Quatro carreiras de servidores públicos cruzarão os braços na próxima semana por reajustes

Insatisfeitas com a falta de negociação com o governo e com a proposta de um reajuste salarial de 5%, pelo menos quatro carreiras do serviço público federal farão paralisações dos trabalhos na próxima terça-feira, 17. Os servidores do Tesouro Nacional, os analistas de comércio exterior, os especialistas em políticas públicas e gestão, além da carreira de planejamento e Orçamento cruzarão os braços.

A carreira do Tesouro Nacional marcou para o mesmo dia uma assembleia para deliberar sobre a possibilidade de greve. Se o movimento for aprovado, será mais uma categoria de braços cruzados por tempo indeterminado para pressionar o governo.

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Em greve desde 3 de maio pela segunda vez no ano, os servidores do Banco Central (BC) pleiteiam um reajuste salarial de 28%. O BC chegou a enviar ao Ministério da Economia um pedido de aumento de 22% para seus técnicos e analistas, de 69,6% para os diretores e de 78,53% para o presidente da autarquia. Sob pressão, o BC retirou a solicitação no mesmo dia.

Segundo o BC, o motivo do recuo foram "inconsistências" no texto. A reportagem apurou que a proposta causou mal-estar no Ministério da Economia e foi considerada uma "vergonha" por membros da equipe econômica.

Segundo o presidente da Associação de Analistas de Comércio Exterior (AACE), Guilherme Rosa, a categoria está em operação padrão desde 2 maio e a mobilização tem afetado diversas atividades.

Além da paralisação da próxima terça-feira, a categoria cruzará os braços em 24 de maio e realizará nova assembleia em 27 de maio para definir os próximos passos do movimento.

"Houve um atraso na divulgação dos dados da balança comercial e na emissão das licenças de importação, com um atraso de 15 dias. As licenças eram expedidas em até um dia. Isso acaba represando importações diárias de US$ 100 milhões", disse.

Rosa ainda afirmou que a categoria vai iniciar um esforço para entrega de cargos comissionados até meados de junho.

"A gente espera alguma negociação com o governo. Nossa principal queixa é de que não há nenhuma negociação. Estamos preocupados com a atratividade no serviço público. O governo permite um processo inflacionário acelerado para garantir superávit orçamentário. Mas os servidores públicos pagam a conta", disse.

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