Tipos de investimentos financeiros: quais os melhores?

Quando se fala em tipos de investimentos financeiros, muitas pessoas podem até achar que é um verdadeiro “bicho de sete cabeças”, mas na verdade é bem mais simples do que se imagina — basta saber algumas informações básicas antes de dar o primeiro passo, como por exemplo, quais as principais modalidades e como escolher a melhor dentre tantas opções, a partir do perfil do investidor e as taxas vigentes no momento.

Só depois desse panorama inicial é que é possível para o investidor ser consciente dos prós e contras de cada um dos tipos de investimentos financeiros, de modo a controlar riscos e maximizar o lucro, algo que é o principal objetivo da pessoa ou empresa que decide deixar o comodismo da poupança e enveredar por novos caminhos.

Felizmente, muitas pessoas já começaram a se dar conta de que investir é melhor do que guardar dinheiro debaixo do colchão: segundo dados de 2020 da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), 53% dos brasileiros colocaram o dinheiro em produtos financeiros, enquanto a caderneta de poupança perdeu espaço pela primeira vez em quatro anos.

E mesmo os aplicativos bancos oferecem opções de investimentos financeiros para iniciantes. Ou seja, investir de forma segura está ao alcance, até mesmo no seu celular. É um dos tipos de investimentos para jovens mais populares, de acordo com B3 (a bolsa de valores brasileira).

Quer começar também a fazer o dinheiro render mais um pouco? Confira o texto a seguir para entender quais os principais investimentos e descobrir qual o seu perfil de investidor:

O que são tipos de investimentos financeiros?

Quando falamos de investimentos financeiros para iniciantes, podemos dizer que eles são tudo aquilo que traz um retorno financeiro para o investidor, tais como a caderneta de poupança, ações e previdência privada. Os tipos de investimentos financeiros podem ser de renda fixa ou renda variável:

Tipos de investimentos financeiros de renda fixa

Se o seu perfil de investidor é mais conservador, ou seja, se você prefere não se arriscar muito nas aplicações, os tipos de investimentos financeiros de renda fixa são os mais indicados porque há maior previsibilidade e garantia de retorno. Ela também faz parte do rol dos tipos de investimentos financeiros para iniciantes e para jovens.

Todo título de renda fixa representa um empréstimo que o investidor faz ao banco, ao governo federal ou a uma empresa, com prazos de resgate mais curtos. E ainda existe uma subclassificação dentro dessa modalidade de investimento: os do tipo pré-fixados e os pós-fixados.

Os pré-fixados são tipos de investimentos financeiros em que já se sabe qual será o retorno que eles darão, e eles também apresentam uma taxa fixa pré-estabelecida. Já os pós-fixados possuem uma taxa indexada a algum índice econômico, como por exemplo, a Selic, que é a taxa básica de juros no Brasil.

Apesar de ter variações e poder ser alterada durante o período de aplicação, há sempre projeções confiáveis que servem de parâmetro — quem faz isso é o próprio Banco Central, por meio do Comitê de Política Monetária (Copom).

Renda variável

Como o próprio nome diz, a renda variável é um dos tipos de investimentos financeiros que tem como característica a variação diária de preço e rentabilidade. Por isso ela é indicada para pessoas com perfis mais arrojados, já que os riscos são maiores — por outro lado, as possibilidades de lucro também são. É um dos tipos de investimentos mais atraentes para jovens, segundo dados da B3.

No Brasil, a quantidade de investidores pessoa física que investiram na renda variável tem aumentado a cada ano. Em 2022, saltou de 3,3 milhões para 5 milhões. Para se ter uma ideia, ao fim de 2017, existiam apenas 600 mil contas de pessoa física cadastradas na B3. Esse tipo de investidor individual representa hoje 17% do montante de recursos investidos em ações na Bolsa.

"O mercado de capitais passou a fazer parte da poupança do brasileiro. Conforme a pessoa física vai conhecendo o mercado e entendendo como ele pode ajudar a atingir cada um de seus objetivos, ela se sente mais confiante para continuar realizando investimentos e de forma mais diversificada", afirma Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes e Pessoa Física da B3.

