Anapetro diz que vai entrar na Justiça caso Paes de Andrade seja eleito presidente da Petrobras

Associação que representa petroleiros que também são acionistas da companhia diz que o indicado pelo Governo não preenche os requisitos da Lei das Estatais

A Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro), com apoio da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados, enviou nesta quinta-feira, 23, ofício aos conselheiros e membros do Comitê de Elegibilidade da Petrobras notificando-os sobre inconsistências para a nomeação de Caio Mário Paes de Andrade à presidência da Petrobras. A entidade alerta que caso o nome seja aprovado irá recorrer da decisão na Justiça. 

Indicação será votada nesta sexta-feira pela diretoria da Petrobras.

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Por que o nome de Caio Paes de Andrade gera resistências?

O documento sugere que o nome do indicado de Bolsonaro “seja rejeitado, visto o cenário de instabilidade que pode acarretar sua nomeação”. De acordo com a entidade, Paes de Andrade não atende a requisitos técnicos necessários para o cargo, que são exigidos pela Lei das Estatais e o Estatuto Social da Petrobras.

Principalmente, em relação aos quesitos tempo exigido de experiência profissional e formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado. “O senhor Andrade não possui notório conhecimento na área, além de ser formado em Comunicação Social, sem experiência no setor de petróleo e energia”, diz o documento.

Ele também não teria apresentado certificado de conclusão dos cursos que diz ter feito na Duke University e em Harvard University, nos Estados Unidos.

O currículo apresentado pelo indicado de Bolsonaro à Petrobras fala em pós-graduação em Administração e Gestão pela Harvard University e Mestre em Administração de Empresas pela Duke University, mas pelas regras da Lei das Estatais é exigida a comprovação por meio dos certificados.

A Anapetro reforça que caso o nome seja aprovado, buscará os meios legais, tanto nos órgãos de controle, como a Comissão de Valores Mobiliários, quanto no Poder Judiciário, para que a decisão seja revista.

“O currículo do novo indicado do presidente Jair Bolsonaro para a presidência da Petrobrás, cujo nome será avaliado nesta sexta-feira (24) pelo Comitê de Elegibilidade da estatal, esbarra em pelo menos dois possíveis impeditivos para sua nomeação: a experiência profissional e a formação acadêmica”, escreveu a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás, Rosângela Buzanelli, em seus perfis no Twitter e Facebook.

Segundo o presidente da Anapetro, Mario Dal Zot, "o governo trata a Petrobras como uma empresa de fundo de quintal em total irresponsabilidade e falta de respeito aos acionistas e à importância da empresa para a sociedade brasileira. Os impactos financeiros negativos dessas trocas constantes e a tentativa de nomeação de pessoas não capacitadas, como parece ser o caso, demonstram que o governo quer interferir na gestão da empresa para depreciar ainda mais seus ativos colocados à venda".


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