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Série Empreender: A incrível trajetória de empreendedores cearenses

Boutique móvel: a história da empreendedora que começou seu negócio vendendo roupas dentro de uma sacola e hoje já conquistou casa, carro e ponto fixo de vendas

Dois conceitos definem bem a moda cearense: tradição e criatividade. O Estado é um dos maiores produtores do setor têxtil do Brasil e avança no mercado elevando a qualidade da produção mesmo diante dos longos períodos de estiagem, que prejudicam a qualidade do algodão. Atravessando um momento difícil, fora do período pandêmico, confecção, vestuário e têxtil são fortes em termos econômicos e em índices de empregabilidade no Ceará, fazendo brilhar os olhos de muita gente que aposta no segmento para empreender.

Basta dar uma voltinha pelo Centro da cidade para ter uma pequena noção do tamanho da proporção que o segmento alcançou, por exemplo, no setor de moda popular. Antes resumido basicamente a feiras de chão, nas praças do entorno, hoje consquistou coberta e um lugar para chamar de seu com espaços destinados aos pequenos boxes, que estão mais organizados e com melhor estrutura. Mas empreender não é uma tarefa fácil e começar, principalmente quando não se têm capital disponível, requer muito jogo de cintura e criatividade. Francisca Selma Gomes de Souza Sá, 44, hoje tem loja própria, carro, casa e todo dia aumenta um item na lista de perspectivas para o futuro. Quando decidiu iniciar seu próprio negócio, há 15 anos, já tinha ciência dos desafios que enfretaria. Sem capital de giro, como ela mesma define o começo: “foi na cara e na coragem”.

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Tudo começou quando Selma comprou algumas bermudas para o marido. As roupas, porém, não lhe couberam, mas ao invés de devolvê-las, Selma decidiu mostrar para algumas pessoas com o intuito de adquirir de volta o dinheiro gasto nas peças. Na época, a hoje empreendedora, trabalhava como doméstica em um apartamento da capital e ao vender rapidamente os modelitos, percebeu que o enorme condomínio e seus inúmeros funcionários, poderiam ser potenciais clientes. Não deu outra: logo a notícia de que Selma estava vendendo roupas se espalhou e mais clientes foram chegando. Foi assim que começou a ir atrás de fornecedores para dar conta das encomendas e fundou o embrião de seu negócio. Batizou de Boutique Móvel, uma sacola carregada de roupas que fazia chegar até seus compradores, antecipando em 15 anos a tendência das entregas à domicílio, que hoje em dia são bastante utilizadas pelas marcas: “Eu tinha apenas uma sacola com as peças de roupa e a ousadia. Ah, e os contatos dos todos os fornecedores, porque na hora que eu tinha uma encomenda, eu já ia buscar”.

Para aumentar sua cartela de clientes passou a enxergar potenciais compradores em todo lugar: “Não houve um planejamento, as coisas foram acontecendo. Todos os dias quando a gente vai pro trabalho a gente faz amizade, com o pessoal que está no ponto do ônibus, com o motorista, com o trocador, as pessoas que já vinham com você no seu trajeto do ônibus. Era o meu network. Aí eu comecei a falar: olha, eu tô vendendo umas modinhas...”, relembra. E assim ela estabeleu uma rota para sua Boutique Móvel: todo dia quando saía do trabalho, visitava suas clientes no próprio condomínio no qual trabalhava e em um hospital da região, contato, aliás, que fez com uma enfermeira dentro do ônibus. Até então, Selma mantinha a dupla jornada, como doméstica e empreendedora.

O próximo passo foi arrumar a sala de casa para ir acomodando seu sonho, na primeira consultoria teve a certeza de que não seria fácil: “Quando você vai pegar uma consultoria eles dizem assim: você tem que ter um ponto excelente, ter estacionamento, uma boa logística. Você tem que ter uma equipe excelente... mas eu não tinha nada disso, eu tinha apenas a cara, a coragem e a fé”. E ela foi assim mesmo. Pegou as cruzetas do próprio guarda-roupa, pregou uma cortina e foi expondo os vestidos ali mesmo, na parede da sala. Criou seu ponto de apoio e começou a vender para a vizinhança.

Foi quando uma amiga sugeriu fazer um empréstimo em conjunto, fazendo Selma vislumbrar pela primeira vez a possibilidade de um capital de giro para investir. Seu primeiro crédito: R$400. “Meu Deus o que a gente faz com R$400 reais? Hoje em dia são quatro perfumes, mas eu pulava de alegria”, conta. A maior difilculdade na época era acreditar em si mesma: “vencer o medo, a ansiedade, as incertezas de abandonar um trabalho, que quando chega o final do mês tem aquele salário fixo por uma coisa incerta. Comecei tudo ao contrário, sem ter nada, foi fazendo do nada. Quando tinha um dinheirinho comprava um ventilador, um manequim...”.

A loja hoje vende de tudo um pouco, de acordo com a demanda do momento
A loja hoje vende de tudo um pouco, de acordo com a demanda do momento (Foto: Acervo)

O crédito foi aumentando, veio a primeira reforma e a necessidade de criar um novo nome, já que agora sua Boutique tinha um ponto fixo: foi assim que surgiu a marca Eu sou seu estilo de vestir, mas desta vez com uma festa de inauguração à altura do novo empreendimento que hoje, além de roupas, vende acessórios, brinquedos e moda praia. Como Selma mesma define: “ somos um armarinho de variedades”. Sobre a maior conquista de seu negócio, ela diz ser a de se manter ativo no mercado em meio a tantas incertezas na economia e, principalmente, durante a pandemia: “é um momento difícil, nós estamos recomeçando, praticamente, do zero. O mercado está tímido, o consumidor ainda está com muito medo”.

A empreendedora conta que passou por momentos difíceis, mesmo já tendo seu negócio estruturado. Como não buscou um acompanhamento especializado e nem procurou formas para se atualizar sobre a arte de empreender, chegou um momento em que não conseguia mais crescer: “Eu não busquei uma mentoria, não busquei desenvolver, então eu comecei a me auto sabotar. Comecei a transferir responsabilidades que eram minhas, gestora, para pessoas que não tinham o menor preparo”. Foi aí que percebeu um desinteresse pelo seu próprio negócio, o sonho não fazia mais tanto sentido em meio a tantas dificuldades. Mas a chavinha virou novamente, buscou ajuda, colocou as ideias no lugar e um novo slogan mental apareceu: “agora é o seguinte, não quer me ajudar, então sai da frente, que eu vou pra cima, eu vou com tudo”, afirma com firmeza e exatidão. E complementa: “Pelo bem do meu psicológico, da Eu sou seu estilo de vestir, hoje eu busco sempre estar me reciclando, nem que seja no YouTube, eu estou sempre buscando algo que me acrescente na vida espiritual, no conhecimento, para a minha auto-confiança, para administrar o meu tempo”. Conquistas não só da marca, mas da empreendedora que a cada dia almeja novas possibilidades para o seu negócio.

 

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