Lula diz que falou com Meloni e que ela pediu uns dias para fechar acordo Mercosul-UE

Lula diz que falou com Meloni e que ela pediu uns dias para fechar acordo Mercosul-UE

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou, nesta quinta-feira, 18, que ligou para a primeira-ministra da Itália, Georgia Meloni, para destravar o acordo União Europeia-Mercosul. Segundo Lula, ela disse que sofre um embaraço político interno e pediu um prazo de alguns dias até um mês para assinar o acordo. As declarações ocorreram durante conversa do presidente com jornalistas no Palácio do Planalto, em Brasília.

"Na conversa com a primeira-ministra Meloni, ela ponderou para mim que ela não é contra o acordo, ela apenas está vivendo um certo embaraço político por conta dos agricultores italianos, mas que ela tem certeza que ela é capaz de convencê-los a aceitarem o acordo", afirmou Lula.

E continuou: "E ela, então, pediu para mim que se tivesse paciência de uma semana, 10 dias, de no máximo um mês, a Itália estará junto com o acordo".

Lula disse que representantes da União Europeia tinham lhe garantido que o acordo seria assinado neste ano, em 20 de dezembro. Do lado do Mercosul, já estaria tudo resolvido, mesmo com os termos sendo mais favoráveis aos europeus.

O petista afirmou que sempre soube que a França era contra e que foi surpreendido com a posição da Itália há dois dias. Repetiu que os europeus não perdem nada com esse acordo e que levará o pleito de Meloni aos outros chefes de Estado do Mercosul.

Segundo ele, não há o que ser feito se o texto não estiver pronto para ser assinado, mas que é preciso esperar até o sábado porque "a esperança é a última que morre".

Diante de uma mudança de cenário em relação à assinatura do acordo União Europeia-Mercosul, Lula subiu o tom na quinta sobre o tema. Ele afirmou que, se o acordo não for assinado agora, "o Brasil não fará mais acordo" enquanto ele for presidente.

"É importante lembrar que nessa reunião do Mercosul, que era para ser dia 2 de dezembro, mudei para 20 de dezembro porque a União Europeia pediu, porque só conseguiria aprovar o acordo no dia 19. Agora estou sabendo que eles não vão conseguir aprovar. Está difícil, porque Itália e França não querem fazer por problemas políticos internos", afirmou o presidente durante reunião ministerial na quarta-feira.

Ainda assim, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considera que a assinatura do acordo com o Mercosul é de "crucial importância econômica, diplomática e geopolítica" e que chegou o "momento certo" para concluí-lo, revelaram fontes à Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Nesta quinta-feira, entretanto, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul não pode ser assinado e exigiu um "freio de emergência" para o pacto, em comentários para jornalistas ao chegar ao Conselho Europeu nesta quinta-feira.

O líder francês, que já havia dito que seria contrário ao acordo, declarou que quer adiar a assinatura do possível documento entre as partes.

"A Comissão Europeia fez uma proposta, o Parlamento a melhorou e aprimorou as medidas de salvaguarda do Mercosul, mas buscamos cláusulas de reciprocidade e espelhamento no acordo comercial com o Mercosul e não estamos prontos para seguir com o acordo", disse.

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