Vieira prega diálogo da Caixa com parlamentares e exalta resultados econômicos do governo
O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Antônio Vieira Fernandes, pregou nesta quinta-feira, 9, em seu discurso de posse, o diálogo do banco público com parlamentares e exaltou os resultados econômicos do governo Lula.
Ele chegou ao cargo apadrinhado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), após meses de negociações com o governo Lula, que cedeu o comando do banco público ao grupo político que dá as cartas no Congresso em troca de apoio parlamentar.
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"Não se faz democracia sem diálogo", disse Carlos Vieira. "O diálogo ocorrido entre Legislativo e Executivo é para o bem do Brasil", emendou.
O presidente da Caixa disse que, ao ser questionado se receberia parlamentares no banco público, respondeu de forma positiva. "Quem sou eu para impedir o diálogo com a sociedade e com aqueles que fazem o Brasil crescer?", afirmou.
Ao elogiar o governo Lula e a equipe econômica, representada na posse pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, Vieira disse que em janeiro ninguém imaginava que o País estaria agora perto de fechar o ano com um crescimento de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
"Quando a gente olha os dados macroeconômicos previstos no início do ano e compara com a realidade que esse governo já conseguiu fazer, a gente joga tudo no lixo", afirmou.
Na visão dele, há uma "espiral positiva" na economia, construída de forma "concreta, sólida e contínua." Vieira ressaltou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá na Caixa "um elemento indutor de crescimento". Ele frisou que o banco público é uma empresa de R$ 1,7 trilhão em ativos que impulsiona a economia brasileira.
Além de Durigan, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, participou da posse. Ele é presidente do Conselho de Administração da Caixa.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também marcou presença, assim como o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior.
Presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney disse que a Caixa conseguiu, ao longo do tempo, ter uma capacidade "muito forte de resiliência e segurança." "A Caixa é o maior player do mercado de crédito em três das cinco regiões", afirmou, ao ressaltar que a estatal "não deve nada" aos grandes bancos privados do País.
Apesar da ausência de Lira, a posse foi prestigiada por políticos como o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), o líder do PP na Câmara, Doutor Luizinho (RJ), os senadores Daniella Ribeiro (PSD-PB) e Dr. Hiran (PP-RR), o líder do Republicanos na Câmara, Hugo Motta (PB), e o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), indicado pelo Centrão para integrar o governo Lula.
Vieira foi presidente do Funcef, o fundo de pensão dos funcionários da Caixa, e ocupou o posto de diretor-presidente da BRB Financeira, controlada pelo Banco de Brasília. Também fez parte da equipe do Ministério das Cidades no governo Dilma Rousseff, em período no qual a pasta foi comandada por Aguinaldo e por Gilberto Occhi.
Em seu discurso, ele fez questão de cumprimentar a vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, em nome de todos os VPs. Como mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o PT fez um acordo com Lira e a tendência agora é Inês permanecer no posto, apesar da pressão inicial do Centrão para levar o banco público de "porteira fechada", ou seja, com a ocupação de todos os cargos.
Carlos Vieira também disse que o alerta da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) sobre o destino do FGTS é "importantíssimo." Parte dos recursos do FGTS é usada para financiamento habitacional e a possibilidade de retirada de montantes das contas dos trabalhadores em modalidades como o saque-aniversário é criticada por instituições do setor da construção civil.
Marinho já defendeu o fim do saque-aniversário, alegando que ele fragilizou o fundo, e diz que o governo enviará um projeto para modificar as regras de saque.