Inovação impulsiona de startups à multinacionais, avaliam empreendedores

De negócios em fase de concepção a gigantes do mercado, novas ideias são o mote para adaptação às mudanças nos hábitos de consumo, dizem especialistas

O que une uma gigante da siderurgia a uma startup voltada para auxiliar profissionais da educação a identificar comportamentos prejudiciais de crianças e adolescentes no ambiente escolar?

Ao longo de três dias do Siará Tech Summit 2024, evento que reuniu mais de 24,4 mil pessoas, palestrantes, acadêmicos, executivos e expositores concordaram que a inovação é o elo entre negócios dos mais diferentes portes, em um contexto de rápida transformação nos hábitos de consumo e com a igualmente rápida evolução das ferramentas de inteligência artificial.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

A ArcelorMittal, por exemplo, é uma empresa com sede em Luxemburgo, cujas origens remontam a 1911, embora a atual configuração tenha acontecido apenas em 2006.

No Ceará, a multinacional concluiu a aquisição da então Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) no ano passado. Um pouco antes, a companhia resolveu inovar em duas frentes. A primeira na produção de aços carbono neutro e a segunda no patrocínio à principal categoria automobilística brasileira, a Stock Car.

De acordo com o engenheiro do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento ArcelorMittal, Jetson Lemos, “hoje, a Stock Car tem um carro diferente: mais seguro, mais rápido e que incorpora valores da tecnologia e da segurança que a ArcelorMittal preserva. O propósito é essa ação inteligente. De forma geral, isso se reflete na construção da gaiola de proteção, que é uma célula de sobrevivência para o piloto, mas também estamos presentes em termos de absorção de impacto”.

“O que podemos destacar em termos de inovação? A utilização de tubos de altíssima resistência é uma inovação significativa, abrindo margem para outros mercados, como o de micromobilidade. Isso faz com que os componentes automotivos sejam mais leves, resultando em menor consumo de combustível para que o corpo do veículo saia da inércia, consequentemente reduzindo as emissões de carbono”, acrescenta Jetson.

Na outra ponta, um grupo de desenvolvedores de Fortaleza está em fase final de construção de uma plataforma para auxiliar professores e psicopedagogos a identificar vulnerabilidades e comportamentos prejudiciais em crianças e adolescentes. O EmotionApp, quando estiver pronto, quer ajudar ainda a desenvolver habilidades que permitam aos estudantes um melhor preparo para o mercado de trabalho.

“Esse trabalho deve ser iniciado desde a fase escolar, quando os alunos convivem diariamente com colegas de sala e professores. Autoconhecimento é uma das competências socioemocionais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que ajudam os alunos a lidarem com suas emoções e situações como o bullying, cita Diego Facundo, responsável pelo marketing da startup, que criou o emocionômetro.

Também partindo de uma plataforma digital como base de inovação, a 704 Apps desenvolveu um mecanismo de inovação voltado para segurança de motoristas e passageiros de aplicativos de transporte, em parceria com a Google Brasil. “A inovação principal é o botão de pânico externo, que é patenteado. Atualmente, estamos presentes em mais de 2.600 cidades”, disse Rayane Feitoza, CEO da empresa.

Redes comunitárias

Inovação também pode ser aplicada na construção de redes financeiras comunitárias e, nesse sentido, o Ceará é pioneiro com a construção do Banco Palmas, a primeira moeda social do País. A iniciativa evoluiu para a criação do Instituto E-Dinheiro Brasil, que passou a atuar como um guarda-chuva para outras moedas sociais criadas no território nacional.

De acordo com o diretor de Tecnologia do Instituto E-dinheiro, Adriano Augusto, “a proposta é semelhante ao Pix, mas é diferente, pois promove uma economia circular. Por exemplo, quem possui a Palmas Digital pode comprar somente no Conjunto Palmeiras, pois isso potencializa e fortalece a economia local, garantindo que a riqueza daquele local permaneça ali”.

Neurociência e negócios

Inovação envolve em todos esses exemplos criatividade e, por tabela, habilidades cerebrais. E é com base nelas que o neurocientista, jornalista e empreendedor Fabiano de Abreu desenvolveu o conceito de neurobusiness.

Segundo ele, o método pode ser aplicado em empresas de qualquer porte e segmento. “Não precisa ter formação em psicologia, mas uma formação mais curta, como uma pós-graduação em conhecimentos comportamentais, para entender o setor em que você atua”, exemplificou Abreu.

“Eu estudei neurociência porque sempre tive curiosidade sobre a razão do comportamento humano e agora estou lançando, em primeira mão, a neurociência quântica, em relação ao trabalho com comportamento humano. Olhando para o business, essa ideia veio da possibilidade de trazer soluções para meus clientes, principalmente advogados e médicos”, relembrou.

“Eles precisam se adaptar ao meio. Estamos na era da resiliência, mas ao mesmo tempo, formatamos uma cultura de resultados, em uma cultura da rede social. Somos o país mais ansioso do mundo, segundo dados da OMS, e somos os maiores consumidores de redes sociais. E, enquanto a rede social fomenta o narcisismo, as pessoas se tornam mais individuais e egoístas. Então, o empresário de hoje deve trabalhar com a possibilidade de liderança em cada posto na sua empresa”, concluiu.

Tenha acesso a mais conteúdo nos nossos canais!

Mais notícias de Economia

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

inovação tecnologia sebrae

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar