Ibovespa cai por cautela política e NY fraca, apesar de alta das commodities

Ibovespa cai por cautela política e NY fraca, apesar de alta das commodities

A valorização das commodities é insuficiente para estimular alta do Ibovespa, em meio à continuidade das preocupações políticas no Brasil. Em Nova York, os índices de ações operam com viés de baixa. Em dia de agenda esvaziada de indicadores aqui e no exterior, os investidores avaliam discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nesta quarta-feira, 17, em meio a expectativas de novos cortes dos juros nos EUA, ainda que se tenha uma pausa em janeiro.

Hoje tem vencimento de opções sobre o Ibovespa e também segue no radar o noticiário político, em meio ainda à pesquisa Genial Quaest da véspera. Ao mesmo tempo, o mercado digere a aprovação, na madrugada de hoje na Câmara dos Deputados, do texto principal do projeto de lei que reduz benefícios fiscais em 10%, recuperando ainda pontos da chamada "taxação BBB" (bancos, bets e bilionários).

"Aumento de imposto mais uma vez, aumentaram tributação para Bets, Fintechs e a alíquota do JCP, juros sobre capital próprio, péssimo para a Bolsa brasileira. Isso em meio a todo o cenário político complicado", diz Felipe Sant' Anna, especialista em mercado financeiro do grupo Axia, citando ainda a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva hoje. Lula disse que se há dinheiro na mão do povo, resolve problema da inflação e "não tem macroeconomia ou câmbio". Papéis de grandes bancos são penalizados, com recuo de até 1% (Bradesco).

Conforme Alison Correia, analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos, há uma movimentação maior de realização e um pouco de cautela por parte dos investidores. Ele lembra que é preciso se atentar ao fato de que o principal indicador da B3 subiu quase 35% no acumulado de 2025. "Então, qualquer tipo de incerteza, ainda mais nessa época do ano, gera dúvida, o investidor coloca dinheiro no bolso. E é isso que está acontecendo", afirma.

Correia cita como alguns exemplos a incerteza quanto ao início da queda da Selic e sobre o mercado de trabalho americano. "E a cereja do bolo para tudo isso foi a pesquisa da Genial Quest, com relação aos possíveis candidatos a presidente em 2026. E a grande surpresa foi Flávio Bolsonaro ficando à frente do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas."

Nesta manhã, o petróleo avança cerca de 1,30%, após alta de mais de 2%, após o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar ontem que ordenou o bloqueio total de todos os petroleiros sancionados entrando e saindo da Venezuela. As ações da Petrobrás avançavam entre 0,65% (PN) e 0,43% (ON) às 11h37. Ainda fica no foco a notícia de que a Petrobras confirmou o acordo por meio da aquisição de 49,99% das subsidiárias da Lightsource BP no Brasil.

O minério de ferro, por sua vez, fechou com alta de 1,25% em Dalian, na China a US$ 109,05 por tonelada. Vale subia 1,14%.

Ontem, o Ibovespa fecha em baixa de 2,40%, aos 158.577,88 pontos, diante de ruídos políticos e após o tom conservador da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), relativa à decisão da semana passada. Na ocasião, o Banco Central manteve a Selic em 15% ao ano, sem indicar quando pretende começar a cortar a taxa.

No geral, Lauro Sawamura Kubo, gestor de fundos de investimento da Patagônia Capital, avalia que a ata do Copom deixa claro que a restrição monetária seguir por um pouco mais de tempo. Neste sentido, diz, um corte da Selic em janeiro parece que não acontecerá. "Reduções mais rápidas podem ser postergadas um pouco mais para o fim do primeiro trimestre", estima.

Às 11h41, o Índice Bovespa caía 0,69%, aos 157.480,95 pontos, de mínima em 156.350,81 pontos (-1,40%), ante abertura em 158.577,88 pontos, com variação zero. Subiu 0,02%, na máxima em 158.610,62 pontos.

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