Indústria cearense tem o 2º pior desempenho do Brasil na produção de fevereiro
O analista da pesquisa Regional do IBGE, Bernardo Almeida, explica que "de forma geral, há uma perda de intensidade na produção industrial"
A indústria do Ceará registrou o segundo pior desempenho de produção no Brasil, com uma retração de 1% na passagem de janeiro para fevereiro. O índice ficou abaixo do nacional, que obteve variação de - 0,1%. Confira mais abaixo o ranking de fevereiro.
Os dados são da série com ajuste sazonal da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada nesta terça-feira, 8 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Segundo Bernardo Almeida, analista da PIM Regional, “de forma geral, há uma perda de intensidade na produção industrial, influenciada por uma política monetária contracionista, com aumento dos juros, visando combater a inflação”.
“Isso acaba estreitando mais as linhas de crédito, reduzindo os investimentos e fazendo com que as tomadas de decisão na produção sejam mais cautelosas. Pelo lado da demanda, esse cenário também impacta negativamente o consumo das famílias”, explica.
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Na comparação com igual mês do ano anterior, o Ceará também apresentou queda na produção. Entretanto, considerando o acumulado nos últimos 12 meses, foi observada uma alta de 5,4%, 2,8 pontos percentuais acima da registrada nacionalmente (2,6%).
Confira a produção industrial dos estados em fevereiro:
- Pernambuco: 6,5%
- Paraná: 2%
- Pará: 1,6%
- Espírito Santo: 1,1%
- Amazonas: 0,9%
- Nordeste: 0,5%
- Rio Grande do Sul: 0,5%
- Goiás: 0,2%
- Minas Gerais: - 0,2%
- Rio de Janeiro: - 0,3%
- Mato Grosso: - 0,6%
- Santa Catarina: - 0,6%
- São Paulo: - 0,8%
- Ceará: - 1%
- Bahia: - 2,6%
Setores que mais se destacaram no Ceará
Dos 11 segmentos industriais cearenses incluídos na PIM, em cinco a produção caiu na comparação com fevereiro de 2024. A queda mais expressiva foi observada no setor de refino e biocombustíveis (- 2,54%), vestuário (- 2,23%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-1,82%).
Já os destaques positivos ficaram com metalurgia (2,02%), alimentos (1,73%) e produtos químicos (1,68%). Confira a lista completa:
- Metalurgia: 2,02%
- Alimentos: 1,73%
- Produtos químicos: 1,68%
- Têxtil: 0,94%
- Produtos de couro e calçados: 0,49%
- Minerais não-metálicos: 0,2%
- Produtos de metal: - 0,13%
- Bebidas: - 0,58%
- Máquinas, aparelhos e materiais elétricos: -1,82%
- Vestuário: - 2,23%
- Refino e biocombustíveis: - 2,54%
Cenário nacional
Sete dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional recuaram na passagem de janeiro para fevereiro, quando a produção industrial do país variou -0,1%.
As maiores quedas foram registradas na Bahia (-2,6%), Ceará (-1,0%) e São Paulo (-0,8%), enquanto Pernambuco (6,5%) assinalou o avanço mais intenso.
Bernardo Almeida explica que em fevereiro “a indústria nacional atingiu o seu quinto mês consecutivo sem crescimento, com perda de 1,3% desde outubro de 2024”. A última vez que isso aconteceu, conforme o analista, foi em 2015.
A produção industrial do país cresceu 1,5% na comparação com fevereiro do ano passado, com resultados positivos em cinco dos 18 locais analisados pela PIM Regional. Santa Catarina (6,0%), Paraná (5,5%) e Pará (5,1%) assinalaram os avanços mais acentuados nessa comparação.
Por outro lado, os recuos de dois dígitos e mais elevados foram observados no Rio Grande do Norte (-24,5%), em Pernambuco (-21,3%) e no Espírito Santo (-11,6%).
Entrevista com o governador do Ceará, Elmano de Freitas | O POVO News
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