Aviação civil no NE bate recorde; Fortaleza está no top 3 regional
Em termos de rotas, o Ceará chegará a nove destinos internacionais em janeiro, após o início do voo Fortaleza-Madri, pela Iberia
14:38 | Dez. 30, 2025
A aviação civil no Nordeste brasileiro alcançou seu melhor desempenho em duas décadas e meia, impulsionada pelo aquecimento da economia regional e pela crescente demanda de passageiros.
Entre janeiro e novembro de 2025, a Região registrou a marca histórica de 18,5 milhões de passageiros transportados a partir de seus aeroportos, volume que representa o maior já contabilizado na série histórica da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) desde o ano 2000.
No contexto desse crescimento, o Aeroporto de Fortaleza (CE) firmou-se como um dos principais motores do fluxo aéreo regional, posicionando-se em terceiro lugar na emissão de passageiros. No acumulado de janeiro a novembro, a capital cearense contabilizou 2,74 milhões de embarques.
O cenário é favorável com a recuperação das três maiores companhias aéreas do País (Latam, Gol e Azul) e o aumento no número de novas rotas.
A Latam, por exemplo, já anunciou ampliações no cenário internacional, incluindo Fortaleza–Lisboa; a Gol terá o maior volume de voos para a Argentina em dez anos; e a Azul negocia novos aumentos a partir de 2026.
O Governo do Ceará tem utilizado como instrumentos para atrair voos a redução de ICMS do querosene e subvenções por assento em rotas estratégicas, como Juazeiro–Fortaleza.
A avaliação é que o impacto econômico dessas medidas, considerando que cada turista deixa aproximadamente R$ 3,9 mil na economia local.
Assim, para a alta estação, as projeções são muito positivas: espera-se cerca de 1,1 milhão de turistas entre dezembro e início de fevereiro, incluindo 100 mil estrangeiros.
A previsão é de que o setor movimente mais de R$ 4 bilhões no período, somando-se aos mais de R$ 10 bilhões já injetados ao longo do ano.
Em termos de rotas, o Ceará chegará a nove destinos internacionais em janeiro, após o início do voo Fortaleza-Madri, pela Iberia.
Recentemente, foram iniciadas as rotas Fortaleza-Montevidéu, pela Gol; Fortaleza-Caiena, pela Air France, além de Fortaleza-Lisboa, pela Latam.
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Fortaleza acompanhou o ritmo dos líderes Recife (PE), que somou 4,45 milhões de embarques, e Salvador (BA), com 3,56 milhões no mesmo período. Outros centros, como Maceió (AL) e Porto Seguro (BA), também superaram a marca de 1 milhão de passageiros embarcados, comprovando a capilaridade da aviação regional.
Os dados revelam uma mudança de patamar na conectividade dos estados nordestinos. O volume de 18,5 milhões de embarques representa um crescimento de quase 1 milhão de novos viajantes em relação aos 17,6 milhões de pessoas que embarcaram no mesmo período do ano passado.
Esse desempenho histórico aponta para um dinamismo econômico que se mantém aquecido consistentemente ao longo do ano, indo além da tradicional alta temporada.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou que o resultado reflete o sucesso das políticas de incentivo à aviação regional e a melhora no poder de compra da população. Segundo o ministro, ver 18,5 milhões de embarques a partir do Nordeste significa constatar "uma economia que gira" e a ampliação do comércio.
Além do mercado doméstico, a internacionalização dos terminais foi um fator determinante para o recorde.
O Nordeste consolidou-se como um hub de saída direta do Brasil, permitindo que os passageiros voem para o exterior sem depender de conexões no Sudeste.
De janeiro a novembro, mais de 771 mil passageiros decolaram da Região com destino a voos internacionais, sendo Lisboa o ponto de conexão mais procurado, concentrando cerca de 40% de todo o fluxo internacional que partiu do Nordeste no período.
Destinos como Paris, Buenos Aires e Miami também se destacam na malha aérea, conectando o Nordeste a grandes centros globais.