PMI de serviços do Brasil cai a 46,3 em julho, menor nível desde abril de 2021, diz S&P
O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade do setor de serviços do Brasil caiu em julho a 46,3 pontos, o menor nível desde abril de 2021. Em junho, o indicador estava em 49,3 pontos. Leituras abaixo de 50 pontos sugerem contração da atividade. O PMI composto, que agrega dados do setor de serviços e da indústria, também recuou - de 48,7 para 46,6 pontos.
"Os resultados do PMI de julho indicaram ventos contrários preocupantes para o setor privado do Brasil", disse Pollyanna de Lima, diretora associada econômica da S&P Global Market Intelligence. "As empresas enfrentaram um ambiente particularmente desafiador, lutando com custos elevados de empréstimos, pressões inflacionárias persistentes e uma notável escassez de oportunidades de novos negócios. Essas dificuldades operacionais, agravadas pela incerteza em torno da eleição presidencial de 2026 e por problemas de fluxo de caixa, reduziram significativamente os níveis de confiança nos negócios", acrescentou.
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Os dados mostraram que as empresas do setor de serviços registraram aumento de despesas operacionais atribuídos a custos maiores de materiais, impostos mais elevados e taxas de câmbio desfavoráveis. As empresas mencionaram ter pago mais por materiais de construção, eletricidade, alimentos, combustível e artigos de papelaria.
Por outro lado, os preços cobrados pela prestação de serviços brasileiros aumentaram no ritmo mais rápido em cinco meses. A taxa de inflação ficou acima da tendência histórica, mas bem abaixo da observada para os custos de insumos - que permaneceu elevada, mas recuou para o nível mais baixo em oito meses.
A escassez de novos negócios levou as prestadoras de serviços a reduzirem o quadro de funcionários, interrompendo oito meses seguidos de contratações. A inadiplência dos clientes, a alta carga tributária e medidas de reestruturação também foram citados como motivos para a redução de empregos.
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