Ouro fecha em queda e prata despenca 9% após nova alta de margem em meio a rali anual
O ouro fechou em baixa nesta quarta-feira, 31, que marca a última sessão do ano, mas registrou ganhos expressivos em 2025, diante incertezas tarifárias, geopolíticas e maiores estoques pelos bancos centrais. Na sessão de hoje com liquidez reduzida por conta da véspera do feriado de Ano Novo, os preços do metal precioso foram pressionados por um novo aumento do requisito de margem para futuros da commodity.
Na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), o ouro para março encerrou em baixa de 1%, a US$ 4.341,1 por onça-troy. Já a prata para março derreteu 9,4%, a US$ 70,60 por onça-troy. Em dezembro, o ouro avançou 1,8% e, em 2025, disparou cerca de 64%, a maior alta anual desde 1979, segundo a CNBC.
A prata subiu 24% neste mês e chegou a superar US$ 80 no início da semana. O metal registrou alta de cerca de 150% no ano, de acordo com a Reuters.
Em comunicado, o CME Group disse aumentará novamente as margens dos contratos futuros do ouro, prata, platina e paládio pela segunda vez em uma semana. As alterações foram justificadas com base em uma análise da "volatilidade do mercado para garantir cobertura de garantia adequada" e entrarão em vigor após o fechamento do mercado nesta quarta-feira.
Ainda, na tarde desta terça, 30, o documento divulgado pelo BC americano mostrou um tom hawkish, já que foi citado que "alguns membros" que apoiaram o corte de 25 pontos-base (pb) em dezembro também poderiam ter sido favoráveis a uma manutenção dos juros, o que indica que o Fed pode segurar os juros no atual nível no encontro de janeiro. De acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group, as apostas de uma manutenção no próximo mês eram de 82,8%. O ouro costuma se beneficiar de uma política monetária mais frouxa.
Apesar da queda registrada hoje, a corretora XS destaca que a alta do ouro no ano "não apenas refletiu profundas preocupações macroeconômicas, mas também impulsionou o ouro para uma zona de alta avaliação, tornando o mercado mais sensível a fatores corretivos de curto prazo".
O metal recebeu o suporte de contínuas incertezas de política tarifária e guerras. Hoje, a Rússia realizou um ataque que atingiu edifícios residenciais e a rede elétrica de Odesa, no sul da Ucrânia. A ofensiva impõe mais dúvidas sobre o possível acordo de paz para o Leste Europeu, mediado pelos EUA.
*Com informações da Dow Jones Newswires
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