Incerteza com Selic impede Ibovespa de subir com Nova York e minério de ferro

Incerteza com Selic impede Ibovespa de subir com Nova York e minério de ferro

A possibilidade de que a Selic fique no nível de 15% ao ano por um bom período, como entendimento de especialistas após o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a taxa na quarta-feira à noite, impede alta do Ibovespa nesta sexta-feira, 20, em sintonia com as bolsas norte-americanas e avanço de 0,93% do minério de ferro hoje em Dalian.

Na volta do feriado de Corpus Christi no Brasil e de Juneteenth nos Estados Unidos, o principal indicador da B3 se depara com valorização dos mercados de ações em Nova York, avanço dos rendimentos dos Treasuries e queda de cerca de 3% do petróleo em Londres. Ao mesmo tempo, a agenda esvaziada e o vencimento de opções sobre ações na B3 podem dar espaço para volatilidade.

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Apesar de os Estados Unidos terem dito que divulgarão se entrarão no conflito no Oriente Médio em duas semanas, o que dá certo alívio aos mercados, os ataques entre Israel e Irã continuam, elevando as incertezas quanto a um desfecho. Hoje a guerra entra em seu oitavo dia, enquanto novos esforços diplomáticos podem estar em andamento.

Na quarta-feira, após o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manter os juros dos EUA entre 4,25% e 4,50%, conforme o esperado, o Copom elevou a Selic de 14,75% para 15% ao ano, em linha com as estimativas conservadoras, enquanto outra parte estimava manutenção. A decisão do Copom do Banco Central foi unânime. Já o BC chinês deixou suas principais taxas de juros inalteradas.

"A alta de 0,25 ponto veio como esperávamos, mas o mercado estava dividido. O Copom dá a entender que pode interromper o ciclo de alta caso confirme o cenário que eles desenharam. Esperamos que este nível de juros fique onde está até a próxima reunião julho", diz Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Asset Management no Brasil, que vê inicio de queda no segundo trimestre de 2026.

Conforme Ashikwa, no comunicado, o BC enfatizou que a política monetária restritiva por continuar um período prolongado. "Não está com muita disposição para discutir queda dos juros", acrescenta.

Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, a comunicação do Copom foi tão dura que poderia ser usada para justificar elevações mais robustas do que o aumento de 0,25 ponto porcentual observado.

Adicionalmente, diz Sanchez em relatório, se o BC não tivesse sido explícito ao indicar a interrupção do ciclo de alta da Selic, o texto do Copom poderia ser interpretado como sinalização de continuidade. Para o economista da Ativa, o intuito do BC ficou claro: "pesar a mão para afastar cenários de cortes de juros precoces da curva."

A despeito do entendimento de que o processo de aperto monetário se não foi concluído, está em vias de, o nível de 15% é o maior em 20 anos, o que tende a elevar a pressão sobre custos nas empresas e consequentemente pesa nas ações, principalmente daquelas mais sensíveis a juros. Inclusive hoje os juros futuros curtos sobem.

A despeito do recuo do petróleo, as ações da Petrobras avançam. Nesta sexta-feira, a estatal pagará a segunda parcela da remuneração aos acionistas referente a dezembro 2024. Ja os papéis ligados ao minério caem. Vale cedia 1,31% às 11h12, enquanto Petrobras subia entre 0,27% (PN) e 0,81% (ON)

Ações de grandes bancos também recuavam bem como aquelas mais sensíveis ao ciclo econômico, caso de Vamos (-4,34%) e Magazine Luiza (-2,46%), que figuravam entre as maiores perdas da carteira teórica.

Na quarta-feira, o Ibovespa fechou em baixa de 0,09%, aos 138.716,64 pontos, acumulando alta de 1,10% na semana.

Às 11h21 desta sexta, o Ibovespa caía 0,89%, na mínima aos 137.480,11 pontos, ante máxima aos 138.719,09 pontos, com variação zero, praticamente o mesmo nível da abertura.

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