Diferença entre tipos de investimentos financeiros de renda fixa e os de renda variável

Enquanto a renda fixa possibilita uma previsibilidade dos ganhos, porque a taxa de juros é fixa, a renda variável tem rendimentos imprevisíveis, já que os preços oscilam influenciados por fatores econômicos e políticos.

Exemplo: ações na bolsa de valores. Quando há mais gente vendendo uma determinada ação, o preço dela cai. Quando há mais gente comprando, o preço aumenta. Já os tipos de investimentos financeiros de renda fixa são um dos tipos de investimentos financeiros que têm datas de vencimento preestabelecidas e um indexador de rentabilidade, que pode ser uma taxa de juros específica, a taxa Selic ou o IPCA.

Quais são os principais tipos de investimentos?

Como explicado acima, os tipos de investimentos financeiros de renda fixa e os de renda variável têm como principal diferença a oscilação de preços e rendimentos. Listamos abaixo alguns dos tipos mais populares de investimentos financeiros para iniciantes.

Os tipos de investimentos financeiros de renda fixa:

Tesouro direto

É um programa criado pelo Tesouro Nacional que permite você investir em títulos públicos. Na prática, você está emprestando dinheiro para o governo em troca de uma rentabilidade. Ideal para quem quer começar a investir (é possível investir a partir de R$ 30), e o resgate é quando a pessoa quiser.

Debêntures

Se o tesouro direto é um empréstimo para o governo, os debêntures são para as empresas privadas. Quando uma empresa necessita de uma quantidade de dinheiro para fazer algum investimento ou pagar débitos, em vez de procurar um empréstimo no banco, que tem custos mais altos, ela lança debêntures no mercado para captar recursos. O investimento mínimo para esse caso é de R$1.000.

Os de renda variável:

Ações

São títulos emitidos pelas empresas na Bolsa de Valores para arrecadar investimento. Adquirir uma ação é como obter uma pequena parte do capital da companhia. Para investir não existe um valor mínimo. O valor do investimento vai depender do tipo e da quantidade.

Certificado de Depósito Bancário (CDB)

O CDB é um tipo de título emitido por instituições financeiras para captar recursos para financiar as suas atividades. Logo, quem investe em um CDB está emprestando dinheiro para o banco em troca de uma remuneração. Existem CDBs com aplicações a partir de R$ 1 ou R$ 100, mas os rendimentos mais altos geralmente estão relacionados a valores maiores.

Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)

São títulos de renda fixa emitidos para levantar recursos para os setores imobiliário e do agronegócio. Os títulos são emitidos por bancos e corretoras de investimentos para financiar a operação desses dois setores. As aplicações mínimas vão de R$ 1 a R$ 100.

Como escolher em que investir

Aqui vai uma dica de investimentos financeiros para iniciantes: você não precisa escolher apenas um dos tipos de investimentos financeiros disponíveis. Na verdade, o mais recomendado por todos os especialistas é que você faça justamente o contrário: escolha diversas categorias, levando em consideração a rentabilidade, risco, prazo e mercado em que ele está.

Lembrando que além de saber qual o perfil de investidor mais combina com o estilo da pessoa, é preciso também prestar atenção a pontos como a liquidez do investimento, que é o tempo necessário para a aplicação se reverter em dinheiro na conta corrente.

Para as empresas, a liquidez é essencial, pois podem precisar de aportes imprevisíveis, por exemplo, aproveitar uma boa oportunidade de comprar estoque ou para resolver um reparo emergencial em um equipamento.

Por último mas não menos importante, há a tributação, ou seja, quais impostos vão incidir nos seus rendimentos. Nesse ponto, vale ressaltar que existem benefícios para pessoas físicas que não são estendidos às pessoas jurídicas.

É o caso da isenção de IR nos lucros obtidos em LCI, LCA e CRI, por exemplo. No Brasil, toda a parcela na renda fixa representa em média 39% da carteira de investimentos, segundo estudo feito pelo Santander Brasil com clientes em todo o país, publicado pela coluna de Jocélio Leal, colunista do O POVO.

Conheça seu perfil de investidor: qual o melhor tipo de investimento?

O perfil conservador prioriza a segurança e a agilidade de transformação do investimento em dinheiro na conta. Ele não suporta oscilações e por isso abre mão da alta rentabilidade. O moderado gosta da segurança da renda fixa, mas pode arriscar um pouco mais do seu patrimônio buscando uma rentabilidade maior.

