Ceará assina 33º acordo de hidrogênio verde com GoVerde; veja lista
O investimento previsto da empresa é de R$ 3 bilhões, com produção de energia e inicial de 40 toneladas por dia de amônia verde no Complexo Portuário do Pecém, podendo expandir até 400, além de
O Governo do Ceará anunciou nesta sexta-feira, 6, a assinatura do 33º memorando de entendimento para desenvolver a cadeia de hidrogênio verde no Estado. Veja lista de todas as assinaturas no fim da matéria.
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Desta vez a empresa é a GoVerde Energia e Apollo Asset, que desenvolvem projetos para implantar usinas de energia solar. Elas foram representadas pelo diretor de Novos Negócios da GoVerde, Ricardo Junqueira.
O investimento previsto é de R$ 3 bilhões para viabilizar produção de energia e inicial de 40 toneladas por dia de amônia verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).
É possível expansão, com segunda e terceira fases do empreendimento, para até 450 toneladas do produto, e constituindo-se em geração de energia fotovoltaica e transmissão de energia. Na etapa dois seriam mais 250 toneladas/dia e mais 200 toneladas na três.
"Tenho trabalhado para viabilizar as condições necessárias para o fortalecimento e ampliação dos projetos com o objetivo de consolidar o Ceará como grande produtor do segmento de Hidrogênio Verde e energias renováveis", declarou Elmano de Freitas (PT), governador do Ceará.
Já Junqueira frisa que o Ceará apresenta muitas vantagens competitivas no cenário mundial da economia verde.
“Esperamos conseguir ser pioneiros nessa produção de amônia verde no Estado, que tem muitas vantagens competitivas e toda a capacidade de entregar amônia verde para os Estados Unidos e Europa”, diz.
Ele esteve na assinatura, no Palácio da Abolição. Também marcaram presença a secretária de Relações Internacionais do Ceará, Roseane Medeiros; o secretário-executivo de Energia da Secretaria da Infraestrutura, Adão Linhares; o secretário-executivo da Indústria da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Joaquim Rolim; a vice-presidente do CIPP, Rebeca do Carmo Oliveira; o conselheiro da GoVerde, Lúcio Gomes; etc.
Quem são as empresas GoVerde Energia e Apollo Asset
A GoVerde Energia realiza estudos, desenvolve e implanta projetos no segmento de cogeração utilizando energia solar.
Desde 2015, executa projetos GreenField. Já são no portfólio 120 usinas de geração distribuída em estágio de desenvolvimento, operação e construção.
A empresa atua em 14 estados, incluindo o Ceará, administrando 325 MWp em 21 distribuidoras.
Já a Apollo Asset é majoritária da GoVerde. É uma multinacional de investimentos focada em criar valor a longo prazo, com ênfase em maximizar o potencial de marcas e negócios.
Total dos projetos de hidrogênio verde no Ceará
Segundo o Governo do Estado, o hub de H2V no Ceará já possui 33 memorandos com empresas nacionais e estrangeiras, com previsão de investimentos acima de US$ 30 bilhões (R$ 145,7 bilhões).
O próximo passo, que é de pré-contratos firmados, já há três acordos, com estimativa de US$ 8 bilhões (R$ 38,8 bilhões) das empresas AES, Casa dos Ventos e Fortescue.
E a produção de H2V no Porto do Pecém tem uma capacidade instalada projetada de 6 gigawatts até 2034.
Veja lista com o nome das 33 empresas que assinaram com o Ceará
- Enegix Energy
- White Martins
- Qair
- Fortescue
- Eneva
- Diferencial
- Hytron
- H2helium
- Neoenergia
- Engie
- Transhydrogen Alliance
- Linde
- Total Eren
- AES Brasil
- Cactus Energia Verde
- Casa dos Ventos
- H2 Green Power
- Nexway
- Enel Green Power
- HDF
- Mitsui
- ABB
- Gold Wind
- Alupar
- Mingyang Smart Energy
- Spic
- Gansu Science & Technology Investment
- Platform Zero (Complexo do Pecém + 13 instituições de cinco países)
- Green Hydrogen Corridor (Complexo do Pecém, AES Brasil, Casa dos Ventos, Comerc Eficiência,
- Havenbedrijf Rotterdam, Fortescue e EDP)
- Voltalia
- EDF Renewables
- GoVerde
Fonte: GIZ/Fiec/Governo do Estado do Ceará
O que é hidrogênio verde (H2V)?
O hidrogênio verde é um gás/combustível produzido por meio da eletrólise a partir da energia elétrica proveniente de fontes renováveis e, portanto, livre de emissões, sendo essencial para a descarbonização.
Quais as oportunidades econômicas do H2V?
A indústria é o principal consumidor de hidrogênio do mundo. Hoje, o setor utiliza majoritariamente o produzido a partir de combustíveis fósseis, emitindo milhões de toneladas de CO2 por ano na atmosfera.
A guerra na Ucrânia abriu outra fronteira para o uso do H2V, uma vez que a Europa busca diminuir a dependência do gás natural importado da Rússia.
Nesse contexto, apenas a Alemanha, projeta a necessidade de 110 terawatts/hora de H2V até 2030.
O mundo hoje produz, armazena, transporta e consome 120 milhões de toneladas por ano e a perspectiva é de que esse mercado se multiplicará por 5 ou 6 daqui até 2050.
Além disso, derivados do H2V, como a amônia, são cobiçados pelo setor agro para produção de fertilizantes.
Qual o potencial brasileiro?
A participação das energias renováveis no Brasil vem aumentando nos últimos anos: passou de 46,1% da Oferta Interna de Energia (OIE) em 2019 a 48,4% em 2020.
Ao mesmo tempo, os custos de produção de energia renovável vêm caindo.
Os baixos custos de produção, aliados às condições geológicas e climáticas do Brasil, fazem do Brasil um país promissor para a produção de hidrogênio verde.
O Brasil também possui a infraestrutura necessária para se tornar um grande exportador de hidrogênio verde.
O Ceará e o H2V
De olho nas oportunidades de exportação e consumo interno de H2V, o Estado do Ceará pôs em prática o projeto de um hub de hidrogênio verde no Complexo do Pecém que conta com 30 projetos com memorandos de entendimento assinados entre governo estadual e iniciativa privada.
A matriz energética de maior participação de eólica e solar fazem do Ceará um dos estados mais competitivos, inclusive, com estudos que apontam estar entre os de menor valor de produção do combustível no mundo.
Uma sociedade com o Porto de Roterdã, que detém 30% do Pecém, ainda demonstra outra vantagem, uma vez que Roterdã se prepara para ser a porta de entrada do H2V na Europa, com construção de gasodutos e plantas de conversão de H2V.
A expectativa do governo cearense é que esse cenário dote do Estado de uma capacidade de fornecimento de um milhão de toneladas de H2V para a Europa até 2030
Fonte: GIZ/Projeto H2/Governo do Ceará
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