Prefeitura decide pela permanência da Lubnor em Fortaleza

Já as operações de tancagem e armazenamento de combustível localizadas no Cais do Porto serão transferidas para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém

15:23 | Set. 13, 2025

Por: Adriano Queiroz
Lubnor foi uma das refinarias que a Petrobras desistiu de conceder à iniciativa privada (foto: FCO FONTENELE)

O presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento de Fortaleza (Ipplan), Artur Bruno, afirmou, em entrevista à rádio O POVO CBN neste sábado, 13, que a Lubnor deve permanecer na Capital.

Segundo ele, durante uma audiência pública que discutiu o Plano Diretor, a empresa apresentou sua importância econômica e social, e “houve uma defesa muito forte para a permanência da Lubnor, não só por parte da empresa, mas também das comunidades que vivem em torno dela, e não houve ninguém se colocando contra a presença da Lubnor naquela área”.

Artur Bruno explicou ainda que as operações de tancagem e armazenamento de combustível localizadas no Cais do Porto serão transferidas para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), na divisa entre os municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante.

Ele explicou que boa parte daquela população das comunidades ao redor trabalha na Lubnor, o que pesou na decisão da Prefeitura de manter a refinaria na proposta do Plano Diretor Participativo.

“A posição da prefeitura, é pela permanência dela naquele local, pela integração que a Lubnor tem com a comunidade, pela adequação que ela fará de espaços lá para usufruto da comunidade e também pela importância que tem a Lubnor para arrecadação, para geração de emprego e renda", disse

"Cerca de 500 pessoas ali daquelas comunidades trabalham na Lubnor, e achamos que era importante a sua permanência”, pontuou Artur Bruno.

A Petrobras enfrentava um impasse legal sobre a permanência da Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor) na capital cearense por causa de uma lei municipal de 2017, que determina a remoção de empresas classificadas como “nocivas ao meio ambiente” da área portuária até agosto de 2027.

“A Lubnor apresentou um projeto onde ela vai abrir alguns espaços lá daquela área. Ela ocupa, salvo engano, em torno de quatro hectares naquele espaço. Ela fica em cima daquela área lá no Vicente Pinzón, naquela área ali mais alta”, detalhou. Com esse projeto, a empresa foi reclassificada de "nociva" para "incômoda".

“Aquela área que, aparentemente, muita gente pensa que é a Lubnor, mas na verdade é a tancagem, ali na avenida, onde aqueles caminhões ficam parados com reservatórios de óleo de petróleo. Na Lubnor, os veículos realmente entram na empresa e descarregam lá dentro”, complementou.

“Ela apresentou um projeto que inclusive está sendo desenvolvido detalhadamente com a UFC e com a Uece, em um convênio que eles estão fazendo com essas duas universidades, para que a população possa usufruir mais daquelas áreas”, prosseguiu o presidente do Ipplan.

A Lubnor possui capacidade de processamento autorizada de 8,2 mil barris por dia e é uma das líderes nacionais em produção de asfalto. A unidade também é a única do país a produzir lubrificantes naftênicos.

“A Petrobras tem uma proposta bem ousada de requalificação, com melhores tecnologias, e creio que essa parceria da UFC e da Uece dará melhores condições para que a Lubnor possa realmente continuar prestando o seu bom serviço à comunidade, despoluindo e sendo exemplo de uma refinaria carbono zero”, projetou.

Especulação imobiliária não preocupa

Ainda de acordo com o presidente do Ipplan, Artur Bruno, a especulação imobiliária, especialmente com foco em hotéis, que chegou a ser tema de preocupação em um primeiro momento de discussões sobre a eventual retirada da Lubnor da área que ela ocupa atualmente não é mais motivo de temor pelo poder público.

“A Lubnor ocupa aquele espaço mais alto, ali no Vicente Pinzón, naquela área atrás do Porto do Mucuripe. Então não é área de interesse dos hotéis. Os hotéis querem ficar ou na avenida Beira-Mar, ou na Praia do Futuro, ou no quarteirão seguinte, no máximo dois quarteirões da praia. Não é o espaço da Lubnor. A Lubnor fica mais em cima”, explicou.

“É preciso diferenciar o que é o espaço da tancagem, onde estão aqueles reservatórios de petróleo de várias empresas. Essas irão sair. A tancagem vai sair. A Lubnor fica mais acima, então não é, de uma maneira geral, área de interesse da rede hoteleira”, ponderou Artur Bruno.

Com informações de Jules Ferreira da rádio O POVO CBN e de Kleber Carvalho

Tenha acesso a mais conteúdo em nossos canais!

Mais notícias de Economia