Já o agressivo quer fazer o máximo de lucro possível em cima do patrimônio. Ele escolhe os tipos de investimentos financeiros mais arrojados, ou seja, com maior oscilação, como os de ações ou cambial.

Se identificou com algum? Pois bem, esse pode ser chamado como o primeiro passo. E é algo tão simples que até as crianças e adolescentes, ou seja, os que estão seguindo o beabá dos investimentos financeiros para jovens e iniciantes, estão ingressando no mercado de investimentos.

Segundo dados da B3, a presença de crianças e adolescentes no mercado financeiro quase triplicou desde 2020. O número de investidores com menos de 18 anos estava próximo dos 11 mil (10.911) em março de 2020. Dois anos depois, esse número saltou 181%, para 30.732 pessoas (cada corretora de investimentos estabelece os seus procedimentos para a abertura de conta para menores de 18 anos).

 Para começar a investir é necessário seguir algumas orientações básicas

Tenha uma meta

Ter um objetivo financeiro bem definido é ótimo para investir melhor, já que é bem difícil criar uma boa estratégia de investimento se você não tem um sonho para alcançar, e esse sonho pode ser uma viagem para o exterior, comprar um carro ou se aposentar mais cedo.

Quando você tem os seus objetivos bem definidos, é uma grande motivação para continuar poupando e seguir investindo. Os tipos de investimento para jovens podem propiciar uma viagem de intercâmbio ou a passeio.

“Ao poupar para alcançar os objetivos, você não precisa deixar o dinheiro parado na poupança. O investimento faz com que seu dinheiro renda mais e aumente o valor poupado. Na poupança, aos poucos o dinheiro pode perder o seu poder de compra para a inflação”, afirma Larissa Falcão, líder regional da XP, em postagem sobre o assunto na coluna da Carol Kossling, colunista do O POVO.

No curto prazo, os objetivos devem ser realizados em até um ano. Para isso, as opções são os recursos do seu giro e reserva de emergência. A indicação é em aplicações em renda fixa atrelado ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário).

Já no médio prazo, os sonhos devem ser realizados de 1 a 5 anos. Os tipos de investimentos financeiros mais recomendados são as aplicações de renda fixa em geral atrelados à inflação, fundos de investimentos e ações. Por fim, o longo prazo são aqueles sonhos que devem ser concluídos acima de cinco anos.

Segundo a executiva, antes de tudo é importante organizar as finanças. "O primeiro passo para começar a investir é sentar e organizar as finanças. Você precisa ter caixa positivo, gastar menos do que ganha. Então, é importante fazer uma revisão das dívidas. Outra coisa importante é fazer um planejamento de vida e carreira para alavancar seu ganho", diz a líder.

Após a organização financeira, o segundo passo é construir uma reserva de emergência, que deve ser de 3 a 6 vezes o valor das despesas mensais. "A partir disso, você vai investir no médio e longo prazo. O ideal é que cada tipo de investimento esteja atrelado a um sonho que você deseja realizar, porque você escolhe um tipo de investimento baseado no objetivo, e não o contrário", finaliza.

Conclusão

Muitas pessoas aproveitaram o isolamento imposto pela pandemia para estudar sobre o mercado e os tipos de investimentos financeiros. Esta foi a rotina inclusive para os jovens, que ficaram sem aulas presenciais e passaram a usar o tempo extra para estudar outros assuntos. E as dicas demonstradas aqui não são apenas para pessoas físicas, mas também para jurídicas.

Como estamos vivendo na era da troca de experiências, a exemplo dos perfis nas redes sociais criados somente para isso, era de se esperar que o número de pessoas que se propuseram a “trocar em miúdos” detalhes sobre os investimentos também crescesse.
Assim, mesmo para quem não é muito afeito a números consegue assistir (e entender!) um vídeo bem humorado explicando como fazer o dinheiro render em aplicações menos conhecidas e mais vantajosas do que a poupança.

Acesse o canal de economia do O POVO para saber mais sobre investimentos e outros assuntos relacionados a como escolher qual o melhor tipo de investimento para o seu perfil de investidor.

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