrega (Foto: Acervo pessoal)

Alexandra Alves, 34, é uma delas. Advogada de formação, foi depois de um módulo do curso que está fazendo trazer a temática de como ‘trabalhar com chocolate’, que ela resolveu apostar na ideia, utilizando a proximidade com a data festiva para iniciar os testes e incorporar o produto ao cardápio da @adoce.comfortcake, sua marca de bolos caseiros: “fiquei muito curiosa, queria aprender como trabalhar com chocolate e essa, no caso, é a melhor época por que aí você aprende a fazer e ainda vende”, conta. Alexandra já vem de um relacionamento mais antigo com o empreendedorismo. Há quatro anos administrava seu próprio restaurante self-service, mas aí veio à pandemia e o seu negócio entrou para as estatísticas de empreendimentos que encerraram suas atividades.

Mirlene e sua inovação para este ano: o Ovo de Páscoa Sertanejo
Mirlene e sua inovação para este ano: o Ovo de Páscoa Sertanejo (Foto: Acervo pessoal)

Já Mirlene Monteiro, 42, vem de um longo relacionamento com a confeitaria, seu sonho é ter um ponto fixo com sua própria vitrine pra expor tudo o que sabe. Esta já é a terceira páscoa da empreendedora, que divide seus turnos na cozinha com o trabalho formal como auxiliar de fiscalização. Até agora, já bateu sua meta do ano passado, vendendo cerca de cem produtos personalizados @mirlene_gourmet. Começou vendendo trufas para sustentar o filho. Depois acrescentou os bolos de pote ao cardápio. Quando começou, sua cozinha/casa se resumia a um vão. Mas já com o olhar no futuro, foi juntando dinheiro e ampliando o espaço, hoje a residência da Mirlene conta com 8 cômodos e mais uma cozinha montada, onde produz seu variado cardápio doce.

E para entrar no cardápio, os ovos passam por inúmeros testes com uma técnica própria da Mirlene: "eu faço uma degustação. Faço pequenas porções e peço para alguns familiares provarem. Aí se de 7, 5 disser ‘tá perfeito’, entra no cardápio, se disserem ‘não, esse eu não gostei’, a gente volta pros testes e aquele nem entra no cardápio”, revela. Em 2021, ela resolveu ainda focar no público jovem e apostou nos sabores que fazem sucesso entre eles como cascas de brownie, Oreo, cascas craqueladas: “tudo que é diferente, eles estão atrás, então busquei isso pra mim e coloquei pro meu público”.

 

Ovo Sertanejo com castanha caramelizadas e cachaça
Ovo Sertanejo com castanha caramelizadas e cachaça (Foto: Mirlene Gourmet)

Mas só quem já trabalhou com chocolate sabe o tamanho da arte que é manipular o produto. O calor da cidade alencarina, inclusive, não ajuda. É preciso muito jogo de cintura e horas na cozinha para se chegar a um bom resultado. Mirlene conta, que chega a passar o dia inteiro no cômodo mais perfumado da casa: “tem dias que eu passo o dia todinho, vou dormir quase meia-noite fazendo testes naquilo que eu quero que dê certo”. Alexandra segue o mesmo time: “só pra fazer as cascas de chocolate, que faço de 4 em 4, é 1h, no mínimo. Fora o tempo que você passa mexendo um brigadeiro, o tempo que faz a geléia, o tempo que você pinta aquele ovo, é um processo que demora muito, principalmente, quem trabalha só, como eu”.

Ela segue à risca a receitinha de sucesso ensinada por tantos outros empreendedores que vieram antes dela: “escolha poucos sabores, não faça um cardápio muito extenso ou muito confuso, trabalhe com sabores que encantem seus clientes, mas ao mesmo tempo ouse”, ensina. E ela aposta com força na ideia de estar sempre fora da curva do convencional: “eu sempre procurei mostrar coisas diferentes, tentar mostrar ao público que há possibilidade de novos sabores, de coisas mais inusitadas para o nosso paladar, então eu fiz um cardápio meio termo, coloquei uma coisa mais comercial, que é a Nutella, mas mesmo assim eu transformei a Nutella em ganache, não usei a Nutella tradicionalmente como as pessoas usam. O cookiezinho que coloco por cima é artesanal, fiz ainda um caramelo salgado pra botar um toque de diferente…”, explica como quem domina a arte dos chocolates deliciosos.

De diferente, a Mirlene também entende, desenvolveu o Ovo de Páscoa Sertanejo, com calda de cachaça e castanha caramelizada: “eu tava pensando em algo que buscasse o nordeste, aí pensei: vou lançar um ovo meu, Mirlene Gourmet. E lancei: ele é um ovo de casca meio amargo com crocante de castanha, vem com um brigadeiro meio-amargo, uma calda, outra base com brigadeiro ninho e castanha caramelizada, pra simbolizar que nós nordestinos temos a castanha ao nosso favor. E o que é que o cearense gosta? Pinga, cachaça, aí eu fiz uma calda de cachaça”, conta como quem saboreia do próprio insumo. A calda é opcional e vem num potinho à parte para fazer a alegria de quem curte a iguaria.

Mas até ela chegar a esse resultado, foram anos de estudos e cursos que a capacitaram. Quando já não tinha dinheiro para investir nas aulas, ela conseguiu entrar na Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco. Na época, as vagas nem eram pra confeitaria, mas ela engatou um curso atrás do outro: marmitas fitness, panificação, chocolateria, hamburgueria, empreendedorismo: “eu passei praticamente dois anos morando na escola, me dedicando até passar no teste de técnica pra confeiteiro. Aí eu passei em 2019.2, cursei e foi onde fui ver e aprender o que eu queria pra minha vida: a confeitaria. Hoje, eu vendo bolos de cinco a seis andares, estudo e ainda trabalho fora. Não é fácil, é bem corrida a minha vida, mas assim, é sonho de vida ter meu próprio negócio, minha confeitaria”.

E, claro, não há de se esquecer do diferencial quando se compra um ovo artesanal: não é linha de produção, tem o carinho, tempo e dedicação não de máquinas, mas de pessoas que dedicam toda sua sapiência naquilo em que acreditam e entregam um produto novinho, personalizado, cheio de afeto, e que ainda faz girar a economia localmente: “a gente trabalha com o preço em cima desse trabalho manual, que é muito único, cada ovo que a gente faz é único, claro que você tem um padrão: tem a mesma receita de brigadeiro, a mesma receita de geléia, mas não é uma linha de produção, não uso chocolate ruim, como a gente vê muito aí nos industrializados”, pondera Alexandra, que desenvolve seus produtos utilizando o chamado chocolate nobre. As opções estão aí desde o início do ano, ideias e sabores diferentes é o que não falta para fazer a alegria do seu paladar. Então, que tal optar por comprar desses pequenos empreendedores? A festa de suas papilas gustativas está, certamente, garantida!

 

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