Entenda porque os saques na poupança estão crescendo no Brasil
Em setembro, os brasileiros sacaram R$ 5,9 bilhões a mais do que depositaram na caderneta; é o oitavo mês do ano com mais resgates do que depósitos
A aplicação financeira mais tradicional dos brasileiros continua a enfrentar a fuga de recursos. Em setembro, os brasileiros sacaram R$ 5,9 bilhões a mais do que depositaram na caderneta de poupança, informou o Banco Central, nessa quinta-feira, 6.
A retirada líquida é a segunda maior da história, só perdendo para setembro do ano passado, quando as retiradas superaram os ingressos em R$ 7,72 bilhões.
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Com o desempenho de setembro, a poupança acumula retirada líquida de R$ 91,07 bilhões nos 9 primeiros meses do ano — apenas em maio o número de depósitos foi maior que o de resgates. Essa é a maior retirada acumulada para o período desde o início da série histórica, em 1995.
De acordo com o conselheiro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Ricardo Coimbra, existem dois motivos para essa alta nos resgates da caderneta. A primeira é por conta da alta da taxa SELIC, que faz com que outras aplicações sejam mais rentáveis.
"Em função da elevação da taxa da taxa SELIC, outras operações do mercado financeiro tornam-se mais interessantes do que a remuneração da poupança. Da qual as pessoas tiram o recurso da caderneta de poupança e direcionam para algum tipo de aplicação que possa lhe render um pouco mais. Aí pode ser também contas de bancos digitais que podem estar pagando algum tipo de rendimento, às vezes, até um pouco maior", destacou.
A outra variável destacada por Ricardo está relacionada com o processo inflacionário e a diminuição do poder de compra das pessoas, que faz com que elas acabem retirando mais dinheiro para pagar as contas ou manter o mesmo nível de consumo.
"As pessoas estão mais endividadas, o nível de comprometimento da renda é maior, o nível de desemprego num patamar elevado. As pessoas sacam esse recurso para fechar suas contas, para manter aquele mesmo nível de consumo ou pra manter o mesmo nível de capacidade de vida. E aí utilizam parte destes recursos, compensando outros momentos que tinham uma folga maior no seu orçamento", finalizou.
Ainda de acordo com o conselheiro do Corecon-CE, a expectativa é de que esse movimento ainda permaneça nos próximos meses.
(Com Agência Brasil)
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