Ouro fecha em alta e sobe na semana, impulsionado por demanda por ativos seguros e Fed
O ouro fechou em alta nesta sexta-feira, 12, preso no contraste entre demanda por refúgios de segurança e realização de lucros com a intensa deterioração no sentimento de risco em Wall Street por temores de bolha IA, além de incertezas sobre o rumo do Federal Reserve (Fed). A prata, por outro lado, devolveu na sessão parte dos ganhos da véspera, que levaram o metal ao seu maior nível histórico.
Na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), o ouro para fevereiro encerrou em alta de 0,35%, a US$ 4.328,30 por onça-troy. Já a prata para março despencou 4,00%, a US$ 62,007 por onça-troy. Na semana, os ganhos foram de 2,01% e 5,00%, respectivamente.
O metal dourado passou a maior parte da sessão em alta de aproximadamente 1%, mas apagou ganhos e chegou a flertar com território negativo com a piora das bolsas de Nova York. Apesar disso, conseguiu se manter acima da marca de US$ 4.300 por onça troy.
Em análise divulgada nesta manhã, o Commerzbank destaca que a reunião do Fed nessa semana trouxe um impulso positivo. O banco alemão ressalta que, embora haja sinais de uma pausa na flexibilização da política monetária na próxima reunião em janeiro, a porta "permanece aberta" para novos cortes nos juros posteriormente, o que pode dar suporte ao metal dourado.
Apesar do otimismo do Commerzbank, presidentes de distritais do Fed alertaram para a possibilidade de uma abordagem mais cautelosa. Jeffrey Schmid (Kansas City) destacou que a inflação permanece ainda muito alta; Beth Hammack (Cleveland) mencionou que há um esfriamento gradual no mercado de trabalho; Austan Goolsbee (Chicago) classificou como "precipitada" a decisão de redução dos juros por falta de dados; e Anna Paulson (Filadélfia) destacou que a reunião de janeiro deve ser mais calibrada por conta das maiores informações que devem estar disponíveis.
Dentre outros metais preciosos, a Capital Economics avalia que a alta nos preços da prata deverá se inverter no próximo ano. "Esse aumento na demanda por metais preciosos para investimento, especialmente no Ocidente, onde o sentimento tende a ser sensível a mudanças na política monetária dos EUA, pode se inverter rapidamente", explica.